segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Trump Towers devem mudar paisagem da região central


Considerado o maior empreendimento de uso comercial exclusivamente urbano entre os países que compõem o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) começa em breve, no coração do Porto Maravilha, a primeira fase de construção das Trump Towers, megaprojeto que promete erguer cinco grandes torres de 38 andares e 150 metros de altura cada, que mudará radicalmente a paisagem e o comércio da até então decadente Avenida Francisco Bicalho, em frente à estação ferroviária Barão de Mauá.

O empreendimento é a primeira investida de peso das Organizações Trump, lideradas pelo magnata americano Donald Trump, que no caso da Trump Towers entra apenas com a marca e o know-how - o grupo americano assessora o projeto, licencia a marca, que pode ser retirada caso o negócio não atenda às exigências das Organizações Trump. Os parceiros de Trump na empreitada, porém, não temem por isso. A incorporadora imobiliária búlgara MRP International, o espanhol Salamanca Group e a construtora paulista Even já estão a todo vapor e pretendem, até 2016, entregar as duas primeiras de cinco torres - as outras três vão depender da demanda do mercado e não existe o compromisso de entregá-las até os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

"Não temos dúvida do potencial do Porto Maravilha. Aqui foram criadas todas as condições para que um projeto das dimensões das Trump Towers, algo inédito no Brasil, seja um sucesso absoluto", afirma Stefan Ivanov, presidente da incorporadora MRP no Brasil. "Se essa região do Rio, com todo o processo de revitalização vivido nos últimos anos, não fosse tão atrativa comercialmente, a família Trump não escolheria começar os negócios no Brasil por ali, depois de várias tentativas de entrar no país", diz Inanov.

De fato, Donald Trump busca, há alguns anos, parceiros para o seu modelo de negócios, que, por entrar apenas com a marca - e não com investimentos - nem sempre consegue adeptos. No caso da Trump Towers, além de investimentos dos parceiros envolvidos no projeto, a obra contará com recursos da Caixa Econômica Federal, gestora do fundo imobiliário da área do Porto Maravilha.

O valor dos investimentos na Trump Towers não é revelado, mas, segundo Ivanov, estima-se que o valor geral de vendas (VGV), caso as cinco torres sejam de fato construídas, fique entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. Nascido na Bulgária, mas dono de um português impecável, Stefan Ivanov afirma não existir, no mundo, um porto com tantos atrativos quanto o Porto Maravilha, primeiro pela sua privilegiada localização.

"Digite no Google Maps a palavra 'Rio de Janeiro': você vai cair exatamente no local onde pretendemos erguer as torres", afirma. Para o presidente da MPR no Brasil, a carência de bons escritórios comerciais na cidade, sobretudo na região central, vai fazer com que a demanda seja rapidamente atendida. "A maioria dos escritórios do Rio funciona de maneira precária, sem a mínima estrutura, alguns sem ar condicionado e entrada para internet, o que não deixa de ser uma aberração nos tempos de hoje", diz Ivanov.

Valor Econômico, 30/set

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Botafogo ganha obra projetada por Oscar Niemeyer nos anos 50


Retirados os tapumes, apenas algumas faixas laranjas ainda separam a Praia de Botafogo da mais nova obra de Oscar Niemeyer na cidade. Uma torre de 19 andares, batizada com o nome do arquiteto, e um centro cultural, idealizados nos anos 50 para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), entram na fase final de obras, atraindo olhares para as formas características do mestre. Integrando as duas novas construções e a antiga sede da FGV inaugurada em 1968, uma bela esplanada abre um respiro em meio à densa ocupação da área e convida a um passeio para admirar mais um pedaço da história escrita por Niemeyer.

Novo centro cultural

Orçada em cerca de R$ 140 milhões, a obra foi financiada pela Caixa Econômica Federal, que entrou com 85% dos recursos. Segundo Sérgio Quintella, vice-presidente da FGV, depois da inauguração em 19 de dezembro, aniversário da fundação, parte da torre será alugada para empresas e o recurso pagará o financiamento da Caixa. O restante será usado pela FGV, que já ocupa um prédio ao lado. Já o centro cultural será aberto em 2014.

- Vamos precisar alugar para pagar o financiamento - diz Quintella. - O Rio vai ganhar um belíssimo prédio. O centro cultural será usado 100% pela fundação. Teremos basicamente três áreas principais: uma biblioteca, que terá uma parte física e outra digital para dar acesso ao acervo ao país todo; uma grande área para estudo, com wi-fi e computadores; e auditórios. Haverá também área para exposições, e a esplanada poderá ser usada para mostras de esculturas, por exemplo - diz Quintella.

Quem se depara hoje com o centro cultural, que é o prédio de três andares e cobertura arredondada entre as duas torres, pode estranhar o amarelo que tinge o concreto, tipicamente branco nas obras de Oscar. João Niemeyer, sobrinho do mestre e arquiteto responsável pelo projeto, explica que a cor é do impermeabilizante do concreto. O branco será aplicado, apesar de achar que o tio gostaria da nova cor:

- Já brinquei que, se ele estivesse vivo, passaria aqui e falaria: "deixa amarelo". Ficou bonito. Mas vamos deixar branco, que foi a cor que ele escolheu. Conversei muito com ele sobre esse projeto. Sempre me perguntava como estavam as obras (que começaram há quase três anos, bem antes de Niemeyer morrer). Ele projetou nos anos 50 e sempre quis levá-la até o fim.

No fim dos anos 90, a FGV tentou licenciar a obra. Mas a Associação de Moradores de Botafogo e o Ministério Público impediram a construção com o argumento de que a torre desrespeitava o gabarito de Botafogo para a área (três andares para prédios comerciais). A polêmica consumiu dez anos de batalha judicial.

