sexta-feira, 28 de setembro de 2018
Em recuperação desigual, só Sudeste cresceu no 2o tri
A recuperação da atividade econômica do país não apenas patina e mostra-se mais lenta do que o previsto como também é bastante desigual. Levantamento feito pela 4E Consultoria e divulgado com exclusividade ao Valor mostra que a expansão de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) entre o primeiro e o segundo trimestres, feitos os ajustes sazonais, foi garantida pelo Sudeste, ao passo que a economia das regiões Norte e Nordeste mostraram quedas significativas. Enquanto a economia dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo cresceu 0,3%, em média, na passagem trimestral - único desempenho positivo entre as cinco regiões do Brasil -, o Norte viu seu PIB diminuir 2%. Já no Nordeste, a perda foi de 1,2%.
Valor Econômico, Brasil, 28/set
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
Confiança da indústria no Brasil recua em setembro e registra menor nível desde outubro de 2017, diz FGV
As perspectivas para os próximos meses pioraram em setembro e levaram a confiança da indústria brasileira a recuar no mês para o menor nível em quase um ano, influenciada pela volatilidade que antecede o período eleitoral, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
O Índice da Confiança da Indústria (ICI) teve queda de 3,6 pontos e atingiu 96,1 pontos em setembro, o menor valor desde outubro de 2017, disse a FGV.
"A magnitude da queda da confiança em setembro pode ser associada à volatilidade intrínseca ao período eleitoral. Porém, a disseminação negativa por quase 75 por cento dos segmentos e por todos os indicadores que compõem o ICI reforçam a percepção de deterioração dos negócios pelo setor, com efeitos que podem perdurar no quarto trimestre", apontou em nota a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE, Tabi Thuler Santos.
O resultado mensal teve como principal influência a queda de 4,3 pontos do Índice de Expectativas (IE), que passou para 97,1 pontos. O Índice da Situação Atual (ISA) registrou a segunda queda consecutiva, recuando 2,7 pontos, a 95,2 pontos em setembro.
No entanto, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) avançou 0,9 ponto em setembro, para 76,9 por cento.
Em um cenário de incertezas envolvendo as eleições presidenciais de outubro, o Brasil vem mostrando dificuldades em engrenar um ritmo forte de crescimento, com o desemprego ainda elevado e as empresas relutando em investir.
Extra online, Economia, 27/set
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Nota Carioca: contribuintes têm até dia 30 para conseguir abatimento no IPTU 2019
Contribuintes que usam a Nota Carioca tem até o próximo dia 30 para transferir os créditos que dão até 100% de isenção no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) para um ou mais imóveis, comerciais e residenciais, localizados no município do Rio. O prazo é estabelecido pela Secretaria Municipal de Fazenda.
Podem ter créditos disponíveis no sistema pessoas físicas cujos CPFs estejam identificados no documento fiscal emitido e pago, pelo prestador de serviço, desde 1º de janeiro de 2016. O abatimento no IPTU 2019 pode alcançar até mesmo imóveis com débitos do imposto, excluindo aqueles que possuem apenas cobrança de Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo (TCL).
O programa permite ainda que o valor seja direcionado a um mesmo imóvel por CPFs distintos, sem que haja necessidade de o contribuinte ser o proprietário do imóvel beneficiado. Para reduzir o valor do IPTU é preciso se cadastrar no site da Nota Carioca (www.notacarioca.rio.gov.br) e possuir saldo mínimo de R$1.
Neste ano, cerca de R$ 106 milhões em créditos da Nota Carioca estão disponíveis aos contribuintes da cidade.
Os créditos terão validade até o dia trinta de setembro do segundo ano seguinte àquele em que tiverem sido gerados. Por isso, os que foram gerados em 2016, cerca de R$40 milhões, perderão a validade no dia 30 de setembro, caso não sejam utilizados para abatimento no IPTU.
Extra online, Economia, 26/set
terça-feira, 25 de setembro de 2018
Preços cobrados por aluguel residencial estão mais baixos
O mercado imobiliário deu mais uma demonstração, em agosto, a favor dos inquilinos. Cerca de 80% dos bairros da capital carioca registraram queda no valor do aluguel no último ano, segundo levantamento mensal elaborado pelo Imovelweb, portal de mercado imobiliário.
