quarta-feira, 31 de maio de 2023

Cobertura Duplex, 3 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 2.640.000,00



Contas públicas registram superávit de R$ 78,7 bilhões nos 4 primeiros meses do ano, diz BC

Na comparação com o mesmo período de 2022, houve queda de 47% no indicador. Já dívida bruta do setor público, monitorada com atenção por investidores, subiu para 73,2% do PIB em abril.

As contas do setor público consolidado registraram um superávit primário de R$ 78,7 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, o equivalente a 2,31% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta quarta-feira (31).

Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 148,5 bilhões (4,74% do PIB), houve uma queda de 47%.

O superávit primário acontece quando as despesas com impostos ficam abaixo das receitas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, há déficit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.

Ao mesmo tempo, a dívida bruta do setor público consolidado, indicador acompanhado com atenção pelos investidores por indicar a capacidade de pagamento dos países, subiu 0,2 ponto percentual no mês passado, para 73,2% do PIB.

Somente em abril, foi registrado um superávit primário de R$ 20,3 bilhões, com queda frente ao mesmo período do ano anterior - quando o saldo positivo somou R$ 38,9 bilhões. Esse foi o pior resultado para este mês desde 2020, quando houve um déficit de R$ 94,3 bilhões.

O saldo superavitário das contas públicas no último mês aconteceu por conta do desempenho das contas do governo federal e dos estados e municípios. Veja abaixo:

- Governo federal registrou superávit de R$ 16,9 bilhões;

- Estados e municípios tiveram saldo positivo de R$ 4 bilhões;

- Empresas estatais apresentaram déficit de R$ 602 milhões.

Após despesas com juros

Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional – houve déficit de R$ 25,4 bilhões nas contas do setor público em abril.

Em 12 meses, até abril deste ano, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 603,3 bilhões, o equivalente a 5,92% do PIB.

Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.

O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do resultado mensal das contas, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior valor em seis anos.

Segundo o BC, no mês passado as despesas com juros nominais somaram R$ 45,8 bilhões. Em 12 meses, até abril, os gastos com juros somaram R$ 659,5 bilhões (6,47% do PIB).

Dívida bruta

A dívida bruta do setor público, indicador que também é acompanhado pelas agências de classificação de risco, registrou estabilidade em abril, atingindo 73,2% do PIB, o equivalente a R$ 7,45 trilhões.

Em março, a dívida estava em 73% do PIB, somando R$ 7,39 trilhões.

Desde a transição, com o aumento de gastos por meio da PEC para recompor o orçamento, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido cobrado pelo mercado financeiro sobre medidas para evitar o aumento da dívida pública.

Em janeiro, a equipe econômica anunciou um pacote de medidas para tentar reduzir o rombo das contas públicas neste ano, focado principalmente no aumento de arrecadação, para tentar conter a alta na dívida do setor público.

No mês passado, o governo anunciou o novo arcabouço fiscal, ou seja, proposta de regras para as contas públicas em substituição ao teto de gastos. O Tesouro Nacional já admitiu que a dívida pode superar 80% do PIB no fim do governo Lula, em 2026.

Alexandro Martello, g1, 31/mai

terça-feira, 30 de maio de 2023

Apartamento 3 Suítes no Recreio dos Bandeirantes - R$ 800.000,00



Juro bancário médio avança para 45% ao ano em abril; pesquisa mostra impacto da taxa alta para população

Os números são divulgados em um cenário de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao alto patamar da taxa básica de juros, a Selic. Inadimplência avança em abril.

O Banco Central informou nesta terça-feira (30) que a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu de 44,5% para 45,1%, de março para abril desse ano.

Esse é o maior patamar desde agosto de 2017, quando a taxa média alcançou 45,6% ao ano. Ou seja, trata-se do maior índice em cerca de cinco anos e meio. A série histórica do BC tem início em março de 2011.

O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

- A taxa média de juros cobrada nas operações com empresas ficou caiu de 24,1% ao ano em março para 23,9% ao ano em abril.

- Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 58,6% ao ano em março para 59,7% ao ano em abril - os maiores desde agosto de 2017 (62,3% ao ano).

- No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 130,1% ao ano, em março, para 134% ao ano em abril de 2023 (a mais alta desde fevereiro deste ano, quando somou 134,7% ao ano).

- No cartão de crédito rotativo, a taxa avançou para 447,5% ao ano em abril, o maior patamar em seis anos.

Os números são divulgados em um cenário de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao alto patamar da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano - o maior patamar em seis anos e meio.

Os juros que servem de base para as taxas bancários, entretanto, são aqueles do mercado futuro, pactuados entre as instituições financeiras com base nas expectativas para a economia brasileira.

Pesquisa

De acordo com pesquisa online realizada pela Ipsos, e divulgada nesta terça-feira (30), com 20.570 pessoas entre 24 de março e 7 de abril deste ano, das quais cerca de 1.000 pessoas no Brasil, 78% dos brasileiros entrevistados, ou seja, cerca de 8 em 10 pessoas, acreditam que a taxa de juros contribui para o aumento do custo de vida no país.

O dado foi obtido através da pesquisa "Monitor Global da Inflação", feita pela Ipsos. Das 29 nações que integram o levantamento, o Brasil ocupa a 6ª posição entre os países mais preocupados com a taxa de juros. Apenas Coreia do Sul (86%), África do Sul (83%), Austrália (83%), Suécia (80%) e Cingapura (79%) exibem porcentagens maiores, informou a Ipsos.