Móveis também de Niemeyer

Além dos 19 andares de fachada de vidro cinza chumbo, a torre tem um pavimento de uso comum e dois subsolos. O térreo terá mobiliário assinado por Niemeyer, uma escultura flutuante da artista Iole de Freitas e quadros de Maria Lynch. A torre terá o certificado Leed de sustentabilidade ambiental, que considera fatores como eficiência energética. No embalo das novidades, a antiga sede entrará em reforma. 

O que também surgiu de uma conversa entre Niemeyer e o sobrinho João.
- Perguntei: "O que faço com o prédio antigo?". Ele respondeu: "Põe igual ao novo. Ou tenta" - lembra João, com um sorriso. - A questão é que o prédio antigo é tombado e estamos em discussão com o Patrimônio. Na fachada, poderemos trocar os vidros, que passarão a ter a mesma cor dos vidros da torre nova. Mas as esquadrias terão que ser mantidas com suas linhas verticais. Os prédios precisam conversar.


O Globo, Fabíola Gerbase, 27/set

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

11 ideias para mudar a parede da sua casa - Abaixo o lugar-comum na decoração!

Tinta, papel, tecido, mosaico de vidro - tendo esses materiais como aliados, profissionais do décor colorem os ambientes de forma original, elegante e despojada. Veja, abaixo, uma seleção especial com ideias para lá de modernas!


SEM MODERAÇÃO
Por Fábio Galeazzo
Um traço comum aos ambientes assinados pelo designer de interiores Fábio Galeazzo é o cromatismo intenso. “Gosto de adotar referências multicoloridas e contrastá-las com tonalidades terrosas e texturas naturais”, diz. Na sala de jantar deste apartamento em São Paulo, Galeazzo apostou mais uma vez nessa combinação. O papel de parede desenhado por ele e produzido pela Tergoprint sobressai diante da mesa Concorde e das cadeiras Grace, da Poliform, na Casual Interiores. As fotos nos cavaletes são do Gabinete D.

AMPLITUDE VISUAL
Por Dana Frigerio
Foi depois de uma visita ao Hotel Carlton em St. Moritz, na Suíça, que a paisagista italiana Dana Frigerio apaixonou-se por listras verticais. “Adorei o efeito óptico obtido nos corredores do hotel, onde faixas desse tipo cobrem até os móveis”, revela. Ao voltar para sua casa, em Blevio, às margens do Lago de Como, Dana decidiu reproduzir o padrão na parede do seu quarto, onde o grafismo ajudou também a dar mais amplitude ao ambiente. “A inspiração pode estar em qualquer lugar. A ideia de combinar azul e rosa, por exemplo, veio de um vestido de Vivienne Westwood que vi em um desfile de moda”, comenta.

VERMELHO TROPICAL
Por Chicô Gouvêa
A decoração deste apartamento no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, foi pensada de modo a valorizar o gosto dos proprietários por obras de arte. Para as paredes da sala de jantar, buscou-se uma tonalidade quente, capaz de realçar a presença da expressiva tela de Di Cavalcanti ali exposta. Após muitas pesquisas, a escolha do arquiteto Chicô Gouvêa recaiu sobre a tinta acrílica Lugar de Festa, da Coral, com acabamento fosco. Também compõem a decoração uma mesa que leva perfis metálicos e tampo de vidro, desenhada pelo próprio Chicô, e luminárias Krisalide, de Andrea Cerretelli e Fabiana de Andrade, da La Lampe.

PURA SOFISTICAÇÃO
Por Intarya
Seda pura pintada à mão com detalhes bordados é o material que veste as paredes desta sala de jantar em Londres. O ambiente foi concebido para uma família que buscava um espaço onde pudesse realizar jantares e coquetéis formais. A estampa do tecido, desenvolvida pelo designer brasileiro Daniel Kostiuc, do escritório Intarya (sediado na capital inglesa e em fase de abertura de sua filial paulistana), em parceria com a Fromental, inspira-se na arquitetura do edifício, construído no século 19. “O objetivo foi criar um ambiente que combinasse elementos históricos com acabamentos contemporâneos”, aponta Kostiuc. Destaque também para o chandelier da Bisazza, o espelho da Baroncelli e a mesa de jantar da Intarya Bespoke.

COMO UMA ONDA
Por Paula Neder
A calçada central da avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, desenhada pelo paisagista Roberto Burle Marx, serviu de inspiração para a arquiteta Paula Neder projetar este vibrante mosaico geométrico. A parede, que mistura tons de azul, verde e amarelo, além do branco, é parte do banheiro de hóspedes de um apartamento em frente à praia de Copacabana. Paula conta que o local pertence a um executivo francês apaixonado pelo Rio. Daí a pertinência de se criar um ambiente descontraído e surpreendente, que fizesse referência à icônica cidade. Os mosaicos de vidro são da Vidrotil, e as louças e os metais, da Deca.

TEXTURA QUENTE
Por Denise Monteiro
Tecido foi a escolha da arquiteta Denise Monteiro para aquecer o décor deste apartamento no bairro paulistano do Morumbi. “Optei por um modelo de viscose com relevos para dar um toque vintage a este ambiente contemporâneo”, diz ela. A estampa escolhida (Aroeira Sol), da Regatta Tecidos, também adiciona movimento ao cômodo onde predominam peças atemporais, como a lounge chair de Charles & Ray Eames (1956), a luminária da Regatta Home e a mesa lateral da Artefacto. O piso é de mármore perlino bianco.