No mês, a locação de um apartamento padrão, de 65 metros quadrados, dois quartos e uma vaga de garagem ficou em média R$ 1.500 ao mês, acumulando queda real de 8% nos últimos 12 meses.
No período, o bairro do Maracanã foi o que apresentou a maior queda na variação anual, 16,3%, seguido por Catete (14,7%), Lagoa (13,3%) e Flamengo (12,4%). Já Curicica e Madureira se destacaram como as regiões com variações positivas no período, com 5,3% e 4,9% respectivamente.
No quesito venda, o preço dos imóveis no Rio de Janeiro continua em queda pelo terceiro mês consecutivo. Com baixa de 0,1% em agosto de 2018, o metro quadrado na região ficou em R$ 5.933, de acordo com o estudo do Imovelweb.
Durante o último ano, o Rio acumulou uma queda de 2,2% no valor dos imóveis, sendo a queda real, já contemplando a inflação, acima de 7% nos últimos doze meses.
- A redução dos preços pode representar uma oportunidade para quem pensa a longo prazo. O cenário também é positivo para quem deseja investir ou tem recursos para dar um upgrade no padrão de moradia atual, por exemplo - avalia Leonardo Paz.
Os bairros Riachuelo e Pavuna foram os que apresentaram a maior desvalorização anual, ambas girando em torno de 19%. Já Maria da Graça (12,6%) e Praça da Bandeira (10,5%) ganharam visibilidade como as regiões mais valorizadas. Com o metro quadrado a R$ 13.428, a Zona Sul continua em destaque como a mais cara da cidade.
Os valores médios
ALUGUEL
Mais baratos/ valor mensal
Madureira: R$ 973, C. Grande: R$ 942 e P. Seca: R$ 857
Mais caros/ valor mensal
Leblon: R$ 3.705, Ipanema: R$ 3.484 e Botafogo: R$ 2.705
VENDA
*Mais baratos/ m²
Honório Gurgel: R$ 3.090, Santa Cruz: R$ 2.785 e Pavuna: R$ 2.142
Mais caros/ m²
Leblon: R$ 21.373, Ipanema: R$ 19.844 e Lagoa: R$ 16.435
Extra, Pollyanna Brêtas, 25/set
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Confira os bairros que apresentaram as maiores quedas no valor do aluguel e venda, no Rio
O mercado imobiliário deu mais uma demonstração, em agosto, de estar francamente favorável ao inquilino e aos interessados em alugar um imóvel. Cerca de 80% dos bairros da capital carioca registraram queda no valor do aluguel no último ano, segundo levantamento mensal elaborado pelo Imovelweb, portal de mercado imobiliário.
No mês, a locação de um apartamento padrão, de 65m², 2 dormitórios e 1 vaga de garagem, ficou em torno de R$ 1.500,00 ao mês, acumulando uma queda real de 8% nos últimos doze meses.
- O setor imobiliário no Rio de Janeiro continua apresentando desvalorização. Mesmo com a redução das taxas de juros e as mudanças nas regras de financiamento, o consumidor continua retraído - ressalta o CEO do Imovelweb, Leonardo Paz.
No período, o bairro do Maracanã foi o que apresentou a maior queda na variação anual, 16,3%, seguido por Catete (14,7%), Lagoa (13,3%) e Flamengo (12,4%). Já Curicica e Madureira se destacaram como as únicas regiões com variações positivas no período, com 5,3% e 4,9% respectivamente.
No quesito venda, o preço dos imóveis no Rio de Janeiro continua em queda pelo terceiro mês consecutivo. Com baixa de 0,1% em agosto de 2018, o metro quadrado na região ficou em R$ 5.933,00, de acordo com o estudo do Imovelweb.
Durante o último ano, o Rio acumulou uma queda de 2,2% no valor dos imóveis, sendo a queda real, já contemplando a inflação, acima de 7% nos últimos doze meses.
- A redução dos preços pode representar uma oportunidade para quem pensa a longo prazo. O cenário também é positivo para quem deseja investir ou tem recursos para dar um upgrade no padrão de moradia atual, por exemplo - avalia Leonardo Paz.
