sexta-feira, 29 de maio de 2015

Tenha a casa pronta para a chegada do inverno


A arquiteta iraquiana Zaha Hadid apresentou recentemente o projeto de construção do novo Centro de Estudos do Oriente Médio da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Com 1.127 m² de área, o novo prédio abrigará instalações de pesquisa acadêmica sobre o mundo árabe, que incluem acervo com mais de 400 documentos e 100 mil fotografias históricas e laboratórios de estudos.

O projeto também prevê a construção de um anfiteatro com 117 lugares, que ficará no subsolo e irá viabilizar a realização de seminários, palestras e debates sobre a cultura do Oriente Médio. 

A proposta mantém o caráter individual dos edifícios já existentes na universidade, o que permite que o edifício seja visto como elemento independente. 

O desenho concebido por Zaha conecta aspectos contemporâneos que refletem o passado, o presente e o futuro do campus.


O Dia Online, 27/mai

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O bolso agradece!


O relacionamento com o banco é a palavra-chave para quem pretende comprar a casa própria neste período de juros altos, entrada maior e a Caixa Econômica Federal com suspensão de crédito em algumas agências. A liberação de crédito está mais restritiva por conta do cenário econômico, mas, mesmo assim, de acordo com especialistas do setor, a reciprocidade com a instituição financeira vai fazer toda a diferença para que o futuro comprador possa conseguir taxas menos salgadas no banco onde tem conta.

Para se ter ideia, os principais bancos seguiram a tendência da Caixa de elevar os juros para empréstimos habitacionais com recursos da caderneta de poupança, ou seja, contratos assinados pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação). Nesse caso, o imóvel tem que custar até R$ 750 mil. Já quanto ao percentual a ser emprestado pelo banco, apenas a Caixa reduziu para até 50% do valor do bem na aquisição de unidades usadas. A Caixa esclarece que não há suspensão de financiamento com recursos da poupança.

O Banco do Brasil, por exemplo, subiu os juros de 9,9% para 10,4% (taxa máxima) ao ano, mais TR (Taxa Referencial), mas manteve o percentual de até 80% para financiar o bem e ampliou o prazo de pagamento de 360 meses (30 anos) para 420 meses (35 anos). De acordo com a instituição, há maior flexibilização na aplicação das taxas de juros conforme o nível de relacionamento do cliente com o BB, além de outros benefícios, como a melhor fórmula de cálculo na amortização do empréstimo. As novas regras já estão valendo desde o dia 18.



Meia Hora, Imóveis, 28/mai

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mansão do sonho californiano


Uma das maiores casas da história dos Estados Unidos está surgindo no topo de uma colina em Los Angeles, e o desenvolvedor espera vendê-la pelo recorde de US$ 500 milhões. Nile Niami, produtor de cinema e desenvolvedor residencial especulativo, está construindo um complexo com uma residência principal de 6.900 metros quadrados e três casas menores no bairro de Bel Air.

O projeto, cuja construção demorará mais vinte meses, terá mais de 9.290 metros quadrados, incluindo um quarto principal de 464,5 metros quadrados, uma garagem para trinta carros e um "cassino no estilo de Mônaco", disse Niami. "A casa terá quase todas as comodidades disponíveis no mundo", informou ele. "O preço pedido para a venda será de US$ 500 milhões", disse. A mansão será a maior construída nos EUA neste século e superará Versailles, uma mansão de 8.361 metros quadrados em Windermere, Flórida, que está sendo construída por David Siegel, fundador da Westgate Resorts. Propriedades com vistas para a bacia de Los Angeles são o equivalente californiano das coberturas de Manhattan ou das mansões do Mayfair em Londres. Elas atraem um elenco mundial de financistas, magnatas da tecnologia e celebridades que colecionam imóveis.

O projeto de Niami, no topo de uma colina e sobre um lote de 1,6 hectare, terá uma vista de 360 graus do Oceano Pacífico, de Beverly Hills, do centro de Los Angeles e do Vale de São Fernando. Será preciso remover quase 30.600 metros cúbicos de terra, equivalente a um campo de futebol americano coberto com 6 metros de terra. Niami, que não quis falar sobre suas fontes de financiamento, tem planos para quatro piscinas, entre elas uma piscina com borda infinita de 54,86 metros, e cerca de 1.858 metros quadrados de gramado, em um momento em que a Califórnia sofre uma seca recorde. No mundo inteiro, cinco propriedades foram vendidas por US$ 100 milhões ou mais no ano passado, informou a Christie's International Real Estate.O imóvel mais caro já vendido foi uma cobertura de US$ 221 milhões em Londres, adquirida em 2011. Entre os imóveis mais caros no mercado há uma propriedade que custa US$ 425 milhões na Costa Azul da França, uma cobertura de US$ 400 milhões em Mônaco e uma mansão de US$ 365 milhões em Londres. Atualmente, o mais alto preço solicitado nos EUA é de US$ 195 milhões pelo Palazzo di Amore, um imóvel em Beverly Hills (Califórnia), oferecido pelo bilionário empreendedor imobiliário Jeff Greene. O recorde de vendas foi de US$ 147 milhões, valor pago por Barry Rosenstein, sócio-gerente do hedge fund Jana Partners, por uma propriedade em East Hampton, Nova York, no ano passado.

O tamanho das casas de luxo em Los Angeles aumentou nos últimos trinta anos, disse Peter McCoy, empreiteiro de uma mansão de quase 4.924 metros quadrados que está sendo construída no topo de uma colina em Bel Air e que pode ser vista desde o projeto de Niami. A média de custos de construção de uma casa de luxo em Los Angeles é de US$ 7.532 a US$ 8.608 por metro quadrado, sem contar o acabamento nem o mobiliário, disse McCoy.



