sexta-feira, 20 de março de 2020

Caixa reduz juros e suspende pagamento de dívidas para pessoas físicas e empresas


A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta quinta-feira, um amplo pacote de medidas de apoio à economia, afetada pela pandemia do coronavírus, com redução dos juros em várias linhas de crédito e suspensão do pagamento de dívidas por 60 dias, inclusive da prestação de imóveis. As ações ocorrem após o Banco Central cortar a taxa básica, Selic, para 3,75% ao ano.

Serão beneficiadas pessoas físicas, micro e pequenas empresas, sobretudo dos setores de comércio e serviços, hospitais e santas casas. As mudanças entram em vigor a partir da próxima segunda-feira.

Ao detalhar as medidas, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, informou que o volume total de crédito que o banco pretende injetar na economia durante a crise somará R$ 78 bilhões. Ele destacou que, caso o cenário piore, os clientes poderão ganhar um prazo ainda maior para pagar dívidas:

- Estamos começando com 60 dias, havendo necessidade, ampliaremos para 90 dias, para 120 dias.

Ele explicou que não há necessidade de os clientes comprovarem necessidade para suspender os pagamentos,  mas que precisam informar que estão interessados nessa medida. Isso poderá ser feito via aplicativo de celular, no site da caixa ou nas agências.

Segundo Guimarães, será possível suspender por dois meses dívidas que estão parceladas, como crédito pessoal, consignado, penhor e prestação de imóveis - no caso de pessoas físicas.  Ou seja, nesse prazo, o tomador não precisará pagar nem o principal e nem os juros, destacou.

O mesmo benefício será dado às empresas, especialmente micro e pequenas nas linhas de capital de giro.  No caso de um novo empréstimo haverá carência de 60 dias, principalmente nas linhas de aquisição de máquinas e equipamentos.

R$ 3 bilhões para hospitais 

Empresas dos setores do comércio e de serviços, mais afetados pela crise, ganharão prazo de meses para iniciar o pagamento do financiamento. Será liberado para hospitais e santas casas um volume de crédito de R$ 3 bilhões, em condições facilitadas, com juros mais baixos e carência de até seis meses.

- Nós faremos tudo o que estiver ao alcance da Caixa Econômica Federal para atender a população. Entendemos que essa é uma crise gravíssima com impactos na saúde e na economia no mundo inteiro - afirmou Guimarães.

Em linha com o Banco Central, a Caixa cortou os juros nas linhas de pessoas físicas, especialmente crédito pessoal: a taxa do consignado baixou para 0,99% ao mês, com ampliação do prazo de pagamento de 72 meses para 84 meses; do empréstimo pessoal para 2,17% ao mês e do penhor, para 1,99% ao mês. Ficaram de fora dos cortes o cheque especial e o crédito imobiliário.

No caso de micro e pequenas empresas, as linhas de capital de giro têm taxas a partir de 0,56% ao mês.   Segundo Guimarães, essa modalidade é a mais demandada pelo setor produtivo.

Para evitar que os clientes precisem comparecer às agências e facilitar compras pela internet, a Caixa vai oferecer de forma gratuita o cartão de débito virtual a todos os correntistas e poupadores. Os clientes também poderão renovar o contrato de do penhor pelo site da Caixa e canal Telesserviço.

Na quarta-feira, a Caixa anunciou que limitaria o acesso de clientes e abriria uma hora mais cedo para grupos de risco. Fluxo de pessoas no interior das agências será limitado a, no máximo, 50% da capacidade dos assentos das unidades.



O Globo online, Geralda Doca, 20/mar