Os bairros Riachuelo e Pavuna foram os que apresentaram a maior desvalorização anual, ambas girando em torno de 19%. Já Maria da Graça (12,6%) e Praia da Bandeira (10,5%), ganharam visibilidade como as regiões mais valorizadas no período. Com o metro quadrado a R$ 13.428,00, a Zona Sul continua em destaque com o metro quadrado mais caro do Rio.
Mesmo com a desvalorização do mercado imobiliário no Rio de Janeiro, a rentabilidade dos imóveis locais manteve-se estável no período, em torno de 4% ao ano, o que significa que são necessários 25 anos de aluguel para recuperar o gasto com a compra do imóvel.
Extra online, Economia, 24/set
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
País cria 110 mil postos de trabalho formais em agosto
O país criou, em agosto, 110 mil empregos com carteira assinada. Esse foi o melhor resultado para o mês nos últimos cinco anos. No mesmo período do ano passado, foram gerados 35.457 postos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Entre janeiro e agosto, foram abertas 500 mil vagas.
Segundo especialistas, os resultados do mês passado mostram que o país começa a recuperar a trajetória que seguia antes da greve dos caminhoneiros. O levantamento é feito com base em informações enviadas à pasta mensalmente pelos empregadores sobre admissões e demissões.
O resultado do emprego formal em agosto foi antecipado ontem pelo presidente Michel Temer em sua conta no Twitter. Os detalhes sobre o mercado de trabalho no mês, no entanto, só devem ser divulgados pelo Ministério hoje. Isso inclui o comportamento do emprego em cada setor e em quais estados o desempenho foi melhor. Segundo técnicos da pasta, os segmentos de comércio e serviços foram os que puxaram o emprego em agosto.
"Fui informado que o País criou mais de 100 mil empregos com carteira assinada em agosto. Isto é prova que o Brasil está no rumo certo. Em plena recuperação", escreveu Temer.
RIO TERIA VOLTADO A CONTRATAR
Ainda segundo técnicos, o Rio, que tem apresentado sucessivos saldos negativos no mercado de trabalho, voltou a contratar em agosto.
Com a greve dos caminhoneiros, que provocou uma grave crise de abastecimento e praticamente paralisou o país em maio, o nível do emprego formal virou o mês de junho com resultado negativo de 661 postos. Já no mês seguinte, houve uma recuperação, com saldo positivo de 47.319. O dado de agosto surpreendeu analistas, que esperavam um saldo positivo menor, de, no máximo, 80 mil postos de trabalho.
- Foi um bom resultado, o segundo melhor do ano. Estamos recuperando a trajetória de antes da greve dos caminhoneiros, no fim de maio. Com emprego formal, você começa a reforçar toda a cadeia produtiva - afirmou o especialista Rodolfo Torelly, do site Trabalho Hoje.
De acordo com os técnicos responsáveis pelo Caged, agosto costuma ser um mês positivo para as contratações, sobretudo nos setores de indústria de transformação, puxado pelas entregas de fim de ano, e construção civil. O melhor desempenho para o período foi registrado em 2010, quando foram criados 299.415 postos, e o pior, em agosto de 1995, que apresentou saldo negativo de 116.856 empregos.
Segundo especialistas, a trajetória positiva do mercado formal de trabalho deve se manter até novembro, diante dos sinais de retomada da atividade econômica. Dezembro é um mês tradicionalmente negativo devido às rescisões das contratações temporárias para o Natal.
Parte dos economistas avalia que a recuperação do mercado de trabalho se dá primeiro com a criação de vagas informais, de pior qualidade, para só depois se refletir no mercado formal. O grande contingente de desempregados no país, de 13 milhões de pessoas, é considerado um dos principais entraves à recuperação da atividade econômica.
O Globo, Geralda Doca, 21/set
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Bancos oferecem 300 imóveis em leilões com descontos de até 50%
Trezentos imóveis de instituições financeiras, como Bradesco, Itaú, Santander, Pan, serão oferecidos em leilões com descontos de até 50%. De acordo com a Zukerman Leilões, responsável pelo pregão, as propriedades oferecidas são casas e apartamentos residenciais - ocupados e desocupados - de patrimônio do banco ou de alienação fiduciária, processo de retomada do imóvel, dado como garantia em operação de crédito ao banco.
Os imóveis estão localizados nos estados do Rio, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, entre outros. No Rio de Janeiro, estão disponíveis 42 propriedades, sendo dez na capital, com preços a partir de R$ 79 mil.