Outros motivos também citados pelos brasileiros para aumento do custo de vida no país são o atual estado da economia global (74%), as políticas adotadas pelo governo no país (72%), a invasão da Ucrânia (66%) e a pandemia da Covid-19 (65%). Neste caso, os entrevistados poderiam apontar mais de uma resposta, por isso a somatória dos valores ultrapassa 100%.

Crédito bancário

O volume total do crédito bancário no mercado, segundo o Banco Central, recuou 0,1% em abril, ficando relativamente estável em R$ 5,4 trilhões - mesmo patamar de março.

No mês passado, houve um queda de 0,6% nos empréstimos para as empresas e aumento de 0,2% nas operações de crédito para as pessoas físicas – para R$ 3,3 trilhões, acrescentou a instituição.

Para as pessoas físicas, o BC informou que destacaram-se os aumentos nas operações do crédito pessoal não consignado (+1,8%), crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público (+0,6%) e crédito pessoal consignado para aposentados e pensionistas do INSS (+0,9%), basicamente. Em sentido oposto, observou-se redução na carteira de cartão de crédito à vista (-1,5%).

Segundo o BC, também houve recuo de 1,2% nas novas concessões de empréstimos no mês passado, período em que somaram R$ 484,8 bilhões. Em março, haviam totalizado R$ 490,7 bilhões. Essa foi a terceira queda mensal seguida do indicador.

O cálculo foi feito após ajuste sazonal (uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes).

Endividamento das famílias e inadimplência

Segundo o BC, o endividamento somou 48,5% da renda acumulada nos 12 meses até março desse ano. A série histórica do BC para este indicador teve início em janeiro de 2005. Com isso, registrou queda marginal na comparação com fevereiro, quando estava em 48,6%.

Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.

Ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito subiu de 3,3% em março para 3,4% em abril deste ano.

- Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência subiu de 4% em março para 4,2% em abril.

- Já a inadimplência das empresas avançou de 2,1% em março para 2,3% em abril.

Alexandro Martello, g1, 30/mai

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Apartamento 2 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 1.280.000,00



Dívida pública sobe em abril e atinge R$ 6,03 trilhões, diz Tesouro

Dívida é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo. Valor inclui o endividamento do governo no Brasil e no exterior.

A dívida pública brasileira cresceu 2,38% em abril deste ano e atingiu R$ 6,03 trilhões, informou nesta segunda-feira (29) a Secretaria do Tesouro Nacional. Em março, o endividamento estava em R$ 5,892 trilhões.

A dívida pública federal é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo, ou seja, pagar as despesas do governo acima da arrecadação com impostos e contribuições.

Os valores incluem o endividamento no Brasil e no exterior. Porém, a maior parte da dívida brasileira é interna.

Segundo o Tesouro Nacional, o aumento de R$ 140,12 bilhões do estoque da dívida em abril em relação a março deste ano aconteceu devido:

- À emissão líquida (emissão superando os resgates) de R$ 92,30 bilhões em títulos da dívida do governo federal, a maior desde junho de 2021;

- À apropriação positiva de juros (incorporação das taxas que corrigem os juros da dívida pública), no valor de R$ 48,15 bilhões.

Ainda de acordo com os dados do Tesouro, o custo médio da dívida pública federal acumulado em 12 meses caiu de 11,10%, registrado em março, para 10,68% ao ano em abril.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital, afirmou que a queda no custo da dívida é resultado de uma inflação acumulada menor.

Reserva de liquidez

Segundo o Tesouro, a reserva de liquidez da dívida pública aumentou 8,19% em abril, passando de R$ 973,56 bilhões, registrados em março, para R$ 1.053,32 bilhões.

A reserva de liquidez, também chamada de "colchão de liquidez", é o nome dado ao valor em caixa destinado ao pagamento da dívida e aos recursos provenientes da emissão de títulos. Sua principal função é dar flexibilidade à gestão da dívida pública.

O Tesouro informou que o nível atual de reserva garante pagamento dos próximos oito meses e meio de vencimentos da dívida.

Vital comentou que o Tesouro continua com a estratégia de manutenção de um nível confortável do colchão de liquidez, mas disse que será natural que o número varie nos próximos meses, principalmente em setembro, quando R$ 300 bilhões em títulos da dívida vencerão.

Previsão para o ano

A previsão do Tesouro Nacional é que a dívida encerre o ano de 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

O dado consta no Plano Anual de Financiamento (PAF), um documento divulgado pelo Tesouro que traz os objetivos, diretrizes e metas que serão observados na gestão da dívida pública federal.

Jéssica Sant'Ana e Ana Paula Castro, g1 e TV Globo, 29/mai

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Cobertura Duplex no Recreio dos Bandeirantes - R$ 1.600.000,00




Dólar fecha em queda, à espera de acordo sobre dívida dos EUA

 

A moeda norte-americana caiu 0,94%, cotada a R$ 4,9881.

O dólar fechou em baixa nesta sexta-feira (26), na medida em que investidores repercutiam sinais de que as lideranças dos Estados Unidos estão próximas de chegar a um acordo para elevar o teto da dívida do país.

As medidas para a indústria automotiva anunciadas ontem pelo presidente Lula e dados econômicos nacionais também ficaram no radar.

Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,94%, cotada a R$ 4,9881. Veja mais cotações.

No dia anterior, o dólar teve alta de 1,66% e chegou aos R$ 5,0355, no maior patamar desde o início do mês. Com o resultado de hoje, a moeda norte-americana acumulou:

- Quedas de 0,14% na semana e de 5,49% no ano;

- Alta de 0,01% no mês.

