quarta-feira, 20 de maio de 2020

BC avalia proposta dos bancos para crédito com garantia de imóvel


O Banco Central (BC) recebeu e avalia a sugestão dos bancos de criar um financiamento com base na parcela paga do imóvel. Ou seja, se o tomador de crédito tem um imóvel com 30 prestações já quitadas, ele poderá contratar um empréstimo equivalente ao valor das prestações pagas e o prazo de financiamento do imóvel se alonga naturalmente.

Mas a autoridade monetária lembra que tem as suas próprias sugestões também em análise, que são o "home equity" e uma proposta "guarda-chuva" - que se diferencia do home equity porque permite que o proprietário de um imóvel quitado contrate operações de crédito variadas em diferentes bancos com base na garantia do seu imóvel.

Essas ideias fazem parte da agenda do Banco Central como mais uma medida para esquentar o crédito, um dos elementos chave da recuperação da economia.

Em conversas passadas com o Valor o presidente do BC, Roberto Campos Neto, dimensionou o montante de crédito que pode ser gerado tendo o imóvel como garantia. Uma cifra conservadora, disse ele, seria contar com uma oferta de mais R$ 500 bilhões em contratos de operações de crédito. Considerando só os imóveis residenciais das capitais do país chega-se à astronômica cifra de R$ 12 trilhões em garantias que poderiam ser usadas para tomar crédito. Todas as medidas acima demandariam mudança legal.

Uma das propostas que o BC tem praticamente pronta é a de um "sand box" regulatório para fintechs e startups da área financeira. As empresas teriam, por exemplo, exigência de menos capital para começar a funcionar. São, portanto, regras mais flexíveis, que estimulariam a concorrência no setor.



Valor Econômico, Claudia Safatle, 20/mai