Processo
Os interessados podem participar remotamente pela plataforma online da Zukerman leilões, realizando um cadastro prévio no site da empresa. Para quem estiver em São Paulo, há possibilidade de comparecer na Av. Angélica, 1996, em São Paulo.
Cuidados
É preciso observar alguns cuidados antes de participar de leilões. Segundo especialistas, antes da compra do imóvel, o interessado deve avaliar a localização do imóvel, estado de conservação, infraestrutura da região, valor do bem e disponibilidade de recursos financeiros.
Outro custo importante a ser calculado pelo arrematante será o de imóveis ainda ocupados. Neste caso, geralmente a responsabilidade para retirar o ocupante é do novo dono. O processo deve demandar uma ação judicial de reintegração de posse, o que pode levar no mínimo seis meses para ser concluído. A recomendação é reservar de 20% a 40% dos recursos disponíveis para o negócio para despesas extras, além do preço do imóvel.
De acordo com especialistas, geralmente, os interessados em comprar os imóveis no leilão não podem visitar as casas e apartamentos antes do processo,e por isso desconhecem o real estado de conservação do imóvel.
O Globo online, Pollyanna Brêtas, 20/set
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
Juros estáveis e pressão em alta
Termina hoje a última reunião do Copom antes das eleições. Quando o fim de outubro vier, o Brasil terá outro governo sendo montado. A decisão de hoje deve ser a de manter os juros em 6,5%, uma taxa que foi conseguida pelos acertos da política monetária e econômica. A alta do dólar está afetando preços por atacado como mostrou ontem o IGP-M, que reajusta os aluguéis. Os juros futuros subiram diante da ausência de qualquer informação concreta sobre o que será a economia do ano que vem.
É uma taxa de juros baixa para os nossos padrões, mas cercada de pressões. A Selic pode acabar sendo elevada em uma das próximas reuniões, por força da soma dos problemas que circundam a economia. Sobem nas pesquisas os candidatos com as propostas mais rasas sobre o que fazer para enfrentar os graves problemas fiscais brasileiros.
Países emergentes, principalmente Turquia e Argentina, afundam-se em crises. Na Turquia, o governo Erdogan tenta resolver com golpes de populismo e autoritarismo os problemas da economia, entre eles, a inflação e a crise cambial. Naturalmente fracassa. Na Argentina, o governo Macri queimou o bom momento em que teve a confiança dos investidores tomando medidas graduais demais para o tamanho do desequilíbrio macroeconômico deixado por Cristina Kirchner. A inflação voltou a subir, o dólar disparou, e o país pediu ajuda ao FMI. A crise da Argentina nos afeta diretamente pela interligação entre as economias.
A segunda prévia do IGP-M, divulgada ontem pela FGV, apontou alta de 1,34% em setembro. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa disparou 9,83%, aproximando-se dos dois dígitos. Esse é o índice de referência para a correção de contratos de aluguéis e isso significará um forte impacto na renda das famílias que ainda não têm a casa própria. O comércio também sentirá esse efeito. O subíndice IPA (Índices de Preços por Atacado) saltou 1,95% e no acumulado em 12 meses atingiu 13%. Os produtos agropecuários subiram 13,98%, e os industriais, 12,67%. Embora a inflação oficial medida pelo IPCA esteja baixa, famílias e empresas já estão sendo impactadas com aumento de custos.
Há pressões inflacionárias como a do atacado e o impacto da volatilidade cambial em vários outros preços. A alta de combustíveis está na faixa dos 10%. Gás natural está em 11,2%. O economista André Braz, do Ibre/FGV, alerta que a série do BC que acompanha os produtos comercializáveis estava com queda de 0,88% até maio e subiu para 1,93% de alta no ano em agosto. Há preços com alta forte, como a farinha de trigo, que subiu 15,7%, e o leite longa vida, que chegou a 38,5%. Começa a haver a contaminação dos preços pela alta do dólar provocada pela incerteza eleitoral.