O que está mexendo com os mercados?

Os mercados iniciaram essa sexta-feira (26) com perspectivas mais positivas sobre o tema que se tornou um grande gerador de aversão a riscos nas últimas semanas: a renegociação do teto da dívida dos Estados Unidos.

Segundo notícias da Reuters, uma autoridade norte-americana que preferiu não se identificar disse que o presidente Joe Biden (democrata) e o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy (republicano), estão mais próximos de chegar a um acordo para elevar o limite de endividamento do governo.

O porta-voz disse que, por enquanto, os principais pontos do possível acordo são:

- Um aumento do financiamento para gastos discricionários com militares e veteranos;

- A manutenção dos gastos discricionários não relacionados à defesa nos níveis do ano atual;

- O acordo final especificará o valor total que o governo poderia gastar em programas discricionários como habitação e educação, mas não dividiria isso em categorias individuais.

De acordo com a agência de notícias, republicanos e democratas ainda estão separados por cerca US$ 70 bilhões - de um valor total que seria bem superior a US$ 1 trilhão.

Já no cenário doméstico, os investidores continuaram a repercutir as medidas anunciadas pelo governo na quinta-feira (25), para baratear os carros populares.

Entre as principais propostas do governo, estão:

- Corte de impostos para reduzir o preço final de carro até R$ 120 mil em até 10,79%;

- Adoção da taxa referencial (TR) como taxa de juros para projetos de pesquisa e inovação;

- R$ 4 bilhões em financiamentos em dólar por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (BNDES), voltados para empresas que trabalham com exportação.

As medidas foram bem recebidas pela indústria automotiva, mas voltaram a trazer preocupações sobre o lado fiscal do país, dizem analistas.

Há dúvidas, por exemplo, sobre de onde virão os recursos para que o governo consiga compensar a perda de arrecadação com o corte de impostos. Além disso, especialistas indicam que mesmo diante da redução no preço final dos carros e da eventual criação de garantias ou de uma linha de crédito específica para o varejo, os impactos para o consumidor final ainda seriam bastante limitados. (Leia a análise completa).

O mercado nacional também repercute a divulgação de novos dados econômicos. O Índice de Confiança da Construção, medido pelo FGV-Ibre, teve uma queda de 1,4 ponto em maio, para 94 pontos, ao menor patamar desde janeiro.

g1, 26/mai

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Terreno na Barra da Tijuca - R$ 10.000.000,00



O que pode acontecer no Brasil se os EUA derem calote pela primeira vez na história?

País vive impasse para renegociar limite da dívida e autoridades falam que, se nenhum acordo for fechado logo, o Tesouro ficará sem dinheiro no começo de junho. Especialistas avaliam que um calote é improvável, mas que causaria um colapso, impactando, inclusive, a inflação, os juros e a taxa de câmbio no Brasil.

O assunto que tem dominado os noticiários econômico e internacional nas últimas semanas é a renegociação do teto da dívida dos Estados Unidos.

O país tem um mecanismo que foi criado em 1917 e serve para limitar a quantidade de dívidas que o governo pode ter em um ano fiscal, que por lá vai de outubro a setembro. O problema é que, ainda em janeiro, os EUA chegaram ao limite estabelecido para este ano fiscal: de US$ 31,4 trilhões.

Agora, o presidente Joe Biden e os seus aliados do partido democratas travam uma "batalha" com os republicanos, que são maioria na Câmara dos Deputados, para conseguir aumentar o teto deste ano.

É uma luta contra o tempo, já que, em pouco mais de uma semana, o governo corre o risco de ficar sem recursos para arcar com dívidas que vencem no começo de junho.

Parece uma realidade distante, mas é um consenso entre todos os especialistas ouvidos pelo g1 que, caso os partidos não cheguem a um acordo para elevar o teto e permitir que o governo arque com suas despesas, as consequências seriam "catastróficas em nível global", como pontuou Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

No Brasil, inclusive, os efeitos seriam rapidamente sentidos, com destaque para:

- A forte desvalorização do real perante outras moedas;

- A queda também da bolsa de valores brasileira;

- Uma rápida volta da pressão inflacionária;

- A elevação e manutenção das taxas de juros em patamares altos;

- Uma possível desaceleração da atividade econômica, que poderia resultar em um período de recessão.

Entenda mais detalhes abaixo.

O que está acontecendo nos EUA?

De acordo com Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama e professor do Ibmec, quando o governo americano chega no teto do endividamento, como agora, o mecanismo desenvolvido em 1917 provoca, em tese, um "fechamento" das repartições do governo.

O professor destaca que, nos últimos 70 anos, o teto já foi elevado em mais de 70 vezes, tanto em governos democratas, como o de Biden, quanto em mandatos republicanos, como o do ex-presidente Donald Trump.

Thomas Gibertoni, analista de cenário macroeconômico na Portofino, destaca que, desde 2010, o endividamento americano vem crescendo de forma mais recorrente e exigindo aumentos expressivos do teto — o que mostra que o caso atual não é uma novidade.

Com a elevação do teto, há a permissão para a emissão de novos títulos de dívida — as Treasuries, títulos públicos americanos, que são considerados os investimentos mais seguros do mundo.

