terça-feira, 12 de maio de 2020

Crédito imobiliário da Caixa na pandemia supera R$ 50 bi


Mais de R$ 50 bilhões dos R$ 154 bilhões de crédito imobiliário colocados à disposição pela Caixa Econômica Federal durante a pandemia já foram contratados, afirmou ontem o presidente da instituição financeira, Pedro Guimarães. Além disso, a Caixa deve apresentar nos próximos dias novas medidas voltadas ao setor de construção civil.
"Entendemos que estamos apoiando a retomada do crescimento", disse durante a reunião virtual da comissão mista do Congresso que acompanha as ações relacionadas à covid-19. "Teremos mais notícias positivas para a construção civil ao longo dos próximos dias", afirmou.
Durante a pandemia, o banco manterá seu foco de atuação. Além do setor imobiliário, fazem parte desse foco, segundo o executivo: políticas públicas; infraestrutura; compra de carteira; e microcrédito. "A Caixa não vai dar crédito a empresas privadas grandes", afirmou.
O banco também voltará a diminuir "em breve" os juros cobrados no cheque especial.
Em sua apresentação, Guimarães destacou que no início de sua gestão, no começo do ano passado, os juros mensais do cheque especial cobrados pelo banco estavam em aproximadamente 14% ao mês. Depois de uma série de reduções, o piso para a taxa mensal cobrada pela Caixa atingiu 2,9% no fim de março. Vale destacar que no início de 2020 entrou em vigor o teto mensal de 8% para a taxa de juros cobrada no cheque especial.
Além disso, entre 40 milhões e 45 milhões de pessoas que não tinham conta em bancos devem ser beneficiadas pela criação da conta digital da Caixa, na estimativa do presidente. A conta digital foi criada pela instituição financeira para realizar o auxílio emergencial de R$ 600, criado durante a pandemia.
De acordo com Guimarães, já foram criadas aproximadamente 20 milhões de contas digitais, o que deixará um legado positivo para a bancarização no Brasil após a crise.
O presidente da Caixa foi questionado diversas vezes por deputados e senadores a respeito de dois temas: o calendário de pagamentos da segunda e terceira parcelas do auxílio emergencial e as filas formadas em agências para a realização do saque. Ele repetiu afirmações da semana passada, de que o cronograma depende do aval do Ministério da Cidadania e do presidente Jair Bolsonaro. Também afirmou que as filas vão diminuir no pagamento das próximas parcelas, já que houve aprendizado com o pagamento da primeira leva.


Valor Econômico, Finanças, 12/mai