TRADIÇÃO ANDALUZA
Por Jaime Parladé
O estilo rústico que caracteriza as construções da Andaluzia, no sul da Espanha, norteou a ambientação eleita para o banheiro desta residência em Carmona, cidade localizada naquela região. O designer Jaime Parladé, que vive em Málaga, dividiu as paredes horizontalmente em três faixas, tingidas com cimento pigmentado. O piso recebeu ladrilhos hidráulicos com estampa geométrica – em preto, cinza e branco, as peças promovem um interessante contraste com o verde e o vermelho.

PERSONALIDADE MARCANTE
Por Marina Linhares
Às vezes, um elemento preexistente acaba induzindo as escolhas da decoração. Foi o que aconteceu no banheiro desta suíte em São Paulo. “A cuba de mármore verde alpi pedia um revestimento com personalidade”, revela a arquiteta Marina Linhares. No caso, a escolha foi um papel de parede da Sandberg, fornecido pela Wallpaper, inspirado nos painéis de tapeçaria francesa do século 18, com motivos botânicos. Piso de mármore da Mont Blanc, torneira da Louvre e espelho da IV Centenário.

EQUILÍBRIO GEOMÉTRICO
Por Maximiliano Crovato
Para o espaço atrás da cama deste quarto, o designer de interiores Maximiliano Crovato buscava algo impactante e, ao mesmo tempo, harmonioso em relação ao resto do ambiente. Objetivo alcançado com o papel de parede da Celina Dias. “As cores que compõem a estampa estão representadas em outros locais da suíte. O verde-claro pinta as demais paredes, o café com leite e o chocolate estão na roupa de cama da Trousseau e o turquesa se faz presente na cúpula da luminária sobre a mesa de cabeceira”, destaca Crovato. A iluminação, obtida com as arandelas da Dominici e o abajur da Lumini, valoriza a estampa.

LUXO ATEMPORAL
Por João Mansur
As andanças do arquiteto João Mansur pelo mundo inspiraram o décor deste lavabo, situado numa casa paulistana. “Seu visual clássico tem um quê de parisiense”, diz ele. O dourado das paredes vem da pintura especial feita com folhas de ouro pela dupla Adriana Pedrosa e Carlota Gasparian. “Quanto mais o tempo passa, melhor o resultado. O revestimento vai mudando de cor e ganhando um lindo aspecto envelhecido”, conta João, que equilibrou o tom marcante com bancada e piso de mármore branco. Como o espaço é pequeno, o profissional valeu-se de um truque para ampliá-lo visualmente: espelhos cobrem toda a parede atrás da pia, inclusive rente ao chão.

PATCHWORK DE ESTAMPAS
Por Luciana Tomas
A cor foi utilizada neste apartamento em São Paulo com um propósito bem específico: criar uma atmosfera despojada, condizente com o perfil dos moradores, um jovem casal à espera de seu primeiro filho. A arquiteta Luciana Tomas conta que o projeto possui uma base branca, para que outras tonalidades possam ser empregadas no mobiliário e em alguns revestimentos. Assim ocorreu na copa, onde a mesa da Cinex e o pendente da Yamamura ganharam a companhia de um patchwork de azulejos da Pavão Revestimentos. Outra pincelada de cor vem do azul das cadeiras.
25/09/2013 | POR ROSELE MARTINS (PESQUISA DE IMAGENS) E JULIANA NAKAMURA (TEXTO)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Bairro Maravilha beneficia 836 mil pessoas na Zona Norte


Um pacote de obras vai mudar o visual de 22 bairros da Zona Norte do Rio. As melhorias na área de infraestrutura serão no valor de R$ 657,4 milhões e beneficiarão aproximadamente 836 mil moradores, através do Programa Bairro Maravilha. A reurbanização inclui obras em 975 ruas - o que totaliza 326 quilômetros de vias restauradas -, e mudança em toda a rede de drenagem. As calçadas serão adaptadas para pessoas com necessidades especiais e haverá plantação de mudas de árvores em vários pontos.

As obras, que prometem repaginar as áreas, serão iniciadas em Anchieta e Ricardo de Albuquerque. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, as licitações para contratar a empresa responsável pelos serviços serão feitas na semana que vem. Estão na lista também Madureira, Bento Ribeiro, Marechal Hermes, Guadalupe (1 e 2), Rocha Miranda, Honório Gurgel, Colégio, Coelho Neto, Bonsucesso, Ramos, Olaria, Engenho de Dentro, Méier, Engenho Novo/Sampaio, Cachambi, Maria da Graça e Del Castilho. Localidades do Centro, como Cidade Nova, Benfica, Rio Comprido também serão revitalizadas.

A informação agradou a moradores de bairros que serão contemplados "Tudo aqui está largado, com aspecto de que foi esquecido no tempo. A sensação que eu tenho é que paramos no passado. Espero realmente que isso saia do papel, pode haver até valorização dos imóveis", afirmou a auxiliar adminstrativa, Joseane Santos, 36 anos, de Bento Ribeiro.

Para a o vendedor Nilson Moreira da Silva, 54, que mora há 12 anos em Madureira, não bastam as obras. "Espero que esse projeto traga uma melhoria até na qualidade de vida das pessoas que moram no bairro. Isso signfica que a revitalização pode ser tão maior que englobe inclusive a retirada de usuários de crack nas ruas. Não adianta apenas melhora o bairro na questão de infraestrutura".

A dona de casa Maria das Graças de Souza, 55, de Marechal Hermes, reclamou que no bairro a situação das ruas provoca acidentes. "Os idosos ficam à mercê dos buracos. Seria muito bom que consertassem", disse.