Os juros não devem subir hoje, mas o ciclo de queda já foi interrompido e pode ser revertido. O que mais surpreende no período de queda da Selic é que as taxas não caíram tanto na ponta, como prova o levantamento feito pela Anefac. A Selic caiu a menos da metade, de 14,25% para 6,5%, mas as principais linhas não foram reduzidas na mesma magnitude pelos bancos. A taxa média de juros para os empréstimos pessoais caiu de 72% para 58%, a do financiamento de veículos foi de 31,8% para 24,3%, e a do cheque especial mal caiu: de 296% para 283%. Os juros do cartão de crédito tiveram forte queda, mas continuam em 280% ao ano. Há pouco a comemorar. Diante dessa distorção, formou-se um dos raros consensos dos candidatos brasileiros contra as taxas bancárias altas demais. Todos prometem enfrentar o problema, mas algumas soluções são intervencionistas e podem ter efeito bumerangue.
Nos próximos dias e semanas a tensão vai aumentar na política e, por consequência, na economia. O dólar deve oscilar ainda mais, ao sabor das pesquisas e dos inesperados dos quais esta eleição está repleta. Depois da decisão, o câmbio pode se acalmar a depender de quem for eleito e de que forma apresentar suas primeiras propostas para a economia. Essa equipe que está no Banco Central pode considerar que fez um bom trabalho até o momento. Pegou a inflação perto de 10%, os juros altos, e os reduziu. Assim o país está conseguindo atravessar este período de tensão pré-eleitoral em situação bem menos tensa do que seria, se a inflação e a Selic estivessem em dois dígitos.
O Globo, Míriam Leitão, 19/set
terça-feira, 18 de setembro de 2018
Governo quer financiar energia solar para reduzir conta de luz
Com o brasileiro pagando contas de luz mais caras desde junho com a bandeira tarifária vermelha acionada para compensar os custos do acionamento de termelétricas e a expectativa de industriais de manutenção de tarifas altas pelo menos no horizonte de um ano, o governo tem pouca margem de manobra para amenizar o peso da energia no bolso das famílias e no caixa das empresas. As alternativas com efeito no curto prazo são limitadas. Ainda assim, a menos de três meses para a saída de Michel Temer, o governo estuda medidas para reduzir a dependência do país de hidrelétricas e, ao mesmo tempo, reduzir o custo da energia.
O governo planeja um novo programa de financiamento dos bancos públicos para a compra de painéis de geração de energia solar, o que tende a beneficiar apenas famílias de renda mais alta. O governo também quer mexer nos subsídios que, junto com os impostos, representam cerca de 50% das contas, o que teria um efeito mais amplo para os consumidores. Mas isso demanda negociações mais complexas e demoradas.
Outras duas propostas em estudo são a realização de leilões para substituir termelétricas a diesel por gás natural, mais baratas, e a revisão do contrato da usina Itaipu. Ambas só terão desdobramentos a partir de 2023.
ESPECIALISTAS SÃO CÉTICOS
O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, disse ao GLOBO que pretende, pelo menos, levantar a questão sobre a necessidade de eliminar subsídios que pesam na conta de luz. Apesar do calendário apertado, os leilões de termelétricas a gás podem ser realizados ainda em 2018, ele diz.
Moreira também quer começar as negociações sobre a revisão do acordo de Itaipu com o Paraguai, cujo novo governo já procurou o Brasil para conversar. O país vizinho é obrigado a vender o excedente da sua parte na geração da usina para o Brasil até 2023. Depois dessa data, ficará livre para vender no mercado livre (no qual comprador e vendedor negociam o custo da energia). O Brasil é, de longe, o mercado mais atraente, o que abre espaço para a negociação de novas condições.
- Existem programas de assistência regional no Paraná e no Paraguai que foram negociados durante a construção da usina. Tudo isso pesa na conta e precisa ser revisto - diz o ministro.
Especialistas veem com ressalvas as iniciativas do governo. Para o professor de Economia da UFRJ, Nivalde José de Castro, é preciso ter cuidado com a criação de programas de financiamento para incentivar a geração domiciliar solar. Eles tendem a beneficiar quem não precisa. Um kit para atender o consumo de uma residência custa em torno de R$ 10 mil.
Para Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, esse tipo de programa é insustentável se forem mantidas as regras atuais de compensação. Quem gera energia solar pode abater integralmente os valores na conta, deixando o peso dos subsídios para os demais consumidores. Para os dois especialistas, a revisão do contrato de Itaipu pode ser uma oportunidade para reduzir as tarifas, mas num prazo mais longo.