Mas, para conseguir elevar esse teto, é necessária a aprovação do Congresso e aqui entram alguns pontos importantes:

- O presidente Joe Biden é democrata, assim como a maioria do Senado, mas a Câmara dos Deputados é dominada por republicanos;

- A diferença de cadeiras entre os republicanos e democratas em ambas as casas do Congresso é muito baixa, o que torna todas as disputas muito polarizadas;

- Os democratas querem elevar o teto da dívida com a mesma faixa de despesas que já existe, para manter os benefícios sociais à população, enquanto aumentariam a receita com a cobrança de impostos mais expressivos de empresas e pessoas mais ricas;

- Já o republicanos são radicalmente contra ao aumento de impostos para empresas e mais ricos e são contra manter a faixa de despesa atual com os benefícios sociais, aumentando apenas os gastos com militares;

- Com essas desavenças, os partidos ainda não conseguiram chegar a um acordo que agrade os dois lados para autorizar a elevação do teto das dívidas.

Desde 19 de janeiro deste ano, quando foi atingido o limite de US$ 31,4 trilhões, o governo vem adotando algumas "medidas extraordinárias, uma vez que não tem a autorização para elevar (sozinho) o endividamento público", explica Marcos de Marchi, economista-chefe da Oriz Partners.

Mas chegou o momento em que essas medidas já não são mais suficientes, e até agora não há sinais de quando os partidos chegarão a um acordo. Na tarde da última terça-feira (23), representantes das negociações disseram estar fazendo "pequenos progressos", mas nada que levasse a uma definição.

Na opinião de todos os especialistas ouvidos pela reportagem, a renegociação do teto da dívida americana virou uma briga política para atender aos objetivos dos partidos, o que pode ser perigoso conforme se aproxima o prazo de vencimento das próximas despesas do governo.

Quais seriam os impactos no Brasil?

Gibertoni, da Portofino, comenta que, se não chegarem a um acordo para elevar o teto até a data dos próximos pagamentos e os EUA não honrarem com suas dívidas, os primeiros impactos seriam sentidos nos ativos de risco.

O economista da Oriz Partners compartilha da mesma visão e complementa que um calote poderia levar o dólar a perder valor diante das principais moedas de economias desenvolvidas. As de países emergentes, por outro lado, deveriam passar por uma depreciação, já que são consideradas bem menos seguras.

Haveria, ainda, a possibilidade de que os países passassem a elevar de forma significativa suas taxas de juros.

Os próprios EUA deveriam promover esses aumentos, tentando tornar os seus títulos públicos mais atrativos com uma maior rentabilidade, em um esforço para que a maior economia do mundo consiga arrecadar mais dinheiro e se refinanciar.

Marchi destaca que "uma coisa é o governo não honrar o pagamento de uma dívida porque não tem saúde financeira para tal e outra coisa é não pagar o compromisso assumido porque não se chega a um acordo político". Nesse sentido, ninguém questiona a capacidade americana de pagar as dívidas e, mesmo com o calote, os títulos continuariam atrativos, ainda mais se os juros subissem.

Neste contexto, outros países desenvolvidos também poderiam subir suas taxas e, principalmente, os emergentes, para tentar competir e atrair capital estrangeiro.

E nesse ponto entram os impactos socioeconômicos. Pizzani, da CM Capital, e Espirito Santo, do Ibmec, comentam que o "colapso social seria muito grande", com consequências "de dimensões catastróficas".

Cabe destacar:

- A forte pressão inflacionária sobre o Brasil, já que o país trabalha com diversos produtos importados e, com a desvalorização do real perante outras moedas, esses produtos ficariam mais caros;

- A manutenção ou o possível aumento da Selic, taxa básica de juros, que hoje já está em 13,75% ao ano, para tentar conter parte da disparada dos preços;

- Os juros também poderiam ser mantidos elevados para atrair investidores estrangeiros em um cenário de maior aversão ao risco, em que seria necessária uma rentabilidade muito maior para ganhar dos ativos de países desenvolvidos e trazer capital para cá, em uma tentativa de valorizar o real;

- Com inflação elevada e juros altos, a atividade econômica nacional poderia desacelerar, já que os custos para consumir ficariam mais caros;

- O Brasil também poderia exportar menos, já que os EUA são um dos principais compradores de produtos do país e, com os problemas financeiros, deixariam de importar;

- Com tal cenário, o Brasil poderia não quebrar com um calote na dívida americana, mas as chances de passar por um período de forte desaceleração e possível recessão seriam grandes.

Há chances de que os EUA deem um calote nas dívidas?

Outro consenso entre todos os especialistas é que as chances de um calote na dívida americana são praticamente mínimas e que, apesar da renegociação do teto ter se tornado uma briga política, não é interessante para nenhum dos partidos deixar que os EUA fiquem inadimplentes.

Marchi, da Oriz Partners, destaca que há anos a "regra" para a renegociação tem sido que os partidos não cedam tão fácil, principalmente quando o presidente do país está na mão de um partido e o Congresso é comandado pela oposição.

"O caso mais emblemático aconteceu em 2011 [no governo de Barack Obama], quando a crise de negociação entre Congresso e Executivo levou a Standard & Poor’s a rebaixar a nota de crédito do país pela primeira vez na história, justificando que as diferenças entre os partidos em superar problemas fiscais estavam cada vez maiores", comenta o economista.

As notas de crédito são dadas por agências de classificação de risco e refletem a capacidade que um país tem de honrar com seus compromissos. O cálculo da nota leva em consideração uma série de fatores — como saúde financeira, conjuntura econômica e históricos de pagamentos, por exemplo, entre outros. Essa classificação costuma ir da nota D (a pior) até a AAA (a melhor).