Toda rede de drenagem deve ser trocada até 2016

A previsão é de que, no máximo, até 2016, toda a rede de drenagem já existente nesses 22 bairros tenha sido trocada, o que vai melhorar o escoamento de águas da chuva, evitando inundações. Por onde as obras vão sendo feitas, há um trabalho paralelo de paisagismo.

"Estas obras resgatam a autoestima do subúrbio carioca. Já levamos melhorias a outros pontos da Zona Norte e agora vamos entrar nestes bairros", afirmou o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto. A secretária Claudia Santos, 26 anos, acredita que em Rocha Miranda o visual do bairro seja prioridade: "Precisamos de árvores, flores, de uma praça melhor para crianças. Vamos ver se isso sai do papel, porque a situação está bem caótica. Um local bem cuidado muda até o astral dos moradores".

Essa será a segunda etapa do projeto na Zona Norte. Na primeira, que começou em 2009, o foco foram 17 bairros -Pavuna, Costa Barros, Barros Filho, Cascadura, Quintino, Turiaçu, Parada de Lucas, Vila dos Ferroviários, Oswaldo Cruz, Engenho Novo, Jardim América, Anchieta, Parque Anchieta, Jacaré, Mariópolis, Parque Esperança e Rua Coronel Josué e entorno. Nesta etapa, estima-se que o programa tenha beneficiado 318.219 cariocas.

Moradores denunciam invasão de unidades vazias por traficantes

Enquanto isso, em outra área da Zona Norte, o Bairro Carioca, em Triagem, a situação é pouco animadora. Muitos moradores reclamam que apartamentos vazios do condomínio, que faz parte do Programa Minha Casa, Minha Vida, estão sendo invadidos por traficantes.

Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, todas as unidades serão entregues até o fim do ano a seus donos.

De acordo com moradores, devido à demora na entrega dos imóveis, bandidos foram atraídos pela falta de segurança e facilidade em entrar nas unidades. Aparelhos de ar-condicionado do Centro Esportivo foram furtados e os banheiros estão quebrados.

Janelas dos lotes a serem entregues foram danificadas. "Há venda de drogas em alguns apartamentos vazios e até na quadra de esportes. A criançada joga bola enquanto o tráfico age nas proximidades, especialmente onde eram os banheiros", conta uma moradora. Moradores que já receberam apartamentos pedem solução para problemas que apareceram após a conclusão das obras, mas estão mais preocupados com a falta de segurança.

Plano para tratar areia de praias da Ilha

Ainda na Zona Norte, na Ilha do Governador, haverá obras no valor de R$ 18 milhões. Na Praia da Guanabara, na Freguesia,serão implantados novos decks e 20 modernos quiosques com banheiros.

As intervenções serão também para construir uma rede de drenagem no local em complemento à existente, eliminando línguas negras ao longo da faixa de areia. O investimento é de R$ 9 milhões, tendo prazo previsto de execução, segundo a Rio Águas, seis meses. Já na Praia da Bica, a areia vai passar por um tratamento para melhorar sua qualidade. Também está sendo construída uma galeria no entorno da orla, a fim de eliminar deságues de águas das chuvas. O prazo de conclusão é julho de 2014.

Dentro do mesmo programa, já foram feitos 700 metros de novas galerias pluviais para eliminar pontos de alagamentos na Ilha do Governador, um das principais reclamações de infraestrutura dos moradores da região.


O Dia, Christina Nascimento, 25/set

terça-feira, 24 de setembro de 2013

QUARTO E SALA - Parede para quê? Veja cinco casas que integram as áreas íntima e social

Misturar quarto e sala não significa bagunça ou falta de privacidade. Integrados, estes dois ambientes podem ser funcionais e ainda ter muito charme. A solução funciona muito bem para apartamentos pequenos e para quem mora sozinho. Porta de correr, biombo ou cortina são algumas soluções de decoração para uma união bem-sucedida. Inspire-se com cinco projetos e coloque as paredes abaixo.


Como um livro aberto
Quando a metragem é reduzida, como no apartamento de 67 m², integrar ambientes cria a sensação de amplitude. No projeto do escritório de arquitetura dt.estúdio, a única divisória entre quarto e sala é uma cortina de linho, que, quando recolhida, expõe a cama. Em vez de armário embutido, há um antigo guarda-roupa espelhado. Um baú, atrás da cama, e módulos com rodízios, nas laterais, servem de pontos de armazenamento.



Sem divisórias
A cabana de pescador foi transformada em casa de hóspedes na propriedade do publicitário Wilfredo Gomes. A arquiteta Deborah Cordovil recuperou a construção e integrou todos os ambientes. O grande sofá vira cama de casal. Logo ao lado fica a mesa de jantar e uma pequena cozinha. O banheiro fica “escondido” atrás de um biombo.



Problema superado
O morador Bruno Poppa queria integrar todos os ambientes do apartamento. Entre a suíte e a sala, os arquitetos do Superlimão Studio encontraram um pilar e, para disfarçá-lo, instalaram painéis de madeira. Se Bruno quiser preservar sua intimidade, é só fechar o quarto puxando-os para a lateral. Eles se escondem entre os armários azuis.



Casa para um
O apartamento de Marcelo Andrade tem só 42 m², mas é muito funcional. “Nossa maior sacada foi demolir a parede entre o único quarto e a sala para criar uma nova removível”, diz o designer de interiores Gabriel Valdivieso. Ou seja, uma porta de correr separa os ambientes quando o morador quer privacidade. Sem área de serviço, já que o prédio tem lavanderia coletiva, o projeto ficou inteiro aberto. “Mandei quebrar todas as paredes possíveis. Não faz sentido ter divisões quando se mora sozinho”, diz Marcelo.