Brasil Econômico, 27/mai

terça-feira, 26 de maio de 2015

Imóveis de alto valor mantêm suas vendas em alta


O mercado imobiliário de alta renda parece que mal percebe a crise. Imóveis acima de R$ 2 milhões são vendidos como antes, apenas com velocidade um pouco menor. O preço tende à estabilidade, depois de anos de supervalorização, mas os investidores pensam um pouco mais antes de assinar o contrato de compra. As incorporadoras focadas no segmento não têm do que se queixar .Para quem dispõe de uma renda de R$ 5 milhões para investimento, a casa ou o apartamento dos sonhos não é necessidade, mas desejo.



Valor Econômico, 25/mai

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Quem procura, acha


Passado o susto com as recentes mudanças no cenário econômico e consequente impacto no poder de compra da população, empresas do setor imobiliário voltaram para a calculadora para reavaliar seus preços, gerentes se reuniram com corretores para redefinir descontos, executivos buscaram benefícios com parceiros para agregar valor sem aumentar custos. Enfim, toda a cadeia se mexeu para seduzir os compradores com condições excepcionais.

Exemplos visíveis deste novo cenário são os eventos de vendas, que unem milhares de ofertas em um só lugar, além de oferecerem uma série de facilidades como opções de financiamento e registro de compra e venda. Uma das maiores ações do mercado ocorre no próximo fim de semana, nos dias 30 e 31. Organizado pela imobiliária Patrimóvel, o Hiperimóveis reúne 15 das principais construtoras do Rio - Calçada, Calper, Even, Fmac, Gafisa, João Fortes, Odebrecht, Performance, PDG, Queiroz Galvão, Rossi, Rem, Sá Cavalcante, Tao e Vitale -, na casa de espetáculos Ribalta, na Barra da Tijuca. Serão mais de 10 mil unidades, de 80 empreendimentos, os quais estarão à venda em condições especiais de negociação.

A maioria dos imóveis é residencial, 60% do total. Haverá unidades na planta e já prontos. E as opções incluem condomínios tanto verticais quanto horizontais, em quase todos os bairros do Rio. Neste ano, entretanto, o foco será na Barra da Tijuca, Botafogo e Zona Norte, com destaque para Cachambi.

- Teremos todos os tipos de plantas, de dois, três e quatro quartos. Empreendimentos residenciais e comerciais. A grande vantagem para o consumidor é ter várias opções concentradas em um só local. Ele pode chegar lá, escolher o que quer e realizar todo o processo de compra ali mesmo - afirma o presidente da Patrimóvel, Rubem Vasconcelos.

Ao todo, serão 16 empreendimentos na Zona Norte, 14 no Recreio dos Bandeirantes, 13 em Jacarepaguá, quatro somente na Barra e quatro na Zona Sul, além de outras regiões. O evento conta ainda com mil corretores e possibilidade de financiamento na hora, com atendimento simultâneo de até 600 pessoas.

As razões para comprar um imóvel vão além das ofertas. O ritmo de vendas mais lento, número alto de unidades em estoque e um mercado mais contido ajudam o comprador a conseguir melhores negociações, diz o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi RJ), João Paulo Matos:

- Os lançamentos estão mais lentos. Com a crise no país, do ponto de vista mais institucional do que econômico, as pessoas estão mais preocupadas com o que vai acontecer do que com o que está acontecendo. E isso afeta todos os mercados. No de imóveis, o que se vê hoje é que há mais ofertas que procura e, consequentemente, mais negociações. Este é um bom momento para o comprador - afirma Matos.

FACILIDADES PARA NEGÓCIOS

Vasconcelos acrescenta que, apesar dos altos estoques, as ofertas no evento não são propriamente descontos nos imóveis. Segundo ele, o objetivo do Hiperimóveis é criar um espaço para negociação, onde os futuros moradores poderão ter mais opções de financiamento. A estruturação completa, que inclui serviço de cartório e representantes bancários para cálculo imediato das condições de empréstimos, são os diferenciais, diz.

Em 2014, o evento, na sua primeira edição, contou com cinco mil unidades e 12 construtoras. O balanço final foi de R$ 80 milhões em vendas. O destaque então havia sido a Zona Sul. Para este ano, a expectativa é de atingir os R$ 100 milhões.

A João Fortes Engenharia levará cinco empreendimentos, totalizando 221 unidades, com descontos de 5%. Os residenciais da construtora que participam do Hiperimóveis são o Palms Recreio, West Vintage e Mares de Goa, todos no Recreio dos Bandeirantes; o Largo dos Palácios, em Botafogo; e o comercial One Offices, também no Recreio.

- Na edição de 2014, vendemos quase R$ 24 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV), totalizando 23 unidades, sendo a incorporadora que teve melhor resultado na edição. Nossa expectativa para este ano é superar as vendas em 20% - conta o diretor nacional de negócios da João Fortes, Jorge Rucas.

O executivo de vendas e marketing da Gafisa, Gabriel Fidalgo, também aposta que em 2015 a feira será um sucesso e os resultados vão superar os do ano passado. A empresa vai levar um perfil variado de produtos em oferta, mas com grande foco na Barra: os residenciais AlphaGreen (de dois e três suítes), no Alphaville Barra da Tijuca e o Scena Laguna (de quatro quartos ou três suítes), no Riviera da Lagoa. Haverá também empreendimentos comerciais. São eles o Americas Avenue, nas esquinas da Avenida das Américas com Salvador Allende, e Laguna Mall, para atender toda a região do Riviera da Lagoa. A Gafisa levará ainda, o Today Modern Residence, empreendimento com grande área de lazer na Freguesia, em Jacarepaguá.

