quinta-feira, 18 de maio de 2017

Após notícia sobre JBS e Temer, ações do Brasil despencam 11% em NY


Ações brasileiras negociadas na Bolsa de Nova York despencam após ter sido publicada - pelo colunista do GLOBO Lauro Jardim - a informação de que o dono da JBS gravou o presidente Michel Temer dando aval para a compra de silêncio de Eduardo Cunha. Nas negociações após o fechamento do mercado (after hours), o iShares MSCI Brazil Index despenca 11,28%. O índice representa os recibos de ações brasileiras negociadas na Bolsa americana e é uma das principais referências dos investidores estrangeiros sobre aplicações no Brasil. Os papéis da Petrobras, por sua vez, despencaram 9,18%.

Esses ativos começaram a despencar poucos minutos depois das 19h30m (horário de Brasília), quando o site do GLOBO publicou a notícia. A trajetória descendente continua até agora.

A ADR (American Depositary Receipt) da Petrobras havia fechado o pregão regular cotada a US$ 10,29. Às 20h53m, o papel valia US$ 9.

ENTENDA O CASO

O presidente Michel Temer foi gravado pelo dono da JBS Joesley Batista, dando aval para o pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha em troca do silêncio dele. Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.

Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?".

Aécio Neves também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho dos reais. Descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).

Em negociação para fechar acordo de delação premiada, Joesley relatou também que Guido Mantega era o seu contato com o PT. Era com o ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma Rousseff que o dinheiro de propina era negociado para ser distribuído aos petistas e aliados. Mantega também operava os interesses da JBS no BNDES.



O Globo online, Economia, 18/mai