Cama nas alturas
O quarto do fotógrafo Lufe Gomes fica suspenso em um mezanino metálico. O 1,20 m de altura é suficiente para ele dormir no colchão colocado direto no piso. Como trabalha em casa, o escritório fica embaixo. Tudo é integrado com a sala, à esq., e a cozinha, em frente. O apartamento, de 60 m² e pé-direito alto, virou um loft.


23/09/2013 - 11H24 - POR CASA E JARDIM

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Com visual leve, ponte estaiada da Barra deve ficar pronta em outubro


Há dois meses trabalhando na Barra da Tijuca, a moradora da Taquara Cláudia Domingues pôde esta semana admirar, pela primeira vez, um ângulo do bairro a que poucos cariocas tiveram - ou terão - acesso: a Avenida Ayrton Senna vista do topo de um dos quatro mastros que sustentam os 56 cabos de aço da mais nova ponte estaiada da cidade. De celular em punho, Cláudia, que é técnica de segurança no canteiro de obras da Transcarioca, tratou de fotografar o belo cenário. Tanto para mostrar à família em casa, como para provar aos colegas de trabalho que havia, enfim, vencido o medo de altura.

As fotos da operária, assim como as feitas pela equipe de O GLOBO durante uma visita ao local na terça-feira, foram umas das últimas tiradas lá de cima, a 48 metros de altura. Em outubro, a ponte estaiada da Barra, primeira do BRT Transcarioca, será aberta a carros.

Medindo 209 metros de extensão e com pistas separadas para automóveis e ônibus ligeirões, esta será a segunda ponte suspensa da cidade. A primeira foi a Ponte do Saber, na Ilha do Fundão, aberta em fevereiro de 2012. Até 2014, outras duas, entre elas a que já está em construção na entrada da Ilha do Governador, farão parte da paisagem carioca. Em 2015, serão pelo menos quatro pontes e um viaduto, com este tipo de estética e tecnologia, espalhados pelo Rio.

Em fase de acabamentos
Com a aproximação da abertura da primeira ponte estaiada do BRT Transcarioca, os andaimes e as estruturas de escada que levam até o alto serão desmontados nos próximos dias. No momento, cerca de 400 homens e mulheres vêm cuidando dos detalhes finais: os testes nos cabos (é possível monitorar a força por um sistema computadorizado) e a pavimentação da pista de duas faixas por onde circularão os veículos.

Lá de cima, é possível ver as marcas do crescimento imobiliário da Barra em direção ao Recreio. Logo abaixo da ponte, máquinas e homens trabalham na construção do novo retorno que levará motoristas que circulam pela Ayrton Senna diretamente para as vias atrás do Shopping Via Parque.

- Quando a nova ponte estiver pronta, a prefeitura vai acabar com todos os sinais de trânsito da Ayrton Senna. Hoje, há engarrafamentos por causa do excesso de carros e dos cruzamentos que geram trânsito pesado. Nos horários de pico, com a ponte e sem os sinais, ganharemos aqui, no mínimo, uns 15 minutos - estima o gerente de obras de vias especiais da prefeitura, Eduardo Fagundes Carvalho.

A previsão é que o sistema BRT da Transcarioca (corredor expresso entre a Barra e o Aeroporto Internacional Tom Jobim) comece a operar no primeiro trimestre de 2014. A ponte, que custará R$ 100 milhões e foi projetada pelo arquiteto Mário de Miranda, ligará as avenidas Ayrton Senna e Abelardo Bueno, por cima das lagoas do Camorim e de Jacarepaguá.

Com ares góticos, via será exclusiva para atender ao BRT

Na ponte sobre a Baía de Guanabara (que liga o Fundão à Ilha do Governador), o desenho dos mastros, semelhante a um arco gótico, foi escolhido pelo próprio prefeito Eduardo Paes. Prevista para ser entregue em março de 2014, ela é paralela à ponte de acesso à Ilha do Governador e será exclusiva para o BRT Transcarioca. O projeto executivo é da empresa do engenheiro Catão Francisco Ribeiro. A presença dos arcos, com andaimes esverdeados, já chama atenção de quem passa pelo bairro.

Em comparação com à da Barra, ela é mais leve, pois está sendo construída com estrutura metálica em vez de concreto. E tem dimensões maiores: 400 metros de extensão, sendo 200 metros de vão livres por onde passarão os ligeirões do BRT. Os dois mastros de cerca de 60 metros de altura sustentarão, ao todo, 64 cabos de aço.

Até agora, 65% da obra já foram concluídos na Ilha, e a equipe começou este mês a construção dos tabuleiros (a parte plana por onde circularão os ônibus). As pistas terão cerca de 10 metros de largura. Serão três faixas para o BRT: uma em cada sentido, além de uma terceira que será usada em caso de pane ou de necessidade de se montar uma faixa reversível.

Desafio de construir na Baía

O engenheiro responsável pela obra, Alzamir Araújo, conta que foi preciso contornar imprevistos aéreos e marítimos:

— Inicialmente, o desenho da ponte da Ilha previa um mastro único, semelhante ao da Ponte do Saber, mas ele iria interferir no espaço aéreo do Galeão e tivemos que refazer o desenho — conta, acrescentando ainda o desafio de atender às exigências da Marinha para construir dentro da Baía.

Segundo a Secretaria municipal de Obras, a ponte servirá para o BRT e ônibus comuns.