Segundo Claudio Hermolin, diretor do Grupo PDG Realty, a compra do imóvel, seja com objetivo de moradia ou investimento, aparece hoje como uma opção segura de alocação do dinheiro:

- É um investimento sem risco, em que se aplica o dinheiro em uma opção mais segura. Com certeza, imóvel é sempre um bem, um patrimônio e nunca, historicamente falando, teve desvalorização - afirma o executivo, que acrescenta:

- Em determinados momentos ele subiu mais que a inflação, em outros ficou no mesmo patamar, principalmente em metrópoles como o Rio, uma região consolidada que não depende de uma indústria especificamente pois tem diversas fontes de recursos. E a cidade, cuja economia é baseada em serviços, é novamente o foco do mundo, com a proximidade de mais um gigantesco evento esportivo.

O Hiperimóveis acontece das 10 às 22 horas, no salão de eventos do Ribalta, que fica na Avenida Américas, número 9.650, na Barra da Tijuca. Uma dica para quem for ao evento é já fazer uma pré-seleção de bairro e principais características do imóvel que deseja, para facilitar na hora da escolha. Afinal, não é difícil ficar perdido em meio a tantas ofertas.



O Globo, Morar Bem, 24/mai

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Aumento de quase 30% no foro surpreende cariocas


Moradores da orla do Rio foram surpreendidos por um reajuste de 29,7% na taxa de foro cobrada pela União, que deve ser paga até junho. O bancário aposentado Dirceu Luiz Natal, de 73 anos, levou um susto ao receber esta semana o aviso da cobrança anual da chamada taxa de imóveis foreiros, da Superintendência de Patrimônio da União (SPU). A taxa, que tem que ser quitada até junho, veio com um reajuste de 29,71% em relação ao cobrado no ano passado. Com isso, Dirceu precisará pagar R$ 1.720,51 à vista (sem desconto) ou em até sete vezes a taxa por morar num apartamento de 176 metros quadrados na Avenida Atlântica, em Copacabana. No ano passado, ele recolheu R$ 1.326,58.

Como Dirceu, os responsáveis por outros 72.927 imóveis na cidade terão que quitar a taxa com o reajuste de 29,71%. Boa parte desses imóveis fica próxima à orla de bairros como Barra da Tijuca, Copacabana, Urca e Flamengo. O reajuste ficou bem acima dos 6,46% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) calculado pelo IBGE e usado como referência para o reajuste de outros tributos, como o IPTU. Nos estados e municípios, o percentual de reajuste é variável. A referência é a maior ou menor valorização dos imóveis de determinada região. Mas no Rio o reajuste da taxa ficou bem acima da média nacional. Segundo a SPU, foi de 6,46% para as capitais e de 6,70% para os demais municípios.

EM 2013, REAJUSTE DE 115%

Esta não é a primeira vez que o reajuste da taxa de foro na cidade fica acima da inflação. Depois de o valor ficar congelado na capital entre 2009 e 2011, sofreu um aumento de 31,23% em 2012 no Rio. Já em 2013, a taxa teve um reajuste de 115%. Em 2014, foi de 5,56%.

- Esse aumento da carga tributária é abusivo e difícil de arcar num ano em que a situação econômica está difícil. O curioso é que o reajuste foi bem menor em 2014, justamente um ano eleitoral - comentou Dirceu Natal.

A taxa corresponde a 0,6% do valor do imóvel. A União estima arrecadar R$ 116,3 milhões ( R$ 34,5 milhões apenas no Rio) com o foro este ano. Em nota, o Ministério do Planejamento observou que o reajuste não segue a inflação. A referência é a chamada planta de valor genérico (PVG), que estima a média de quanto os imóveis se valorizam em determinada região. Segundo a nota, o cálculo é feito "mediante a adoção das plantas municipais, quando urbanas, ou das plantas do Incra, quando rurais. Além do que, constatadas as defasagens destas, poderão ser considerados dados de mercado disponíveis para estabelecer valores médios atualizados", informou.

O foro existe desde o século XI X, e a cobrança vem sendo alvo de várias ações na Justiça. No Rio, por exemplo, vários moradores da Urca decidiram discutir a legalidade da taxa na Justiça. O foro foi criado em 1868 pelo imperador dom Pedro II. Estão sujeitos à tributação todos os imóveis classificados como estando em "terrenos de marinha". O critério para a definição dessas áreas tem 184 anos. São ter renos de marinha todos aqueles localizados a uma distância de 33 metros da linha média da maré, tomando como referência o ano de 1831. Também são obrigados a recolher o tributo proprietários de imóveis situados às margens de rios e lagoas e de ilhas, até onde haja a influência das marés

Além do foro, os moradores de imóveis em "terrenos de marinha" estão sujeitos a recolher outras contribuições. Uma delas é a taxa de ocupação, para quem tem a posse, mas não a propriedade da área. A outra é o laudêmio, pago em transações de imóveis com lavratura de escritura definitiva de compra e venda, em terrenos de marinha. O tributo corresponde a 5% do valor total do negócio.

As atualizações de valor dos foros com base na estimativa de quanto o imóvel vale no mercado imobiliário também são empregadas, por exemplo, para atualizar os valores de cobrança do IPTU pelas prefeituras, após aprovação pelas câmaras de vereadores. Mas, no Rio, essas correções não são feitas desde 1996.



O Globo, 22/mai

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Estabilização do mercado imobiliário afasta risco de bolha, diz Abecip


A estabilização do mercado imobiliário brasileiro afasta o risco de bolha para o segmento que busca um novo ponto de equilíbrio em termos de captação de recursos para não depender tanto da poupança como funding para o crédito, segundo Octavio de Lazari Júnior, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Hoje, de acordo com o especialista, a produção do segmento está em patamares compatíveis com a oferta de crédito imobiliário no Brasil, que de janeiro a março recuou 4,6%, para R$ 24 bilhões, conforme dados da entidade.