Ainda assim, governo e oposição, historicamente, sempre chegam a uma conclusão. Thomas, da Portofino, pontua que logo um acordo deve ser fechado, provavelmente com os democratas aceitando algum nível de redução nas despesas do governo e os republicanos, formas de aumentar a arrecadação.

Bruna Miato, g1, 25/mai

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Casa 4 Quartos na Barra da Tijuca - R$ 2.000.000,00



Ibovespa opera em baixa depois da aprovação do arcabouço, ainda com teto da dívida americana no radar

No dia anterior, o principal índice do mercado de ações brasileiro recuou 0,26%, aos 109.928 pontos.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em baixa nesta quarta-feira (24), após a aprovação do texto do novo arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados na noite anterior.

O índice acompanha o desempenho negativo de bolsas no exterior, com investidores ainda na expectativa por um acordo que permita ao governo americano elevar o seu teto de endividamento antes do começo de junho.

Às 11h47, o índice caía 0,62%, aos 109.245 pontos.

No mesmo horário, as ações da Vale, empresa com maior peso na composição do Ibovespa, recuava mais de 2%, assim como outras mineradoras e siderúrgicas, acompanhando o quinto dia consecutivo de desvalorização do minério de ferro nos mercados internacionais.

Os papéis dos bancos também contribuem para o baixo desempenho do índice, com destaque para a queda de mais de 2% do Bradesco.

Na véspera, o Ibovespa teve queda de 0,26%, aos 109.928 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular:

- Ganhos de 5,54% no mês;

- Avanço de 0,44% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

No cenário doméstico, o grande destaque do dia é a aprovação do novo arcabouço. A proposta limita os gastos do governo, substituindo o atual teto de gastos, e coloca regras para o crescimento das despesas nos próximos anos.

O texto prevê:

- Que seja feita a avaliação bimestral de receitas e despesas;

- Que o crescimento dos gastos públicos fica limitado a 70% do crescimento da arrecadação do governo, caso a meta seja cumprida (exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1,4%);

- Que o crescimento dos gastos públicos fica limitado a 50% do crescimento da arrecadação do governo, caso a meta não seja cumprida (exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1%);

- Que mesmo que arrecadação do governo cresça muito, será necessário respeitar um intervalo fixo no crescimento real dos gastos, variando entre 0,6% e 2,5%, desconsiderando a inflação do período.

Já no exterior, as atenções seguem voltadas à renegociação do das dívidas dos Estados Unidos, que permanece sem nenhum acordo entre os democratas, do presidente Joe Biden, e os republicanos, do presidente da Câmara, Kevin McCarthy.

A maior economia do mundo atingiu o seu limite de endividamento, de US$ 31,4 trilhões, ainda em janeiro - lá, o ano fiscal vai de outubro a setembro. Agora, precisa que o Congresso aprove uma elevação do teto dos gastos para conseguir continuar arcando com suas despesas, emitindo novos títulos de dívidas.

Representantes do governo afirmam que o Tesouro ficará sem dinheiro para honrar seus compromissos financeiros já no começo de junho, caso um acordo não seja feito logo.

g1, 24/mai

terça-feira, 23 de maio de 2023

Apartamento 2 Quartos, 1 Suíte na Barra da Tijuca - R$ 895.000,00

 


Por que os bancos brasileiros resistem melhor às altas de juros do que os americanos?

Nos Estados Unidos, três bancos já quebraram e outros passam por dificuldades. Em contrapartida, as instituições brasileiras continuam lucrando, já que o sistema é mais concentrado e regulado, o que ajuda a explicar a resiliência.

Apesar dos últimos aumentos feitos nas taxas de juros, os bancos brasileiros continuam entregando resultados bilionários. No primeiro trimestre de 2023, o lucro agregado das quatro principais instituições financeiras do país foi de R$ 23,35 bilhões.

Curiosamente, essa realidade contrasta bastante com a situação dos bancos nos Estados Unidos.

Por aqui, o Banco do Brasil foi o banco com o maior lucro líquido do período: R$ 8,6 bilhões, alta de 29% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2022. Em seguida, o Itaú Unibanco acumulou R$ 8,43 bilhões. Bradesco e Santander reportaram uma queda no resultado, mas ainda assim lucraram R$ 4,28 bilhões e R$ 2,14 bilhões, respectivamente.

Já na maior economia do mundo, desde meados de março, não param de surgir bancos com graves problemas, causados justamente pela elevação das taxas no país, que hoje chegam a 5,25% ao ano.

Esta matéria vai abordar:

1. O que está acontecendo nos Estados Unidos

2. Qual o "segredo" dos bancos brasileiros

3. A prática dos bancos brasileiros com o sobe e desce dos juros

4. As estratégias de investimentos adotadas pelos bancos americanos que não deram certo

5. A concentração dos sistemas bancários nos dois países

6. A forte regulamentação dos bancos no Brasil

O que está acontecendo nos Estados Unidos?

Com a disparada dos juros, que haviam sido zerados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no começo da pandemia, os clientes — tanto pessoas físicas quanto empresas — passaram a retirar seus recursos, que estavam rendendo muito pouco, dos bancos.

Parte desse dinheiro foi utilizada para pagar as contas, já que a inflação está alta no país, mas o outro montante foi reinvestido em outras instituições e aplicações financeiras, que ofereciam uma rentabilidade melhor.

Assim, parte dos bancos americanos sofreu uma grande quantidade de saques com os quais não estavam preparados para lidar.

No dia 10 de março, o primeiro caso de quebra veio do Silicon Valley Bank (SVB), banco regional que atendia muitas empresas de tecnologia, principalmente startups.

