quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Ibovespa abre em queda nesta quinta-feira, repercutindo falas de Lula e dados dos EUA

Na quarta-feira, o principal índice da bolsa subiu 0,71%, a 112.228 pontos.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu em queda nesta quinta-feira (19), repercutindo falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de agentes do Federal Reserve, nos Estados Unidos.

Às 10h05, o índice caía 0,53%, aos 111.632 pontos.

Na quarta-feira, o índice havia registrado alta de 0,71%, aos 112.228 pontos. Com o resultado, o Ibovespa passou a acumular um ganho de 2,27% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

O mercado segue repercutindo falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no campo econômico. Na quarta-feira (18), foi ao ar a primeira entrevista exclusiva com Lula desde sua eleição pela GloboNews. Entre outros assuntos, o presidente falou sobre questões econômicas amplamente abordadas pelo mercado financeiro.

Lula afirmou que a independência do Banco Central do Brasil é "bobagem" e que a atual meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atrapalha o crescimento da economia.

Analistas do BTG Pactual destacam, ainda, falas do presidente sobre a necessidade da economia voltar a crescer, sobre estabelecer uma nova relação entre capital e trabalho e fortalecer a indústria de defesa.

Mais cedo, o petista reiterou em discurso após encontro com sindicalistas que pretende implementar a sua promessa de campanha de isentar o imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e afirmou que reajustar o salário mínimo “é a melhor forma de fazer distribuição de renda neste país”.

O presidente defendeu também que não adianta o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescer se ele não for distribuído.

No exterior, o destaque do dia permanece com os Estados Unidos. Ontem, o Fed publicou o Livro Bege, um documento que traz informações sobre a economia nos 12 distritos do banco central. O órgão relatou que os preços desaceleraram na maioria dos distritos, ao passo que o mercado de trabalho apertado segue pressionando os salários nos EUA.

Na seara inflacionária, a avaliação geral é que os altos preços seguem impactando o poder de compra dos consumidores americanos mesmo após a desaceleração da inflação. Ainda assim, os gastos com consumo ganharam força impulsionados pelas compras durante o recesso de fim de ano.

Ao contrário da inflação, o mercado de trabalho ainda não mostra sinais de arrefecimento e permanece apertado, relata o documento. Desta forma, ainda há “elevada pressão salarial” no país.

O Livro Bege informa que o emprego continuou subindo na maioria dos 12 distritos do Fed e as empresas seguem com dificuldade para preencher vagas abertas, mesmo diante do aumento da oferta de trabalho em algumas regiões dos EUA.

Na sequência da divulgação, dirigentes do Fed discursaram e sinalizaram a necessidade do banco central de continuar adotando uma política monetária mais restritiva, com a manutenção dos juros em patamares elevados. Atualmente, as taxas americanas estão entre 4,25% e 4,50% ao ano e as expectativas são de novas altas.

G1, 19/jan