"Com a Selic alta, a saída dos depósitos da poupança no sistema brasileiro de pagamentos (SBPE), de R$ 30 bilhões, é expressiva. No entanto, a letra imobiliária garantida (LIG) vem em um bom momento e ajudará o mercado a subir um degrau em termos de desenvolvimento", disse ele, em evento da Abecip sobre LIGs.

Apesar dos juros maiores encarecerem instrumentos de securitização, Lazari disse que os 'covered bonds' brasileiros, em discussão nos últimos dez anos, devem ter efeito positivo no curto prazo. Acrescentou ainda que a conjuntura econômica é "complicada", mas não se deve esperar um "tempo de bonança" para agir. "O pano de fundo é de crise e oportunidade", avaliou ele.

A letra imobiliária garantida terá dupla garantia: os imóveis lastreados no título e ainda do próprio banco emissor. O título foi aprovado pela presidente Dilma Rousseff em 19 de janeiro. Em fase de desenvolvimento há mais de três anos no Brasil, a LIG se assemelha aos 'covered bonds' existentes na Europa e são mais um instrumento de captação de recursos para os bancos financiarem o crédito imobiliário.



Estado de Minas Online, 20/maio

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Incorporadoras tentam reduzir estoques em feirão no Rio


Para se desfazer dos estoques e abrir espaço para lançamentos, as 15 principais construtoras do rio de Janeiro voltam a se reunir neste fim de semana, em um mega evento, com forte investimento em marketing e promessa de manutenção das antigas condições de financiamento - mesmo sem a participação da Caixa Econômica Federal (CEF).



Valor Econômico, 20/maio

terça-feira, 19 de maio de 2015

Vaquinha imobiliária


Está surgindo o primeiro equity crowfunding imobiliário do país, destinado aos pequenos investidores e empreendedores do setor. O projeto batizado de Urbe.me, idealizado pelo administrador de empresas Paulo Deitos e pelo arquiteto Lucas Obino, de Porto Alegre, permite um aporte mínimo de R$ 1 mil. Após as vendas de todas as unidades do imóvel, o valor investido é corrigido e devolvido dentro de um prazo máximo de cinco anos. Neste ano, a meta é lançar quatro projetos.



IstoÉ Dinheiro, 19/mai

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Sonho sob encomenda


Construção de imóvel e economia parece um casamento pouco provável, principalmente em tempos de inflação alta. Uma alternativa para o consumidor que tem um terreno e quer reduzir os custos com a obra são as casas pré-moldadas, em média de 30% a 40% mais baratas do que os imóveis de alvenaria. Um levantamento feito pelo EXTRA em duas empresas que atuam no Estado do Rio mostra que é possível construir uma unidade nessa modalidade, em até 90 dias, a partir de R$ 39 mil, preço de uma moradia de dois quartos, feita pela MG Casas Rio.

Gilberto de Paiva, dono da empresa, explica que as construções são feitas em concreto armado e dentro das paredes há um preenchimento de sete centímetros de isopor.

- Essa placa não deixa o calor passar para dentro do imóvel. O aquecimento é cerca de 30% menor (do que em uma casa construída normalmente). O mesmo vale para os lugares frios: ela faz o efeito contrário. Aí,você economiza lareira - detalha.

Na hora da compra, cabe ao consumidor verificar tudo o que o projeto inclui, seja em mão de obra ou material. Na empresa Casas Paraná, por exemplo, os valores para a montagem são mais altos do que os da MG. Por outro lado, incluem mais componentes e serviços, como pintura e colocação de pisos e azulejos.

André Guilherme de Almeida, projetista e construtor técnico da Casas Paraná, destaca o tempo menor de obra como uma das principais vantagens.

-E a obra é mais limpa, porque as paredes não necessitam de emboço - explica.

É possível parcelar o valor da obra. A Casas Paraná aceita pagamentos, por etapas, em dinheiro, além do cartão Construcard, da Caixa Econômica - que financia materiais de construção -, e cartões de crédito Visa e Mastercard, para pagamento em até 12 vezes sem juros. A MG também aceita parcelamento durante a obra, em dinheiro, com entrada mais cinco parcelas variáveis, além do Construcard.

Restrição a alterações é lado negativo

Apesar das vantagens do custo baixo e da rapidez para erguer o imóvel, especialistas em construção civil chamam a atenção para alguns pontos negativos das casas pré-moldadas. Manoel Lapa, coordenador da Câmara de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), explica que elas não são indicadas para quem gosta de fazer modificações na casa:

- Você não pode crescer um outro cômodo ou tirar uma parede. As paredes são estruturais e sustentam a casa.

O mestre de obras Amaro Siqueira, de 68 anos - há 40 trabalhando no setor -, destaca que mudanças nas instalações hidráulica e elétrica são mais complexas:

- As instalações têm deslocamento mais difícil, pois as paredes são mais finas. As tubulações passam em locais específicos para elas, o que não há na parede de alvenaria.



Extra, Imóveis, 17/mai

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Fashion Mall de portas abertas


A Saphyr, administradora do shopping Fashion Mall, em São Conrado, zona Sul do Rio, desmentiu boatos de que o empreendimento fecharia as portas e informou que irá investir R$ 25 milhões em dois anos para obras de modernização, infraestrutura e atendimento ao cliente, além da abertura de novas lojas e restaurantes. O shopping foi o primeiro da cidade voltado para marcas de luxo.