Apenas dois dias depois, o Signature Bank foi fechado por órgãos do sistema financeiro americano, também por problemas de liquidez. O mesmo aconteceu com o First Republic Bank, que no começo de maio foi comprado pelo gigante J.P. Morgan.

Qual o 'segredo' dos bancos brasileiros?

Não que os juros altos não atinjam os bancos brasileiros, mas isso ocorre de forma diferente. O grande problema de uma Selic maior é o crescimento da inadimplência (a quantidade de pessoas que fica devendo para o banco), que elevam também as provisões dessas instituições financeiras.

As provisões são valores reservados pelos bancos para cobrir eventuais calotes, e servem para garantir a saúde financeira e operacional dessas instituições.

Assim, quanto maior o juro, maior tende a ser o grau de endividamento das famílias — o que, consequentemente, aumenta os índices de inadimplência dos bancos e a quantia destinada a provisões, impactando negativamente no lucro dessas companhias.

No caso do Bradesco e do Santander, por exemplo, a inadimplência subiu a 5,1% e 3,2%, respectivamente, o que explica, em parte, a queda nos lucros desses bancos.

Já no Itaú Unibanco, a taxa se manteve estável em 2,9%. O Banco do Brasil também apresentou estabilidade, em 2,62%.

Mas há uma série de fatores que explicam por que uma quebra dos bancos no Brasil está tão distante, mesmo em um ambiente como esse. Segundo especialistas ouvidos pelo g1, as principais razões são:

1. Brasil já é mais acostumado a viver com juros altos e longos ciclos de aperto monetário;

2. Os bancos brasileiros têm uma estratégia de investimentos diferente dos americanos, que, na pandemia, investiram em títulos que os colocaram em um problema de liquidez, ou seja, não tinham dinheiro suficiente em caixa para os saques;

3. O Brasil conta com uma regulamentação mais conservadora e rígida para os bancos, como forma de proteger o sistema contra quebras;

4. O sistema bancário brasileiro é bem mais concentrado que o americano, com poucos bancos contando com dezenas de milhões de clientes, o que reduz o risco de quebra.

Sobe e desce dos juros é comum no Brasil

Alexandre Silverio, diretor-executivo da Tenax Capital, explica que o Brasil já é um país acostumado com ciclos de aperto na política monetária e, por isso, os bancos sabem navegar na maré dos juros altos.

Dessa forma, quando a taxa Selic voltou a subir em 2021, em uma tentativa do Banco Central do Brasil de controlar a inflação, as principais instituições financeiras do país já começaram a projetar a possibilidade de os juros caminharem até um patamar de dois dígitos, o que de fato aconteceu.

Os bancos brasileiros também costumam adotar estratégias de investimentos que possam oferecer bons resultados em diversas situações.

Charbel Zaib, economista-chefe da Arcani Investimentos, afirma que, por aqui, as instituições costumam alocar boa parte de seus recursos nos títulos pós-fixados, que são aqueles que têm seu rendimento atrelado à variação da taxa de juros. Assim, se a Selic sobe, o título também vai render mais.

Estratégia de investimento equivocada

Nos Estados Unidos, a estratégia de investimentos foi outra: os bancos optaram por títulos prefixados. Esses títulos, como o próprio nome sugere, têm uma rentabilidade definida já no momento da compra. Ou seja, não variam se a taxa de juros sobe. E a escolha foi tomada justamente pela "falta de prática" dessas instituições com os juros altos.

Silverio diz que, desde a crise financeira de 2008, o Fed vinha trabalhando com taxas de juros baixas, que estimulam a economia em momentos difíceis.

Isso se intensificou em 2020, com a pandemia de Covid-19. Com as paralisações de atividade, o Fed passou a oferecer incentivos a pessoas e empresas para reduzir os impactos econômicos do período. Naquele momento, as taxas de juros foram zeradas.

De acordo com Zaib, parte desses incentivos econômicos foi usada pela população e pelas empresas para o pagamento das contas básicas, mas outra porção foi guardada nos bancos. Por se tratar de um momento de incerteza, a grande parte dos depósitos foi feita à vista, modalidade mais tradicional e que permite ao cliente pode sacar o dinheiro quando quiser.

Com as taxas de juros zeradas, parte dos bancos investiu os recursos depositados pelos clientes em um dos títulos do Tesouro americano, que oferecia uma rentabilidade acima da média, de cerca de 1,5% ao ano, mas que tinha um prazo de duração longo.

Conforme a inflação passou a subir e o Fed iniciou uma política de alta nos juros, a estratégia se mostrou ruim. Isso porque os clientes passaram a solicitar saques do dinheiro depositado e os bancos precisaram se livrar dos títulos do Tesouro com prejuízo.

Com a informação de dificuldades dos bancos se espalhando, ocorreram as chamadas "corridas bancárias" de clientes com medo de que as instituições quebrassem e lhes desse um calote.

Funciona como uma "profecia autorrealizável": quando muitas pessoas têm medo de que um banco quebre e correm para sacar o dinheiro, ele realmente quebra porque não tem recursos em caixa para atender toda a demanda.

Concentração do sistema bancário

Um consenso entre os especialistas é que é bastante improvável que uma corrida bancária no Brasil tenha os mesmos impactos que nos Estados Unidos. E isso pode ser explicado por um motivo simples: há um número muito menor de instituições financeiras, com muito mais clientes.