O Globo, Simone Candida, 22/set

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Residencial é lançado na Zona Portuária


O prefeito Eduardo Paes participou nesta quinta-feira, no Clube do Servidor Municipal, do lançamento do Porto Vida, primeiro complexo residencial construído após o início da revitalização da Região Portuária. O prefeito anunciou ainda que encaminhará à Câmara Municipal projeto de lei que prevê isenções e anistia de impostos para empresas que investirem na construção de unidades habitacionais na área do Porto Maravilha. 

- Vamos consolidar o uso residencial nessa área do Sagas (que abrange os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo) e garantir que a gente possa ter dois milhões de metros quadrados de imóveis residenciais. São 26 mil residências que a gente quer construir na Região Portuária, o que significa que vamos trazer mais 100 mil moradores, criando um centro diferenciado para a cidade - explicou Paes. 

Os incentivos fiscais para a área do Sagas serão para imóveis residenciais e comerciais que sejam convertidos em residenciais nessa região. Eles terão a remissão de dívidas municipais, isenção de IPTU e de taxa de coleta de lixo e de Outorga Onerosa por acréscimo da área. Para imóveis residenciais na área com aumento de potencial de construção (Cepacs), incluindo a parte residencial de imóveis de uso misto, haverá isenção de IPTU, ITBI, e de taxa de lixo para os compradores de novos imóveis. 

Além da criação de incentivos na área do Sagas e das Cepacs, serão produzidas na região 2.200 unidades de Habitação de Interesse Social, com o programa Minha Casa, Minha Vida. Para isso, serão desapropriados imóveis em situação fundiária irregular, degradados ou abandonados, e imóveis públicos. 

- Esse é um momento de grande alegria porque percebemos que há sim um interesse em morar nessa região da cidade. Defendemos um Centro vivo com gente morando nele - disse o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp), Alberto Gomes Silva. 

Porto Vida Residencial

Do total de 1.333 apartamentos do Porto Vida, 1.000 foram ofertados com prioridade aos servidores municipais. Eles foram selecionados em sorteio realizado pelo Previ-Rio na última segunda-feira. O interesse por esse empreendimento fez com 10.979 funcionários públicos da prefeitura se inscrevessem para a aquisição do imóvel. 

A relação dos candidatos está publicada no site do Previ-Rio .
Durante a cerimônia, três servidores municipais assinaram o termo de reserva de aquisição de imóvel no condomínio. A servidora pública Adriana Cupertino, da Secretaria Municipal de Fazenda, foi uma das sorteadas para a compra do imóvel e está muito confiante com o investimento:

- Quando vi como está a nova Região Portuária, decidi apostar nesse empreendimento. Achei muito bacana, sempre gostei de morar perto do trabalho.
Os primeiros 500 sorteados deverão entregar para análise a documentação exigida no estande montado no Clube do Servidor Municipal. Os documentos serão recebidos do dia 23 a 25 do setembro, das 10h às 18h.
O valor dos apartamentos de dois e três quartos varia de R$ 420 mil a R$ 590 mil. O conjunto de prédios vai abrigar a Vila de Mídia e a Vila dos Árbitros durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e depois das competições os imóveis serão entregues aos proprietários.


Monitor Mercantil, 20/set

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Hostels investem em alto design em várias cidades do mundo


Quando se pensa em um hostel, a primeira coisa que vem à cabeça é uma hospedagem a baixo custo com acomodações simplórias. Entretanto, na Europa, o grupo Generator Hostels tem reinventado esse conceito e investido no alto design e na decoração estilosa de albergues europeus.

Instalados em cidades como Barcelona, Berlim, Copenhague e Dublin (e mais dois chegando no próximo ano em Paris e Roma), eles criaram uma coleção de temas independentes para seus hostels com layouts e mobiliário que fazem da hospedagem uma parte memorável da viagem. Os projetos são feitos em parceria pelo diretor de criação Anwar Mekhayech e pela agência The Design Agency, em Toronto, Canadá, segundo o site The Coolist.

A dobradinha preço acessível & design criativo tem atraído não apenas o tradicional público jovem, mas também empresários e viajantes mais velhos, pois, mesmo os quartos individuais mais caros têm preços competitivos com os das cadeias de hotéis nessas cidades europeias.

É um desafio encontrar essas opções de hospedagem de alto design em uma cidade como Barcelona por cerca de US$ 75 por noite, mas se você estiver interessado na experiência "hostel quarto compartilhado", você pode fazê-lo por menos de US$ 20 em algumas épocas do ano. Para o custo de uma única noite em um hotel-butique de quatro estrelas, em Londres, por exemplo, um viajante poderia passar uma semanas em toda a Europa em um destes albergues.

Ficou com vontade de conhecer estes hostels? Então, dá uma conferida em nossa fotogaleria para escolher seu destino.


O Globo online, Morar Bem, 18/set

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Projeto prevê maravilha de cenário para a Barra da Tijuca


A dragagem e revitalização de todo o complexo lagunar da Barra e de Jacarepaguá; uma ilha-parque com trilhas, quadra de esportes e jardins; e o aumento do quebra-mar em 180 metros, com direito à construção de um restaurante panorâmico. A primeira ideia parece um sonho distante e as duas últimas, mirabolantes? Pois, segundo a Secretaria estadual do Ambiente (SEA), tudo isso está prestes a sair do papel.

- Após dois anos preparando o projeto e três audiências públicas em que foram apresentadas sugestões interessantes, como a mudança de localização da ilha-parque para uma área que tinha mais necessidade de ser recuperada, as obras começarão, finalmente, em meados de outubro - garante o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.