Brasil Econômico, 15/mai

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Governo estuda estímulos ao crédito imobiliário, confirma Levy


Apesar da queda nos depósitos da caderneta de poupança - uma das principais fontes de recursos para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) -, o governo já estuda formas de estimular o financiamento da casa própria. A confirmação foi feita ontem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Entre as hipóteses aventadas, está a liberação de parte dos depósitos compulsórios que os bancos são obrigados a manter no Banco Central, conforme antecipado pelo GLOBO na edição de segunda-feira.

- (Vamos) ver as diversas fontes que são correlacionadas com o tamanho dos depósitos que há no Brasil. Há um claro entendimento de que vamos fazer todos os esforços para tornar compatível o tamanho dos recursos no sistema que podem ser canalizados para novos financiamentos. É questão em estudo - disse Levy, na Embaixada do Brasil em Londres, onde parte dos funcionários estava em greve.

Qualquer decisão, salientou , levará em conta o ajuste fiscal:

- Tudo isso tem de ser dentro de contexto em que o ajuste fiscal tem impacto direto. Quanto mais cedo resolvermos essas questões, poderemos tratar de outras, e a economia vai para a direção que queremos.

Segundo o ministro, o assunto está sendo estudado, mas não há nada determinado.

Nos bastidores do governo, fala-se num racha sobre a liberação de parte dos depósitos compulsórios. Enquanto Ministério do Planejamento e Banco Central (BC) estariam mais receptivos à proposta, o Ministério da Fazenda resiste, com o argumento de que a medida teria impacto no custo da dívida pública.

Para técnicos, o debate é complexo porque o compulsório é um instrumento capaz de ajudar o governo a fazer o ajuste. Por outro lado, além da pressão por crédito imobiliário por parte dos consumidores, sobretudo sobre a Caixa Econômica Federal, o setor de construção está em crise.



O Globo, 14/mai

quarta-feira, 13 de maio de 2015

É possível alugar casas planejadas por arquitetos famosos?


Que tal passar um feriado numa casa projetada por algum arquiteto famoso, como Zenine Caldas, Ana Maria Vieira Santos, Roberto Migotto ou Gui Mattos?

Por R$ 2400, é possível passar o dia em uma residência projetada pela arquiteta Ana Maria Vieira Santos em Trancoso (BA). A casa conta com espaços de iluminação natural, jardins exuberantes e espelhos d'água.

No mesmo condomínio, ainda há casas projetadas por David Bastos, Fabrizio Ceccarelli, João Armentano, Maurício Nobrega Sig Bergamin e Roberto Migotto.

Se você preferir o litoral paulista, a dica é ficar numa casa assinada por Gui Mattos na praia de São Sebastião, em Maresias. Nesse caso, o desembolso é um pouco menor. Por R$ 1600 é possível passar o dia no espaço.



Exame Online, 13/mai

Empreendimentos apostam em fitness


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas um quarto da população brasileira pratica exercícios físicos. Um número muito pequeno, se comparado aos mais de 202 milhões de habitantes. Os motivos são muitos, mas a falta de tempo do dia a dia das pessoas está entre um dos principais dessa lista. Por isso, o espaço fitness tem sido cada vez mais presente nos empreendimentos comerciais e empresas. No Rio de Janeiro, o empreendimento Universe Empresarial, na Barra da Tijuca, conta com aparelhos de primeira linha da empresa Olympikus, além de piscina coberta, sauna e duchas. Para garantir um serviço ainda melhor para os usuários, é necessário o agendamento junto à administração. Outro exemplo é o Premier Business Center, da Dominus Engenharia, localizado na Vila da Serra, em Minas Gerais. O projeto inclui área fitness, piscina com raia, sauna e duchas. O serviço já está incluso na tarifa de condomínio.



Jornal do Commercio, Conta-gotas, 12/mai

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O valor da vista de uma cidade cinematográfica


Inegavelmente, o Rio de Janeiro possui uma das paisagens urbanas mais belas do mundo. Eleita Patrimônio cultural da humanidade desde 2012, a cidade foi a primeira do planeta a receber o título na categoria "Paisagem Cultural", na qual nossa qualidade natural é valorizada pela ação do homem.

A massa construída no Rio de Janeiro proporciona um enquadramento visual à natureza e a sua população agrega um ingrediente primordial à arquitetura para transformar essa grande cidade num turbilhão efervescente de cultura e vistas. Praias, montanhas, lagoas, rios e vegetação exuberante sempre estiveram aqui, mas foi o dedo do homem através do desenvolvimento urbano, do patrimônio histórico e de sua capacidade de emoldurar estes bens naturais que tornou a cidade do Rio de Janeiro o que ela é hoje. O desenvolvimento foi pautado pelo planejamento urbano e, ao mesmo tempo, pela falta de planejamento associada a falhas de fiscalização. Trouxe características distintas a zona sul, zona norte, oeste e Central. O valor da vista está intimamente ligado esse a planejamento ou, de novo, a falta dele.

Na zona sul, por conta do adensamento desejado e gabarito baixo, poucos tem o privilégio das mais belas paisagens naturais, praias, lagoa, parques e floresta. A grande maioria não tem essa vantagem e, em geral, preza um valor mais relacionado à privacidade. Na zona norte, por conta da tradição dos bairros, ruas largas e arborizadas, vilas etc...., o valor está na relação com a rua. Na oeste, pela taxa de ocupação e potencial construtivo muito baixos, pela difusão dos ditos condomínios clubes, em geral encontra-se edifícios onde a aeração e a luz natural são virtudes ordinárias e o valor da vista está em além da paisagem, na sua relação com as áreas de lazer e jardins.

Por outro lado, a falta de planejamento e fiscalização traz prejuízos intangíveis e imprevisíveis. As encostas de mata nativa, vista tão farta, tão bonita e valorizada na cidade foram e ainda são abr uptamente transformadas do dia para a noite, por ocupações irregulares. O ônus fica exclusivamente para os moradores das moradias formais, que veem seu patrimônio perder valor e liquidez sem que nada possam fazer.