O Globo, Geralda Doca, 18/set
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Momento é bom para financiamento imobiliário, mas é preciso pesquisar
O volume de crédito de financiamento imobiliário cresceu neste ano. Foram R$ 30,21 bilhões de janeiro a julho, montante 21,9% superior ao mesmo período de 2017, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
Para quem quer aproveitar o momento de crédito em alta e taxas de juros em baixa (acompanhando a taxa Selic, que está em 6,5%, o menor patamar histórico), é importante pesquisar.
Como o financiamento imobiliário acontece em prazo longo, mesmo uma pequena variação da taxa de juros pode significar uma grande economia para o comprador.
Cálculo feito pela MelhorTaxa, site que faz simulações de crédito, mostra que um financiamento imobiliário no valor de R$ 250 mil por um prazo de 15 anos pode custar R$ 280 a mais por parcela, ou R$ 50 mil no total, se a taxa de custo efetiva subir de 10% para 12% ao ano.
Importante lembrar ainda que os juros cobrados pelos bancos - em torno de 9% - não são o único custo para quem pretende financiar um novo imóvel.
Há ainda dois seguros obrigatórios: morte e invalidez permanente, que é calculado com base no saldo devedor e leva em consideração a idade do comprador, e de danos físicos ao imóvel, calculado com base no valor do bem. Os custos são divididos e incluídos no parcelamento.
O ideal é que a parcela mensal total não comprometa mais do que 20% a 30% da renda da pessoa, explica o professor de finanças do Insper, Ricardo Rocha.
Os bancos permitem dividir o valor do empréstimo em até 35 anos (veja quadro abaixo). O prazo escolhido pelos mutuários costuma ser menor, em média 20 anos.
"A maioria quita o financiamento em 12 anos", comenta o economista-chefe do Secovi (sindicato do mercado imobiliário), Celso Petrucci.
Ele afirma que o crédito imobiliário tem despertado mais interesse das instituições financeiras e ajudado no aumento das vendas do setor.
"Para se ter uma ideia, em 2004 e 2005, esse tipo de financiamento representava 5% do crédito dos bancos para a pessoa física. Hoje já está em 20%", afirma.
De acordo com o diretor da área de crédito imobiliário do Bradesco, Romero Gomes Albuquerque, o crédito imobiliário deixou de ser uma obrigação dos bancos (que têm que destinar recursos da poupança para financiar casa própria) para se tornar um produto estratégico das instituições.
Além do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que usa recursos da poupança, é possível conseguir financiamento para a casa própria pelo Minha Casa Minha Vida.
No programa do governo, que usa recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), a taxa média é menor, de 6% ao ano.
Nesse caso, há limitação de renda familiar de até R$ 9.000 mensais. Há ainda o teto de R$ 240 mil no valor do imóveis financiado, que é válido para Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.
Outra alternativa é a linha pró-cotista, que também usa recursos do FGTS sem impor limite de renda. Mas para ter acesso a esse recurso é obrigatório que a pessoa esteja contribuindo com o fundo de garantia.
É uma linha com taxas a partir de 8% ao ano. "Depois do Minha Casa Minha Vida é a modalidade com os juros mais baixos do mercado", afirma o vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Paulo Antunes.
Antes, esse financiamento estava disponível apenas nos bancos públicos, mas já começa a fazer parte também da carteira das instituições privadas.
"Começamos a operar nessa modalidade, mas ainda é uma linha bastante reduzida em termo de disponibilidade", diz o superintendente de negócios imobiliários do Santander, Fabrizio Ianelli.
A pró-cotista tem orçamento definido pelo governo. Neste ano, foi destinado R$ 1,4 bilhão à compra de imóveis usa- dos, já totalmente liberado, de acordo com a Caixa.
A instituição informa que o financiamento para imóveis novos segue aberto.
O Bradesco pretende entrar nessa linha a partir do ano que vem.
Há ainda a opção de financiamento direto com as construtoras. Nesse caso, a taxa de juros fica em 12% ao ano mais IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que de janeiro a agosto deste ano acumula uma alta de 6,66%.
"Antes, essa era uma alternativa mais usada porque o crédito imobiliário era mais caro e restritivo. Mas, com as reduções nas taxas e os bancos mais interessados neste produto, o financiamento com incorporadoras diminuiu bastante", explica Petrucci, do Secovi.
