Considerado o maior empreendimento de uso comercial exclusivamente urbano entre os países que compõem o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) começa em breve, no coração do Porto Maravilha, a primeira fase de construção das Trump Towers, megaprojeto que promete erguer cinco grandes torres de 38 andares e 150 metros de altura cada, que mudará radicalmente a paisagem e o comércio da até então decadente Avenida Francisco Bicalho, em frente à estação ferroviária Barão de Mauá.
O empreendimento é a primeira investida de peso das Organizações Trump, lideradas pelo magnata americano Donald Trump, que no caso da Trump Towers entra apenas com a marca e o know-how - o grupo americano assessora o projeto, licencia a marca, que pode ser retirada caso o negócio não atenda às exigências das Organizações Trump. Os parceiros de Trump na empreitada, porém, não temem por isso. A incorporadora imobiliária búlgara MRP International, o espanhol Salamanca Group e a construtora paulista Even já estão a todo vapor e pretendem, até 2016, entregar as duas primeiras de cinco torres - as outras três vão depender da demanda do mercado e não existe o compromisso de entregá-las até os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
"Não temos dúvida do potencial do Porto Maravilha. Aqui foram criadas todas as condições para que um projeto das dimensões das Trump Towers, algo inédito no Brasil, seja um sucesso absoluto", afirma Stefan Ivanov, presidente da incorporadora MRP no Brasil. "Se essa região do Rio, com todo o processo de revitalização vivido nos últimos anos, não fosse tão atrativa comercialmente, a família Trump não escolheria começar os negócios no Brasil por ali, depois de várias tentativas de entrar no país", diz Inanov.
De fato, Donald Trump busca, há alguns anos, parceiros para o seu modelo de negócios, que, por entrar apenas com a marca - e não com investimentos - nem sempre consegue adeptos. No caso da Trump Towers, além de investimentos dos parceiros envolvidos no projeto, a obra contará com recursos da Caixa Econômica Federal, gestora do fundo imobiliário da área do Porto Maravilha.
O valor dos investimentos na Trump Towers não é revelado, mas, segundo Ivanov, estima-se que o valor geral de vendas (VGV), caso as cinco torres sejam de fato construídas, fique entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. Nascido na Bulgária, mas dono de um português impecável, Stefan Ivanov afirma não existir, no mundo, um porto com tantos atrativos quanto o Porto Maravilha, primeiro pela sua privilegiada localização.
"Digite no Google Maps a palavra 'Rio de Janeiro': você vai cair exatamente no local onde pretendemos erguer as torres", afirma. Para o presidente da MPR no Brasil, a carência de bons escritórios comerciais na cidade, sobretudo na região central, vai fazer com que a demanda seja rapidamente atendida. "A maioria dos escritórios do Rio funciona de maneira precária, sem a mínima estrutura, alguns sem ar condicionado e entrada para internet, o que não deixa de ser uma aberração nos tempos de hoje", diz Ivanov.