Há ainda toda a região central revigorada pelo gigantesco plano de transformação urbana que é o Porto Maravilha. Os gabaritos mais altos da cidade estarão lá, promessa de vistas espetaculares da Baia de Guanabara, do nosso rico Patrimônio Histórico e novos edifícios, verdadeiros landmarks contemporâneos de uma cidade cada vez mais cosmopolita e que busca um papel de protagonismo no cenário mundial.

Na nossa cidade tudo tem o seu lugar, temos bairros tão diferentes quanto Copacabana e Barra da Tijuca, porém até as favelas consolidadas têm um lugar importante na paisagem urbana do Rio de Janeiro e, quem sabe um dia, serão uma vista a ser vista e não apenas um lugar para ver uma vista.

Fato é que em qualquer lugar do Rio de Janeiro podemos encontrar uma perspectiva, uma vista, um olhar que vale a pena ser visto, fotografado, pintado, em suma, registrado.

Característica da nossa edificação, as varandas são os quintais dos apartamentos. Podem ter vistas maravilhosas de nossa paisagem ou podem também ter a qualidade de estar na altura das copas da árvores. Podem estar de frente a um edifício de qualidade histórica ou de um futuro landmark arquitetônico inserido na nossa paisagem.

O imóvel é hoje e sempre será o maior desejo de consumo, o melhor e mais seguro investimento que existe, no mais, vista boa é escassa até em cidade maravilhosa e certeza de valorização e liquidez patrimonial.



O Globo, Morar Bem, Por dentro do mercado, 10/mai

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O fim da festa


Quem observava o ritmo de crescimento do mercado imobiliário no passado recente podia desconfiar que a euforia não duraria para sempre. Desde que EXAME passou a acompanhar o desempenho do mercado imobiliário em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), há quatro anos, havia sinais de que a valorização não tardaria a amornar. Depois de subir 26% em 2011, os preços médios dos imóveis usados no país já tinham avançado de maneira bem mais modesta em 2012 e 2013. Mas foi na mais recente edição da pesquisa da Fipe, envolvendo uma centena das principais cidades brasileiras, que o cenário ficou mais evidente. Em 2014, os imóveis residenciais usados valorizaram, em média, 6,9%. Foi o menor índice dos últimos anos e muito próximo da inflação no período, de 6,4%. Do ponto de vista de quem vende, a coisa já não andava bem no primeiro semestre do ano passado. E, com a Copa do Mundo e as eleições, o mercado piorou no segundo semestre. Em São Paulo, 60% da valorização acumulada em 2014 ocorreu até junho. No Rio de Janeiro, quase 70%. Em outros lugares, como no Distrito Federal, o ano fechou com queda nominal dos preços. Os novos tempos do mercado de imóveis, sem a euforia de pouquíssimo tempo atrás, efetivamente começaram. "É muito provável que 2015 seja o primeiro ano, depois de muito tempo, de queda real nos preços dos imóveis no Brasil", afirma Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fipe responsável pelo levantamento.

Esse quadro já foi observado no primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março, os preços de casas e apartamentos em 20 cidades acompanhadas mensalmente pela Fipe avançaram apenas 0,7%, enquanto a inflação galopou - com o dólar em alta e os aumentos dos combustíveis e das tarifas de energia elétrica, o índice oficial de preços (o IPCA) avançou 3,8%, cinco vezes mais. Esse descompasso não acontecia no país desde 2002 - não por acaso, um ano marcado também por uma grave crise de confiança, câmbio nas alturas e inflação fora das metas. Na época, a valorização dos imóveis não chegou a um terço do IPCA acumulado no ano. Foi só a partir da segunda metade daquela década que passou a ser possível lucrar de verdade com a aquisição de um imóvel - os brasileiros logo se acostumaram a ganhar mais de 20% por ano com um apartamento comprado na planta.

Para quem quis surfar nos últimos momentos da recente onda de valorização, certamente é doloroso encarar os novos tempos. Já para os interessados em sair do aluguel ou investir, a cena pode ser diferente. "O momento é do comprador, não do vendedor", afirma Plínio Serpa Pinto, presidente da Brasil Brokers, empresa que reúne 25 imobiliárias e 14000 corretores em todo o país. Com o mercado parado, crescem as chances de encontrar incorporadoras mais dispostas a negociar. O que pressiona as construtoras é o grande número de apartamentos encalhados. No fim do ano passado, havia cerca de 130 bilhões de reais em imóveis lançados e não vendidos no Brasil, cifra 17% superior à de cinco anos antes. Isso apesar de as construtoras terem reduzido drasticamente o número de novos empreendimentos nos principais mercados. Em 2014, as empresas com ações na bolsa de valores - as maiores do setor - fizeram menos da metade dos lançamentos de 2011. Para se livrar do que sobrou, vale tudo. A exemplo, realizou em março um dia de promoções com descontos de até 36% nos apartamentos em estoque. Conseguiu negociar 400 unidades por 190 milhões de reais. Nos feirões de imóveis promovidos pela Caixa Econômica Federal, que começaram no fim de abril e se estendem até junho, construtoras como a mineira Tenda dão descontos de mais de 50 000 reais, além de impostos e taxas de cartório pagos.

É esperado que, com o estoque de encalhes em nível recorde, as incorporadoras partam para promoções mais agressivas do que no passado recente. Mas a verdade é que o mercado de imóveis novos vive há dois anos uma espécie de crise particular, motivada pela falta de controle nos lançamentos, pelo estouro nos custos e pela má gestão. O que diferencia o fenômeno atual é que a queda no ritmo está acontecendo em todos os mercados, sobretudo no de imóveis usados (que formam a imensa maioria do estoque nas capitais brasileiras). Por que, então, desta vez é diferente?