Marcelo Malta, diretor-executivo da Arcani Investimentos, destaca que os cinco principais bancos do país possuem dezenas de milhões de consumidores e, exatamente por isso, a probabilidade de que uma corrida bancária atinja uma porcentagem relevante dos clientes é muito pequena.

Já nos Estados Unidos, o sistema financeiro é muito pulverizado: há centenas de bancos, e a grande maioria deles conta com um percentual menor clientes em relação ao total da população.

Vale lembrar que os três bancos que quebraram nos Estados Unidos eram bancos regionais, de pequeno ou médio porte. Os riscos de que a crise chegue nos grandes bancos americanos são bem menores, de acordo com todos os especialistas consultados pela reportagem.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, é justamente a forte pulverização naquele país que torna mais difícil que todo o sistema bancário americano quebre, já que se uma das centenas de bancos de pequeno ou médio porte quebrar, o impacto econômico será menor.

Forte regulamentação brasileira

Matheus Amaral, analista de bancos do Inter Research, reafirma que o grande problema nos Estados Unidos é o "descasamento entre ativos e passivos", ou seja, o fato de os bancos não terem dinheiro em caixa suficiente para arcar com os saques.

Além das escolhas estratégicas de investimentos que não deram certo para aquelas instituições, o especialista destaca que a regulamentação dos bancos lá fora é bem menos rígida que no Brasil.

Há um órgão global, o Comitê de Basiléia, que prevê recomendações de regulações e reúne as melhores práticas bancárias para a promoção e a manutenção da estabilidade dos sistemas financeiros nos países.

No final dos anos 90, após a implementação do Plano Real e da falência de alguns bancos brasileiros, o país adotou as recomendações desse comitê, mas optou por aplicar medidas ainda mais restritivas para garantir a segurança.

Com as regras adotadas naquele momento, as instituições financeiras brasileiras passaram a ter a obrigação de manter um montante de patrimônio líquido mínimo para garantir a liquidez, por exemplo.

Essa reserva deve conter, para além da proporção indicada pelo Comitê de Basiléia, montantes específicos para arcar com os riscos de crédito de diferentes tipos de ativos.

Nos Estados Unidos, conforme explicam os especialistas, essas reservas são menores. Assim, os bancos do país operam com mais riscos, ponto que pode ser prejudicial em momentos, como o atual, de incertezas econômicas.

Bruna Miato, g1, 23/mai

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Casa 4 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 6.500.000,00



O caos na economia mundial que viria com possível calote da dívida dos EUA

A BBC analisa três formas como população global poderia ser afetada caso os Estados Unidos não consigam chegar a um acordo sobre a dívida do país.

O governo dos EUA está atualmente envolvido em uma disputa que pode se tornar uma das mais caras da história.

Se democratas e republicanos não concordarem em permitir que o governo dos EUA tome mais empréstimos — ou, para usar o jargão das finanças públicas, aumente o teto da dívida —, a maior economia do mundo deixará de pagar sua dívida de US$ 31,4 trilhões.

Eles precisam chegar a um acordo até 1º de junho — data conhecida como "dia X".

Em troca de apoio para aumentar o teto da dívida, os republicanos estão exigindo cortes orçamentários na ordem de US$ 4,5 trilhões, o que frustaria várias prioridades da agenda do presidente Joe Biden.

A Casa Branca chamou a exigência republicana de "um plano para devastar famílias americanas trabalhadoras", embora tenha sinalizado nos últimos dias que pode fazer algumas concessões orçamentárias.

Tanto Biden quanto o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, estão sob pressão de alas dos seus respectivos partidos para não ceder. Com uma estreita maioria democrata no Senado, de diferença de apenas uma cadeira, e o controle também apertado dos republicanos na Câmara dos Representantes, chegar a um acordo até agora se mostrou complicado.

Biden afirmou, durante a cúpula do G7, no Japão, que planejava conversar com McCarthy ainda neste domingo (21/5) para tentar uma nova negociação. Na véspera, McCarthy havia dito a jornalistas que não esperava avanços no diálogo até que Biden voltasse do Japão.

Se não houver acordo, o impacto seria "devastador" não só nos EUA como no resto do mundo, de acordo com o ministro britânico das Finanças, Jeremy Hunt.

"Seria absolutamente devastador se os EUA, um dos maiores motores da economia global, tiver seu PIB (Produto Interno Bruto) tirado dos trilhos pela ausência de um acordo", disse ele, também durante o G7.

Na prática, o que isso significaria para a economia — e para você?

A economia

Em primeiro lugar, é preciso estabelecer algo: todos os especialistas com quem a BBC conversou acham que os EUA não vão dar calote em sua dívida.

No entanto, se isso acontecesse, "a crise financeira global [de 2008] pareceria apenas uma pequena festinha" em comparação, diz Simon French, economista-chefe do banco de investimentos Panmure Gordon.

Se os EUA não elevarem o teto de sua dívida, não poderão tomar mais dinheiro emprestado — e rapidamente ficarão sem verba para pagar suas obrigações.

"O governo pararia de distribuir pagamentos de benefícios sociais e apoio às pessoas, o que afetaria a capacidade delas de consumir e pagar suas contas", diz Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell. "Portanto, isso afetaria a economia."

O Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca estima que, se o governo não chegar a um acordo sobre o teto da dívida por um período prolongado, a economia americana poderá encolher até 6,1%.

O economista Mohamed El-Erian, presidente do Queens' College da Universidade de Cambridge, diz que um calote "provavelmente levaria os EUA à recessão".

Isso teria grandes efeitos no resto do mundo.

