quinta-feira, 24 de março de 2022

Queda do dólar perde força após moeda chegar a R$ 4,76

Na quarta-feira (23), moeda norte-americana fechou a R$ 4,843, no menor valor em dois anos

O dólar opera novamente em queda nesta quinta-feira (24), rondando o patamar de R$ 4,80 e engatando o sétimo dia seguido de baixa, em meio ao patamar atraente dos juros básicos no Brasil e à disparada nos preços das commodities. Depois de recuar a R$ 4,76, no entanto, a queda perdeu força.

Às 15h30, a moeda norte-americana recuava 0,35%, cotada a R$ 4,8268. Na mínima até o momento, chegou a R$ 4,7655. Veja mais cotações.

Já o Ibovespa opera em alta.

Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de1,43%, a R$ 4,9140 – menor patamar de fechamento desde 13 de março de 2020 (R$ 4,8127). Com o resultado, passou a acumular queda de 6,06% no mês. No ano, tem baixa de 13,11% frente ao real.

O que está mexendo com os mercados?

As atenções dos investidores seguem voltadas para a guerra na Ucrânia e para potenciais novas sanções contra Rússia com a chegada do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Bruxelas para reuniões da Otan, do G7 e da União Europeia.

O preço do petróleo segue negociado acima de US$ 120 o barril e as bolsas europeias operam em queda em meio a persistentes temores de escassez de oferta de commodities, o que tem impulsionado o preço de produtos como milho, trigo e petróleo desde o fim de fevereiro.

Nesse contexto, ativos de países exportadores de commodities vistos como menos vulneráveis às tensões geopolíticas, como os da América Latina, incluindo o real, têm se beneficiado.

Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias também têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.

"Parece-nos fato que o atrativo diferencial de juros impõe sua lógica, com os investidores estrangeiros aproveitando para ir às compras na B3, atrás de empresas de commodities", destacaram os analistas da Mirae Asset.

O Banco Central elevou de 4,7% para 7,1% a estimativa de inflação para este ano, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, o BC admitiu que a meta de inflação deve ser superada pelo segundo ano seguido em 2022.

Os investidores monitoram também a trajetória dos juros na economia global. O banco central dos Estados Unidos elevou os juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, e algumas de suas autoridades têm repetido que estão dispostas a, eventualmente, aumentar a dose de ajuste para 0,5 ponto.

G1, 24/mar