O APERTO DO CRÉDITO

Um dos truísmos do mercado imobiliário argumenta que ele é impulsionado por dois motores - renda e crédito. Gente que ganha mais fica mais confiante e, se tem acesso a crédito fácil, assume o risco de comprar um imóvel que só será quitado em duas, três décadas. No Brasil dos últimos dez anos, os dois motores funcionaram a toda. O crédito, sobretudo. Os financiamentos para a compra de imóveis no Brasil passaram de 3 bilhões de reais, em 2004, para 113 bilhões, no ano passado. Mesmo com juros ainda altos para os padrões internacionais (quase sempre superiores a 10% ao ano), os brasileiros olhavam a valorização dos imóveis e concluíam: se eu comprar agora, logo meu imóvel valerá muito mais; portanto, vale a pena tomar o empréstimo. Virou praxe financiar até 90% do valor do imóvel em 30 anos. Mas, como muitas das características que marcaram o Brasil maravilha da última década, a combinação de renda com crédito que impulsionou o mercado imobiliário está, rapidamente, minguando.

O Brasil de 2015 é o país da inflação que beira os 10%, dos juros que superam os 13%, da recessão líquida e certa, do desemprego que aumenta. Estima-se que o PIB per capita vá cair até 2018. Não é um cenário que inspire confiança em grandes apostas no futuro. E, para completar, os bancos estão apertando o crédito. A Caixa Econômica Federal, responsável por 70% do crédito imobiliário do país, elevou os juros duas vezes neste ano e diminuiu a fatia do imóvel que pode ser financiada - um tiro mortal para muitos pretendentes à compra de um imóvel. Os clientes do banco, que até janeiro pagavam taxas de 8,75% ao ano, hoje arcam com, no mínimo, 9,3% anuais - e não podem financiar mais do que 50% do valor de casas e apartamentos usados (antes, era possível financiar até 80%). Segundo os cálculos de João da Rocha Lima, coordenador do núcleo de mercado imobiliário da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, a mudança no limite de financiamento fará com que, na média, uma família tenha de esperar mais 12 anos até juntar o dinheiro necessário para dar de entrada. A conseqüência de tudo isso não poderia ter sido outra: no primeiro trimestre, o volume de financiamentos da casa própria caiu quase 5% em relação ao mesmo período do ano passado - a primeira retração nesse período em 13 anos.

Com menos recursos disponíveis, os financiamentos tendem a se tornar mais seletivos e caros. Ou seja, mesmo que os preços caiam, comprar vai continuar difícil - como fazer a parcela caber no bolso? A Caixa não mudou as regras para a compra de imóveis novos, numa tentativa de manter relativamente aquecido o mercado de construção civil. Ainda assim, tudo indica que as mudanças no crédito vão travar ainda mais o mercado. Afinal, na maioria das vezes, para poder adquirir um imóvel novo, uma família precisa antes se desfazer daquele em que mora - e achar interessados com condições de dar de entrada metade do valor não é uma tarefa fácil. "Enquanto a renda das famílias crescia, os custos de financiamento caíam e os prazos aumentavam, era possível comprar um imóvel apesar dos preços. Mas as condições do jogo mudaram e está cada vez mais difícil fechar a conta", diz Nicole Hirakawa, analista do banco Credit Suisse. Um índice de affordability - a viabilidade de comprar um imóvel -, calculado pelo banco, passou a ficar negativo em cidades como São Paulo no início deste ano, sugerindo que ficou mais difícil adquirir um imóvel, principalmente para quem depende de crédito. O indicador leva em consideração itens como a renda média da população e os juros. Com as taxas em alta, também não vale a pena comprar imóveis para alugá-los em seguida. Em cidades como o Rio de Janeiro, a rentabilidade média proporcionada pelos aluguéis - quanto se ganha com a locação em relação ao que se paga por um imóvel - está em 0,36% ao mês. Em São Paulo, é de 0,43%. Com a elevação nos juros e a freada na valorização dos imóveis, fica mais atraente e seguro simplesmente deixar o dinheiro numa aplicação de renda fixa. Fundos que seguem a taxa básica de juros pagam, hoje, 1% ao mês.

É esperado que um mercado imobiliário em alta ajude a impulsionar a economia. Claro, um setor de construção civil saudável e em expansão traz benefícios óbvios. Mas entra em ação também o mecanismo conhecido como efeito riqueza: os donos de imóveis que valorizam se sentem mais ricos e consomem mais, ajudando setores que não têm nada a ver com o mercado imobiliário. Uma queda nos preços, mesmo que não leve a uma depressão como a que se seguiu ao estouro da bolha imobiliária americana, certamente atrapalha bastante. Mas há ajustes e ajustes - muitos são bem-vindos. Parece ser o caso no mercado imobiliário brasileiro, que passou por uma euforia que beirava a irracionalidade. O crescimento do crédito - no caso da Caixa, com motivações eleitorais um tanto óbvias - era acelerado demais, o que fazia os preços subir muito mais do que a renda das famílias. Aquele ritmo era insustentável. E, não custa lembrar, a expansão desorganizada das construtoras levou o setor a uma crise da qual não saiu até hoje. O cenário, agora, é de uma saudável acomodação. O choque de realidade atual pode ajudar a colocar as coisas num patamar mais razoável. A decisão de comprar ou vender um imóvel vai ser difícil, árdua, dolorida - como, afinal de contas, deve mesmo ser.