"Os EUA são um dos maiores parceiros comerciais do mundo. [Nesse cenário de calote] Eles comprariam menos produtos do resto do mundo", diz.

El-Erian não acha que uma recessão nos EUA levaria a uma desaceleração econômica em outros países. Já French está "100% convencido" de que isso aconteceria.

Preços disparariam

O dólar americano é a moeda de reserva do mundo.

Uma enorme lista de commodities importantes, como o petróleo e o trigo são cotados em dólares.

Se o governo dos EUA não pagar sua dívida, o valor do dólar deverá desabar drasticamente.

Isso parece boa notícia para pessoas fora dos EUA, mas na prática significa que os investidores em commodities "não saberiam como precificar as coisas", diz French.

"Com um calote dos EUA, os investidores entrariam em pânico e se perguntariam: 'O Japão será o próximo? O Reino Unido? A Alemanha? Quem mais se tornará inadimplente?'", diz ele.

"De repente, temos que reavaliar tudo e, em termos econômicos, é um prêmio de risco. Você ganha um prêmio de risco adicionado aos preços e, assim, até o pão fica mais caro."

Com alimentos e combustível mais caros, o custo de vida de milhões de pessoas vai disparar.

Aposentadorias

Os EUA respondem por 60% do valor dos mercados de ações globais, de acordo com Mould.

"Portanto, é grande a probabilidade de que muitas pessoas tenham exposição a ações americanas em suas aposentadorias, quer saibam ou não", disse ele.

E os mercados de ações provavelmente reagirão mal a um calote dos EUA.

Mas não há apenas más notícias.

Em 2011, democratas e republicanos seguiram em impasse sobre o teto da dívida até horas antes de um possível calote.

As bolsas americanas despencaram. Mas o susto durou pouco e as ações se recuperaram da forte queda.

Mould acredita que o mesmo acontecerá agora.

Embora as pessoas que recebem aposentadorias agora possam ser afetadas, diz ele, "se você está planejando usar esse dinheiro em algum lugar no futuro, então você tem tempo para compensar esse déficit".

Dearbail Jordan, BBC

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Casa 4 Quartos, 2 Suítes na Barra da Tijuca - R$ 3.600.000,00



Walt Disney desiste de investir US$ 1 bilhão na Flórida em meio a briga com governador; entenda

Companhia suspendeu a construção de um complexo em Orlando, na Flórida, em meio a embate jurídico com o republicano Ron DeSantis.

A gigante de mídia e entretenimento Walt Disney desistiu da construção de um complexo de escritórios de quase US$ 1 bilhão em Orlando, na Flórida, em meio a brigas judiciais com o governador do estado, Ron DeSantis, informou a imprensa internacional.

Em um e-mail enviado a funcionários, a companhia afirmou que está descartando o plano de levar 2 mil empregos para a Flórida por causa da "mudança nas condições de negócios" no estado.

De acordo com o jornal Orlando Sentinel, o principal da cidade, o chefe dos parques da Disney, Josh D'Amaro, afirmou que "mudanças de licença" fizeram a empresa reconsiderar a ideia de investimento.

O plano da companhia era realocar funcionários, incluindo os "Imagineers" (responsáveis pelos passeios em parques temáticos) para o novo campus em Lake Nona, que fica a cerca de 30 quilômetros dos principais parques na cidade.

A estimativa era que a Disney investisse até US$ 864 milhões no projeto.

Na última semana, o presidente da Disney, Bob Iger, questionou publicamente o interesse da Flórida no investimento contínuo da empresa.

Em uma ligação com investidores para discutir os resultados trimestrais, ele observou que a empresa empregava mais de 75 mil pessoas na no estado, além de atrair milhões de visitantes todos os anos ao Walt Disney World.

O executivo também afirmou, segundo a agência Reuters, que tinha planos de investir US$ 17 bilhões para expandir o resort na próxima década. “O estado quer que invistamos mais, empreguemos mais pessoas e paguemos mais impostos ou não?”, questionou.

O movimento é um novo capítulo do embate entre a companhia e o governador da Flórida, Ron DeSantis, que já se estende há mais de um ano. A decisão ainda vem em meio às recentes demissões anunciadas pela empresa.

O que deu origem ao conflito?

O atrito entre a empresa e o político republicano tem origem em uma crítica da companhia a uma lei educacional da Flórida, que limita a instrução em sala de aula sobre identidade de gênero e orientação sexual.

O embate aumentou e resultou em mais de um ano de discussões sobre um distrito fiscal especial (território dentro do estado) que abrange os parques Disney World.

Desde então, segundo o jornal norte-americano "The New York Times", os legisladores da Flórida têm aplicado medidas hostis à companhia – que é a maior pagadora de impostos do estado.

Em fevereiro, diz o jornal, esses legisladores acabaram com a capacidade de longa data da Disney de "autogovernar" seu resort de 25 mil acres ( aproximadamente 101 mil m²) como se fosse um condado, dando a DeSantis o controle sobre os serviços governamentais desse território.

Os novos administradores identificaram, então, que o conselho, quando ainda controlado pela Disney, havia aprovado contratos de desenvolvimento que desagradam a nova gestão.

O cenário resultou em uma série de ações judiciais, em um esforço dos novos conselheiros para anular os acordos firmados na gestão anterior.

Nesse contexto, segundo o "The New York Times", a Disney está processando DeSantis e seus aliados no tribunal federal, enquanto os indicados pelo distrito fiscal do governador tentam uma ofensiva por meio de ações judiciais no tribunal estadual.

g1, 19/mai