De acordo com ele, os trabalhos de dragagem, a construção da ilha-parque e o aumento do quebra-mar serão realizados simultaneamente. O ponto de partida será a dragagem da embocadura do Canal da Joatinga. Dos sedimentos retirados, parte - cerca de um terço - irá para a área onde será construída a ilha-parque, entre as lagoas do Camorim e Tijuca. O restante será levado, temporariamente, para o Parque de Marapendi e para a área destinada ao Centro Metropolitano, antes de ser transportado para um aterro sanitário.

A previsão é que aproximadamente 5,7 milhões de metros cúbicos de sedimentos poluídos sejam retirados do fundo das lagoas, volume que daria para encher o equivalente a sete Maracanãs. O material a ser dragado é composto por argila, areia e silte (substância cuja partícula é maior que a argila e menor que a areia), além de material orgânico proveniente de esgoto lançados direta ou indiretamente no sistema lagunar. Com a conclusão da dragagem, a profundidade das lagoas vai variar de 1,5m a 3,5 m.

- Um dos pontos levantados durante as audiências públicas foi o mau cheiro (que poderia advir da dragagem). Mas as pessoas não precisam se preocupar. Como vamos usar um tubo direto de sucção e desidratar o material, o impacto neste sentido será mínimo - diz o secretário.

A ilha que será transformada em parque já existe, mas com tamanho bem menor. Após as obras, sua extensão será de 444.700 metros quadrados. 

Atividades de lazer e educativas estão previstas para o local. Haverá trilhas, ciclovias e um centro de referência ambiental que funcionará como um núcleo de estudos avançados dedicado a ações de manejo da natureza da região. Este será integrado por especialistas de universidades, da SEA e do Inea.

- Nossa intenção é criar um espaço de interação entre a comunidade e o meio ambiente. Haverá atividades para todas as idades - diz Minc.

O acesso à ilha-parque, conforme Minc, será feito por meio de balsas. O projeto de recuperação do complexo lagunar, que engloba a construção da ilha-parque e a expansão do quebra-mar, está orçado em R$ 602 milhões e faz parte das obrigações do Caderno de Encargos das Olimpíadas de 2016.

A pedidos, 5 estações hidroviárias

Durante as audiências públicas realizadas para discussão sobre a recuperação do complexo lagunar da Barra e de Jacarepaguá, um pedido antigo dos moradores acabou entrando para o projeto: a construção de cinco estações hidroviárias ao longo das quatro lagoas da região 
- Marapendi, Tijuca, Camorim e Jacarepaguá.

- Já que vamos fazer a dragagem, o que vai estimular a navegabilidade nas lagoas, realmente é um bom momento para aproveitar e pensar nas linhas hidroviárias - afirma o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc.

O presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Dumbrosck, garante que há vários anos a população da região cobra a criação destas linhas Para ele, é um sonho que se torna realidade.

- Esta é uma reivindicação antiga da Câmara. Aproveitamos as audiências públicas para mostrar que, já que seria feita a drenagem, o ideal seria aproveitar e fazer tudo de uma vez. O objetivo é que a pessoa possa sair da Península, por exemplo, e ir até a Alvorada pelas lagoas. Nós pedimos isso para evitar que, no futuro, aconteça a mesma desorganização que ocorreu com as vans. Daqui a pouco teremos um monte de barcos irregulares nas lagoas da Barra. O melhor é ordenar logo - opina Dumbrosck.

O projeto das estações hidroviárias está sob responsabilidade da Secretaria municipal de Transportes. Segundo o órgão, os estudos técnicos na região já estão sendo realizados, para, em seguida, ocorrer a apresentação do projeto que será licitado.

Píer com restaurante e Pepê limpa

Na embocadura do Canal da Joatinga, o projeto de recuperação do sistema lagunar vai prolongar o quebra-mar (hoje com 50 metros) em 180 metros, com a utilização de pedras das obras de construção da Linha 4 do metrô. Está prevista, ainda, a construção de um restaurante panorâmico no local, a cargo da iniciativa privada.

O aposentado João Alves Torres, morador de Rio das Pedras, pesca diariamente no quebra-mar. Ele acredita que o projeto vai trazer resultados positivos:

- É importante dragar este ponto e tirar as pedras que atrapalham a entrada e a saída da água. Acho que, com o aumento do quebra-mar, vai ficar melhor para pescar.

O comerciante Antônio Ferreira Cardoso, dono do quiosque Dona Augusta, está receoso, mas torce para que as obras melhorem a região:

- Tenho medo de que a faixa de areia aumente, com o quebra-mar maior, já que a tendência é o acúmulo mudar de lugar. Mas torço para que façam o melhor. Este restaurante que pensam em construir seria uma forma de atrair mais pessoas para cá.

De acordo com o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, Cardoso não tem o que temer: o objetivo da extensão do quebra-mar é potencializar a circulação da água entre o mar e a lagoa, o que evitará o assoreamento no local. 

Além disso, o trecho entre o quebra-mar e a Praia do Papê será contemplado pelo projeto Sena Limpa 2, o que também melhorará a balneabilidade.


O Globo online, Maísa Capobiango, 18/set

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Shoppings de vizinhança tomam espaço de grandes centros de compras


O pequeno centro comercial ao lado de um condomínio de 28 torres no Belém, zona leste de São Paulo, é composto por dez lojas. Entre elas, hortifruti, cabelereiro, pet shop, loteria e um novo restaurante japonês, que causou sensação entre os 8 mil moradores do condomínio.

Um dos sócios e moradores dali, Jamil Torrecilha Junior, 32 anos, comemora.

