quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Dólar tem volatilidade, mas segue acima de R$ 5,40

 

No dia anterior, moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 1,75%, vendida a R$ 5,4520.

O dólar opera em queda nesta quarta-feira (4), com investidores atentos ao anúncio de medidas econômicas pelo novo governo e suas consequências para a saúde das contas públicas.

Às 12h04, a moeda norte-americana subia 0,21%, vendida a R$ 5,4636.

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,75%, vendida a R$ 5,4520 – maior cotação desde 22 de julho de 2022 (R$ 5,4977). Com o resultado, a moeda acumula alta de 3,3% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Os investidores repercutem declaração feita pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, de que pretende discutir a "antirreforma" da Previdência, em referência às regras aprovadas em 2019.

"Quero formar comissão quadripartite (...) com uma representação dos sindicatos patronais, com sindicatos dos empregados, com sindicatos dos aposentados e com governo, nós precisamos discutir com profundidade o que foi essa antirreforma da previdência, discutir com números e com profundidade", disse.

Os investidores permanecem de olho nas sinalizações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na segunda-feira, ele afirmou que buscará uma "harmonização" entre a política fiscal (contas públicas) e monetária (definição de juros pelo Banco Central).

Haddad também afirmou que o Ministério da Economia enviará, no primeiro semestre, proposta de uma nova âncora fiscal para as contas públicas, substituindo o teto de gastos.

Na terça, o secretário-executivo do ministério, Gabriel Galípolo, disse à GloboNews que Haddad deve encaminhar ao presidente Lula até a próxima semana o que chamou de "plano de voo" para reduzir o déficit deste ano.

Entre as declarações e ações do novo governo que repercutiram de forma negativa nos últimos dias está a menção de Lula ao teto de gastos em seu discurso de posse — o presidente chamou o mecanismo de "estupidez" e disse que ele seria revogado.

Já o anúncio da prorrogação da isenção de impostos federais sobre os combustíveis e a determinação do presidente de revogar os processos de privatização de oito estatais, entre elas os Correios, também foram mal recebidos pelo mercado.

No cenário externo, o Federal Reserve (BC dos EUA) divulga nesta quarta a ata da próxima reunião que pode trazer uma promessa de que os juros continuarão subindo neste ano, mas a um ritmo mais lento e talvez apenas por mais 0,75 ponto percentual.

A atividade empresarial da zona do euro contraiu menos do que inicialmente se pensava no final do ano passado, sugerindo que a recessão do bloco pode não ser tão profunda quanto se temia.

Além disso, dados preliminares mostraram que a inflação na França recuou em dezembro de um recorde no mês anterior, dando seguimento a uma série de dados encorajadores como a melhora dos números de indústria da zona do euro e a desaceleração da inflação na Alemanha.

Isso significa que os preços estão desacelerando mais rápido do que o esperado, o que alivia a pressão sobre os consumidores e empresas.

G1, 04/dez