quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Ibovespa opera em queda em dia de feriado em SP, puxada pela Petrobras

No dia anterior, principal índice da bolsa de valores teve alta de 1,16%, a 113.028 pontos.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta quarta-feira (25), em dia de feriado em São Paulo, o que pode reduzir a liquidez. Mas investidores seguem acompanhando sinalizações sobre a política econômica do governo Lula e da política monetária nos EUA.

Às 11h, o Ibovespa caía 0,54%, a 112.417 pontos. Veja mais cotações.

A Petrobras era destaque de queda nesta quarta, com recuo ao redor de 4%. Já a Magazine Luiza subia quase 10%.

No dia anterior, o Ibovespa avançou 1,16%, a 113.028 pontos. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passou a acumular ganho de 2,87% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Na agenda corporativa, a Americanas ainda segue em foco. Na semana passada, a B3 informou a saída das ações da empresa de seus índices depois do anúncio da recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões. Apesar da exclusão dos índices acionários da B3, as ações da companhia continuarão a ser negociadas, mas sob o título de recuperação judicial. As ações subiam 6,25%, a R$ 0,85, nesta quarta. Antes do anúncio sobre a descoberta dos problemas contábeis, o papel valia R$ 12.

A lista de credores que a Americanas entregou na madrugada desta quarta-feira (25) à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro relaciona débitos totais de R$ 41,23 bilhões e 7.967 credores.

Com bancos, as maiores dívidas são as seguintes: Deustche Bank, R$ 5,20 bilhões; Bradesco, R$ 4,51 bilhões; BTG Pactual, R$ 3,5 bilhões; Itaú Unibanco, R$ 2,7 bilhões; Banco do Brasil, R$ 1,36 bilhão; Safra, R$ 2,53 bilhões; Santander, R$ 3,65 bilhões; Votorantim, R$ 3,29 bilhões; e Caixa Econômica Federal, R$ 501 milhões. Entre fornecedores, a fabricante de eletrônicos sul-coreana Samsung tem R$ 1,21 bilhão a receber.

Na terça-feira, a Justiça do Rio de Janeiro suspendeu o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em recursos da Americanas que estavam em poder do BTG Pactual. A decisão diz que os recursos “serão utilizados somente para a atividade fim e sob direta gestão dos administradores judiciais até o julgamento do mérito do mandado de segurança impetrado pelo BTG”.

Com isso, a Magazine Luiza vem tendo movimentos de alta nos últimos dias, refletindo a expectativa de que a companhia ganhe uma maior participação de mercado após os problemas da Americanas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta quarta em Montevidéu, onde terá encontro com presidente uruguaio, Lecalle Pou.

No dia anterior, Lula afirmou que o BNDES voltará a financiar obras na América Latina, dentro das possibilidades financeiras do Brasil.

A Petrobras informou que o comitê de elegibilidade se reuniu na terça-feira para analisar a indicação de Jean Paul Prates para os cargos de conselheiro de administração e presidente da estatal. Essa é uma das etapas que o executivo precisa percorrer antes de ser confirmado no cargo.

O futuro presidente da Petrobras deve ter uma ação alinhada ao governo, e terá como desafio a paridade dos preços com o mercado internacional. Essa expectativa puxava o preço das ações da estatal nesta quarta.

Na terça-feira, a Petrobras anunciou aumento no preço da gasolina — valor passou de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro, com acréscimo nominal de R$ 0,23 por litro, o que representa alta de 7,46%.

No cenário externo, a inflação global e temores de recessão econômica e suas consequências para a política econômica seguem como prioridade nos mercados internacionais.

Com pressão inflacionária e juros mais altos, a cautela permanece com o risco de recessão nos Estados Unidos, com o mercado aguardando novos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) que possam indicar o rumo das taxas de juros no país.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Assim, investidores migram para tais aplicações, em detrimento de ativos de risco como o mercado de ações e moedas do Brasil, o que pode desvalorizar o real frente o dólar.

G1, 25/jan