Exame, Especial Imóveis, 08/mai

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A lista da Barrinha


A Secretaria municipal de Obras faz orçamento para avaliar a viabilidade de realizar uma série de intervenções nas proximidades do Largo da Barra. Moradores e comerciantes reivindicam uma ciclovia cortando a área, melhorias em ruas e calçadas, deques voltados para a Lagoa da Tijuca, na altura da Ponte do Itanhangá e da Rua Maria Luisa Pitanga, e realinhamento da rotatória na Praça Desembargador Araújo Jorge.

As necessidades foram apontadas por moradores e comerciantes ouvidos pela Associação Comercial e Industrial do Largo da Barra ( Acibarrinha), cuja equipe produziu um documento e procurou a subprefeitura da Barra e de Jacarepaguá para apresentar as demandas.

- A subprefeitura intermediou o contato com a Secretaria municipal de Urbanismo, que fez o projeto de qualificação urbana da Barrinha e do Joá e o encaminhou para a Secretaria de Obras fazer o orçamento - diz Dayse Góis, ex-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil e coordenadora de Relações Institucionais da Acibarrinha.

O presidente da associação, Eduardo Valeriano, acredita que o projeto será aprovado:

- O Largo da Barra deixou de ser um canto na Barra e passou a ter destaque. Acredito que seremos atendidos.

O subprefeito da região, Alex Costa, diz que não há previsão para a conclusão do orçamento do projeto.



O Globo, Barra, 07/mai

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Prefeitura investirá R$ 115,7 milhões no entorno


A Prefeitura do Rio de Janeiro investirá cerca de RS 115,7 milhões na construção de uma grande área de lazer no entorno do Estádio Olímpico Nílton Santos (Engenhào). Segundo a prefeitura, o local será concluído após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, já que a arena esportiva receberá competições do evento esportiva

As melhorias urbanísticas incluem o restauro da Praça do Trem (conjunto de antigos galpões tombados que serviam como oficinas para reparo das composições); a construção da Nave Olímpica do Conhecimento: e uma ciclovia com dois quilômetros de extensão. Além de obras de requalificação, como drenagem, implantação de novo paisagismo, cabeamento subterrâneo e recuperação de calçadas.

"A obra no entorno do Engenhão é muito parecida com a que executamos no Maracanã. Estamos garantindo uma nova área de lazer para a população, que já usava a região para este fim, sem as condições adequadas. É um importante passo para revitalizar o bairro do Egenho de Dentro, um dos mais importantes do Grande Méier, explicou o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinta

A Praça do Trem deverá se tornar a maior área pública do bairro e da região (que hoje cabe ao Jardim do Méier, com cerca de 11 mil metros quadrados), com aproximadamente 35 mil metros quadrados. O projeto elaborado pela equipe técnica do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) tem como objetivo a restauração do conjunto de edificações das oficinas de locomoção do Engenho de Dentro, tombadas na esfera municipal, e prevê a conservação do aspecto original dos galpões.

Projeto

O espaço interno da praça abrigará atividades culturais, enquanto a área ao redor das construções será um espaço de convivência, amplamente iluminado, permitindo seu uso à noite. O local será arborizado, respeitando a visibilidade dos galpões tombados e, após os jogos de 2016, poderá ser usado como praça, após a colocação de mobiliários urbanos.

Cerca de 250 pessoas, entre engenheiros e operários, trabalham nas obras, que estão sendo realizadas no quadrilátero formado pelas ruas Arquias Cordeiro, das Oficinas, José dos Reis e Doutor Padilha, e incluem ainda os projetos Passeio Olímpico (já entregue em janeiro deste ano) e Bairro Maravilha Engenho de Dentro.

As intervenções do Passeio Olímpico visaram adequar o bairro aos eventos esportivos, garantindo que todas as melhorias se revertam em legado para os cariocas. As quatro ruas do quadrilátero ganharam novas calçadas, mais largas e com total acessibilidade para as pessoas com mobilidade reduzida, meio fios e sarjetas, além de implantação de infraestrutura para nova iluminação e conversão de redes aéreas de concessionárias para subterrâneas.

Já as obras do programa Bairro Maravilha contemplam 34 ruas, das quais cinco já foram entregues. A conclusão destas intervenções está prevista para dezembro deste ano.

Diferentemente das outras oito naves já existentes, a Nave Olímpica do Conhecimento será utilizada para difundir conteúdo e informações sobre a história das Olimpíadas e seus esportes e sobre as transformações ocorridas na cidade do Rio de Janeiro, antes e depois dos Jogos. Com previsão de inauguração em dezembro deste ano, a Nave receberá infraestrutura tecnológica e equipamentos de Telepresença, funcionando como hub de engajamento olímpico para as demais Naves do Conhecimento e usuários remotos.

A nova Nave terá simuladores de provas de atletismo, que farão o visitante se sentir dentro de uma competição; uma linha do tempo com imagens e vídeos que contarão a história das olimpíadas através de in fotográficos com países participantes, recordes e curiosidades; painéis interativos com os heróis brasileiros de diferentes modalidades: quiz sobre os esportes; informações e depoimentos de atletas sobre hábito alimentar; exposição de objetos ligados aos Jogos, em versões modernas e antigas, como raquete de tênis, cadeira de rodas, prótese, espada de esgrima, entre outros.

Além disso, a Nave Olímpica deverá reforçar o contraste entre os tempos, desde a sua fachada, que manterá as características arquitetônicas do antigo prédio, quanto na área de Teste de Materiais, onde será possível tocar em determinados objetos e sentir a diferença entre os elementos através do tempo,como, por exemplo, comparar o peso de uma prótese e a leveza de um mai. O acesso à Nave será feito por meio de um cadastro, em que o visitante receberá uma pulseira de identificação por radiofrequência, que carregará uma espécie de arquivo da pessoa e permitirá um roteiro personalizado.



Jornal do Commercio, 06/mai