O dólar comercial caiu pelo quinta sessão consecutiva nesta segunda-feira, recuando 0,54% e valendo R$ 3,108. Na mínima do dia, chegou a valer R$ 3,097. O câmbio local acompanhou o desempenho da divisa americana em escala global, com o índice Dollar Spot (que mede sua força frente a dez moedas) caindo 0,35%. O dólar foi pressionado pelo salto do petróleo, cujo barril do tipo Brent chegou a subir mais de 3% e fechou em alta de 1,91%, a US$ 51,81, maior nível em duas semanas. No mercado acionário, a alta da commodity favoreceu as ações da Petrobras, fazendo com que o índice Ibovespa subisse também pelo 5º pregão, avançando 0,36%, aos 68.474 pontos.
- É uma conjunção de boas notícias. Houve esse "rali" do petróleo, o mercado local também começou a trabalhar com um corte de 1,25 ponto percentual na próxima reunião da taxa Selic. O que era um "hedge" (aposta com objetivo de proteção) virou quase que uma certeza. Além disso, tivemos dados de IBC-Br e Focus, mostrando a retomada da atividade e a inflação baixa - afirmou Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.
Com a escalada do otimismo nos últimos dias, o risco-país medido pelo CDS (credit default-swap, espécie de seguro contra calote) caiu abaixo dos 200 pontos nesta segunda, o que não acontecia desde janeiro de 2015, quando o Brasil ainda tinha o chamado grau de investimento.
Queda na inflação
Diversos produtos industrializados, inclusive alimentos, como pão e macarrão, levam matérias primas importadas, como o trigo. A tendência é que os preços não subam, ou até caiam, o que ajuda a segurar a inflação e, consequentemente, aumenta o poder de compra dos brasileiros.
O petróleo se valorizou em reação ao anúncio de Rússia e Arábia Saudita, que afirmaram querer estender por nove meses (até março de 2018) o acordo que limita a produção de petróleo dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de outros 11 países produtores. Em comunicado conjunto, autoridades dos dois países informaram que farão consultas com os outros participantes do acordo. A reunião semestral da Opep acontece no próximo dia 25.
Na agenda doméstica, um dos destaques é o IBC-Br, índice do Banco Central usado como uma prévia do PIB oficial. Segundo o dado divulgado esta manhã, após a pior recessão do país, a economia brasileira começou a dar sinais de que o pior já foi superado. Nas contas do BC, o país cresceu 1,12% no primeiro trimestre deste ano.
Segundo Pablo Spyer, da Mirae, a probabilidade de um corte de 1,25 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom, no fim do mês, está hoje em 76%. Em relatório, o Itaú Unibanco divulgou previsão de que o corte será dessa magnitude.