Folha de São Paulo, Gilmara Santos, 16/set
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Dólar é recorde desde o Plano Real
Influenciado pelo cenário eleitoral, o dólar comercial acelerou sua valorização na tarde de ontem e bateu o recorde histórico de fechamento: R$ 4,195, uma alta de 1,11%. É a maior cotação em 24 anos, ou seja, do Plano Real. Até então, o maior valor de fechamento era de R$ 4,166, registrado em 21 de janeiro de 2016. Na máxima de ontem, a moeda chegou a ser negociada a R$ 4,20.
Nas casas de câmbio do Rio, a cotação do dólar variou entre R$ 4,31 no papel-moeda e R$ 4,63 no cartão pré-pago. As cotações já consideram o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 1,1% e 6,38%, respectivamente.
Enquanto o ambiente externo trouxe certo alívio com a decisão do Banco Central da Turquia de subir os juros e com a inflação americana abaixo do esperado, os investidores buscaram proteção após notícias do universo político, como a expectativa de melhora de Fernando Haddad (PT) nas pesquisas eleitorais e a nova cirurgia de emergência do líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL).
Na Bolsa, índice de referência Ibovespa caiu 0,58%, aos 74.686 pontos.
- A razão é totalmente política. Hoje, os indicadores econômicos estão perdendo a relevância, uma vez que o mercado está inteiramente focado nas eleições -disse Paulo Petrassi, gestor da Leme Investimentos. - Assim, o mercado local se descola do restante do mundo, onde o dólar perde valor frente a moedas de emergentes.
À ESPERA DA ATUAÇÃO DO BC
Segundo Petrassi, circulam informações de que os partidos políticos veem um cenário em que Haddad sobe nas pesquisas após ter seu nome confirmado como candidato do PT.
Os agentes do mercado financeiro, em sua maioria, discordam da plataforma econômica defendida pelo candidato petista e reagem negativamente a notícias que o favoreçam. Os analistas preferem candidatos que sejam mais alinhados com uma agenda de reformas econômicas.
- Rumores eleitorais pesaram mais do que qualquer fato confirmado. Isso ronda as mesas de operação, e o mercado corre para se proteger. Sobretudo porque amanhã (hoje) tem pesquisa Datafolha e é sexta-feira. Ninguém vai querer passar o fim de semana descoberto - avaliou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Para Galhardo, a rápida alta do dólar nas últimas sessões sugere que os agentes teriam apetite para operações do BC de suavização da turbulência cambial, como leilões de swap, operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro.
- Na última vez em que o BC atuou, o dólar havia batido R$ 4,21 durante a sessão. Isso torna possível que ele volte a atuar agora. O mercado correu para se proteger muito rapidamente, e muitas vezes os agentes não têm fundos suficientes para bancar essas posições em dólar. O que reconforta o mercado é o contrato de dólar futuro, que alivia a escassez da moeda estrangeira - disse.
O BC turco elevou a taxa básica de juros do país de 17,75% para 24% ao ano, uma medida que impulsionou a moeda local e aliviou as preocupações sobre a influência do presidente Recep Tayyip Erdogan na política monetária.
De forma geral, as moedas de países emergentes tiveram valorização. A lira turca liderou os ganhos, com alta de 4,09%, seguida pelo rand sul-africano (1,06%) e pelo rublo russo (0,98%).
VIA VAREJO TEM ALTA DE 10%
Na Bolsa, as principais ações fecharam em queda. A Petrobras perdeu 1,4% (ON, com voto, a R$ 21,85) e 1,27% (PN, sem voto, a R$ 18,71). Banco do Brasil e Bradesco tiveram desvalorização de 1,34% e 0,40%, respectivamente. Os papéis do Itaú Unibanco caíram 0,55%. Os bancos têm maior peso no Ibovespa.
Já as ações da Via Varejo saltaram 10,8%, depois de anunciar uma parceria com a AirFox Brasil, uma startup de tecnologia financeira. Isso permitirá aos clientes autenticar e digitalizar faturas, além de pagar carnês das Casas Bahia via aplicativo móvel.
O Globo, Rennan Setti e Gabriel Martins, 14/set
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