"Ficamos lotado das 20h às 23h". Ele cita como principal vantagem o estacionamento em frente às lojas, em um recuo diante de uma das avenidas mais importantes da região. "Se fosse uma loja de rua, teria dificuldades para fazer convênio com estacionamentos. Eles estão lotados com mensalistas".

No pet shop, a sócia Eliana Moreira, 53 anos, conta que 50% de seus clientes são moradores do condomínio.

"Bom é que cada loja ajuda a chamar o cliente da outra".

Além de representarem uma facilidade para a população, os shoppings de vizinhança se tornaram uma oportunidade para grandes companhias e também incorporadoras, que criam divisões para explorar o nicho. Entre elas, o Grupo Pão de Açúcar, a BRstores e a Florida Center.

Isso porque esses espaços já estão no radar de redes de franquias, pois são uma opção para os franqueadores continuarem a crescer após forte expansão nos últimos anos. Além disso, podem oferecer custos mais baixos do que os de shoppings, e chamar mais a atenção do que lojas de rua, fora de endereços comerciais.

Elas miram um modelo de compras de conveniência, que já é popular nos Estados Unidos e Europa e parece já ser bem aceito no País, ancorados em postos de combustíveis.

Um exemplo é a rede de postos Ipiranga, que, para atender a um novo perfil de consumidor que otimiza o tempo em busca de alternativas que ofereçam comodidade e pronta disponibilidade de produtos e serviços, criou centros comerciais ao redor de seus postos, principalmente em grandes capitais, que sofrem com trânsito.

Um deles é o posto localizado na Avenida Pompeia, em São Paulo, que tem 12 lojas, oito delas franquias, como Soho, Casa do Pão de Queijo e Spoleto.

A operação é comandada pelo empresário Arthur Etzel, 64 anos.

"Tenho visão de varejista. Os shoppings estão inviáveis para o pequeno começar".

O empresário conta que o aluguel no posto equivale a 60% de um shopping e que, nos últimos cinco anos, a demanda aumentou.

"O ponto é 80% do negócio, e o centro comercial agrega valor. Com ele, consigo vender mais combustível".

A rede Ipiranga já tem, entre parceiros, Burger King, McDonald's, Subway, Bob's e Pizza Hut; Drogaraia e 5 à Sec.

Mais players

Em junho, foi a vez do Grupo Pão de Açúcar entrar nesse segmento. Com o grupo francês Casino no controle, a empresa deixa de ser um departamento do grupo para se tornar uma empresa imobiliária, com o objetivo de aumentar a rentabilidade dos imóveis já detidos pela operação de supermercado.

Para isso, serão criados centros comerciais ao redor de um supermercado Pão de Açúcar ou de um posto de combustível Extra.

A GPA Malls já lançou seu primeiro empreendimento com o conceito, o Conviva Américas, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que pode ser considerado um mini shopping, pois tem 12,5 mil metros quadrados de área e abriga a maior loja da rede Centauro, mais quatro lojas âncoras e 40 lojas, ancorado em grandes condomínios na região.

O próximo, em Belo Horizonte, vai aproveitar o fluxo de uma universidade.

"Buscamos oferecer espaços de convivência com clima de praça, onde os vizinhos possam se encontrar", diz Isadora Sbrissa, diretora de marketing da GPA Malls.

Porém, a empresa planeja entrar também no segmento de shoppings de vizinhança, menores ainda este ano.

"Temos hoje mais de 200 mil metros quadrados de área bruta locável. Queremos dobrar de tamanho nos próximos anos", diz a executiva.

A empresa pode tanto reformar supermercados existentes quanto criar novos supermercados para desenvolver os centros comerciais. A ideia é ficar perto dos centros urbanos.

"Nos Estados Unidos é comum observar os shoppings de vizinhança ao lado de rodovias. Vemos que isso é diferente no Brasil".

Mercado pulverizado

A Associação Brasileira dos Shoppings Centers (Abrasce) não reconhece empreendimentos inferiores à 5 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). Em média, esses pequenos centros comerciais têm entre 500 metros quadrados e 3 mil metros quadrados de ABL.

Porém, os executivos conseguiram cadastrar cerca de 100 mil metros quadrados em strip malls espalhados pelas principais capitais, o que dá uma ideia do segmento.

Cristiano Campos Rodrigues, superintendente BR Stores, define o conceito.

"É um shopping sem perder a essência da loja de rua".

A ideia, portanto, é criar o empreendimento a cinco minutos da moradia dos consumidores alvos, no caminho de volta do trabalho. Dos cinco projetos que a BRStores desenvolve, quatro são ancorados em grandes condomínios. A incorporadora realiza aprimoramentos no primeiro empreendimento lançado no Rio: planeja aumentar o estacionamento de 85 vagas.

A estratégia é aproveitar terrenos que não estão na mira de incorporadoras, seja pela restrição do potencial construtivo ou por serem áreas menores; e ganhar em escala.

"Redes de franquias ligadas à saúde, beleza e bem estar nos procuram", diz Rodrigues.

A Florida Center, que pertence ao grupo Brasil Franchising - dono de marcas como Nobel e Sapataria do Futuro - já tem 16 empreendimentos do tipo no portfólio, que também são compostos por outras redes, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em cidades do interior paulista.

A operação de incorporação nasceu há quatro anos para ser uma opção de crescimento para as redes que compõem o grupo, conta o diretor comercial Sérgio Milano Benclowicz.

"Oferecemos, em média, R$ 100 por metro quadrado, com todos os custos envolvidos. Não tem a insegurança de uma loja de rua, nem a maratona para entrar e sair de um shopping."

O Dia online, 17/set