Previsão para o INPC, índice usado pelo governo para correção do mínimo, passou de 4,25% para 6,79%. Reajuste maior também implica em aumento dos gastos públicos.
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia elevou nesta quinta-feira (17) de 4,25% para 6,70% sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) neste ano.
O INPC é a base da correção anual do salário mínimo pelo governo. Se esse aumento previsto se confirmar e não houver mudança no cálculo, o reajuste do salário mínimo em 2023 também será maior que o estimado anteriormente.
Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.212. Com a nova previsão para o INPC no acumulado de 2022, o valor subiria para R$ 1.293 a partir de janeiro do ano que vem - um aumento de R$ 81.
Essa é uma estimativa provisória. Se a inflação de 2022 ficar acima dos 6,7% estimados pela área econômica, o valor para o salário mínimo também será maior no ano que vem.
A projeção de R$ 1.293 para o salário mínimo em 2023 considera que o governo manterá a sistemática adotada nos últimos anos, de não conceder aumento real (acima da inflação).
De acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 50 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Impacto nas contas públicas
Um reajuste maior no salário mínimo também faz com que o governo federal gaste mais. Isso porque os benefícios previdenciários não podem ser inferiores ao valor mínimo.
De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa em 2022 de, ao menos, R$ 365 milhões.
Alexandro Martello, G1, 17/mar