quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Melhores Práticas de SST exigem envolvimento geral, alta gestão e procedimentos bem definidos


Práticas que visam a evitar acidentes não são simples de serem identificadas. A busca pela prevenção não deve esbarrar na falta de procedimentos, protocolos ou na ausência de informação disponível para tomada de decisão ou formulação de práticas padronizadas e planos de ação. Por isso, é fundamental manter as boas práticas em Saúde e Segurança do Trabalho (SST) arquivadas e disponíveis.

A melhor maneira para implementar ações efetivas em SST na empresa é seguir por quatro pilares: práticas de administração, de segurança, de engenharia e de fiscalização. Entenda:

Gestão e Administração

O primeiro passo para evitar riscos é fazer uma boa administração, o que envolve regularidade do processo produtivo, boa manutenção, material disponível, regras e procedimentos bem definidos, treinamento adequado, correção de desvios de comportamento, vistorias periódicas, investigação de acidentes e planos de ação para evitar erros.

Faltar com a perícia na hora de administrar esses processos leva a deterioração de materiais e equipamentos, mina a eficiência dos processos e, em última instância, expõe os trabalhadores aos riscos que poderiam ser controlados. E tudo que não se quer no ambiente de trabalho é que colaboradores estejam sujeitos a riscos incontroláveis ou imprevistos.

Análise do Risco

A Análise de Risco consiste na substituição da ação por intuição por ações pautadas em dados. Mais do que encontrar uma estratégia, é preciso incorporar a análise à cultura organizacional da empresa, transformando o risco em tema primário na mente de gestores.

Disciplina

A elaboração de planos de ação de nada vale se não houver disciplina para que seus passos sejam seguidos. Assim, é considerado normativo que haja medidas disciplinares com o objetivo de se instaurar cultura de autodisciplina, fazendo com que as atividades de trabalho cotidiano passem a seguir a ótica do controle de comportamentos de risco.

 

Práticas de Segurança

Cultura de Comportamentos Seguros

Este é um dos pilares mais complexos de serem implementados na estrutura de qualquer empreendimento. Isso, porque a Cultura de Comportamentos Seguros exige esforço integral do quadro de funcionários, desde a direção de alto nível até aqueles que estão na “linha de frente”, no chão de fábrica.

A mudança no comportamento tradicionalmente permissivo do brasileiro implica em um processo abrangente de treinamento e reeducação dos trabalhadores. Assim, é fundamental que as ações estejam interligadas entre os setores que tomam as decisões e aqueles que as colocam as ações de segurança definitivamente em prática no dia a dia.

Barreiras

Toda atividade que ocorre no ambiente laboral carrega consigo um potencial de acidentes. Isso, entretanto, não implica em um risco iminente. Assim, para se expor a uma atividade, é necessário encontrar barreiras que permitam que aquela parte do processo seja executada em um contexto em que acidentes sejam improváveis, embora possíveis.

Tais barreiras podem ser:

  • Bloqueios: Medidas de engenharia que impedem o risco, tais como cadeados, dispositivos de travamentos ou separação;
  • Mecanismos de inibição de comportamentos errados: Como equipamentos de vigilância como radares e câmeras ou
  • Medidas de gerenciamento administrativo: Protocolos de ação e procedimentos de segurança que exigem atuação de gestores.

Práticas de Engenharia

Ações de engenharia podem ser implementadas em diversas vertentes, tais quais:

  • Engenharia de Processo: Processos elaborados de acordo com as condições previstas nas Normas Regulamentadoras certamente contêm menor potencial de risco do que aqueles desenvolvidos sem metodologia. Sempre que se afasta um trabalhador de uma potencial fonte de risco, diminui-se consideravelmente a possibilidade de acidentes e seguir as NR’s é determinante para atingir esse objetivo.
  • Engenharia de novos projetos: A inclusão de uma nova área, linha produtiva ou setor no ambiente da empresa não pode ocorrer de maneira acrítica e instantânea. Levar os trabalhadores a um ambiente sem antes fazer uma vistoria completa, a fim de se encontrar situações de risco, é decisivo para o aumento da incidência de acidentes. Por isso, assegure-se de que o novo ambiente é seguro com auxílio da equipe de Saúde e Segurança do Trabalho.
  • Engenharia dos Sistemas de segurança: Manter o sistema de emergência como hidrantes, combate ao fogo, rotas de fuga e protocolos de emergência em funcionamento é fundamental.
  • Engenharia para eliminação de riscos: Contar com serviços de uma equipe especializada em Engenharia de Segurança do Trabalho é fundamental para se adotar processos que exponham os trabalhadores a menos riscos.

 

Práticas de Fiscalização

Quando se fala em fiscalização, pensa-se apenas naquela feita pelo poder público, no papel do Ministério Público do Trabalho, do INSS ou demais instituições do Estado com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Entretanto, o processo é mais complexo do que parece e pode ser divido em três etapas:

  1. Inspeção periódica: Este é o processo responsável por identificar deteriorações em equipamentos, sinalizações ou barreiras no ambiente de trabalho. A partir desta inspeção, agentes de acidente são combatidos a partir da coleta de indicadores.
  2. Auditoria Interna: É fundamental contar com uma equipe interna de auditoria para conferir o andamento da implementação das práticas de segurança periodicamente. Não se deve deixar de fora do processo de fiscalização aqueles trabalhadores que não pertencem oficialmente ao quadro de funcionários e operam como terceirizados no ambiente da empresa.
  3. Fiscalização externa: Agora sim, somente nesta etapa do processo de fiscalização estão envolvidas organizações do Estado acompanhadas por sindicatos de trabalho e ações do Ministério Público do Trabalho. Tendo seguido os passos citados acima, a chance de sanções serem aplicadas caem drasticamente.

 

Afinal, quais são as boas práticas de segurança?

Assim como todos os processos contidos no funcionamento de uma empresa, a Gestão de Segurança deve ser feita de maneira adequada à realidade da empresa. Esse é um processo coordenado integralmente pela alta gestão a partir da análise de indicativos coletados ao longo dos processos supracitados e, assim, os seguintes passos podem ser incorporados às rotinas de segurança:

  • Áreas a serem inspecionadas obrigatória e periodicamente nas Inspeções de segurança;
  • Procedimento para acompanhamento dos riscos prioritários;
  • Protocolos de ações a serem desenvolvidos como práticas-padrão;
  • Quais procedimentos operacionais devem ser periodicamente reciclados;
  • Procedimento para orientação de novos funcionários;
  • Feedback de desempenho periódico aos trabalhadores e
  • Periodicidade das reuniões da CIPA.

 

Mesmo tendo em mente quais são as áreas e procedimentos a serem adotados, nem sempre é natural a elaboração de procedimentos a serem inseridos na rotina como um padrão de comportamento. Por isso, sempre que um insight surge, é imprescindível arquivá-lo e disponibilizá-lo para consulta de gestores, trabalhadores e da equipe responsável por SST. A integração entre as equipes do seu empreendimento, certamente, geram maior segurança no ambiente de trabalho.

Portal Erplan de tecnologia e gestão, 22/out