quinta-feira, 31 de março de 2022
Dólar retoma queda e caminha para mês de forte perda frente ao real
No ano, moeda moeda norte-americana acumula baixa de 14,14% frente ao real.
O dólar volta a operar em queda nesta quinta-feira (31), caminhando para fechar o mês com forte queda frente ao real.
Às 10h55, a moeda norte-americana recuava 1,06%, a R$ 4,7357. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,61%, a R$ 4,7866. Apesar do resultado, ainda acumula queda de 7,17% no mês. No ano, tem baixa de 14,14% frente ao real.
O que está mexendo com os mercados?
Na agenda doméstica, o IBGE divulgou mais cedo que a taxa de desemprego ficou em 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro. O rendimento real do trabalhador, por sua vez, parou de cair – mas foi o menor para um mês de fevereiro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
No exterior, os preços do petróleo despencam nesta quinta-feira, em meio a notícias de que os Estados Unidos liberar parte de suas reservas estratégicas de petróleo. O presidente dos EUA, Joe Biden, falará ainda nesta quinta-feira sobre as ações de seu governo destinadas a reduzir os preços da gasolina que dispararam no mundo desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia.
A disparada nos preços das commodities e juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
Juros mais altos no Brasil tornam a moeda local mais interessante para investidores que buscam rendimento em ativos mais arriscados.
G1, 31/mar
quarta-feira, 30 de março de 2022
IGP-M: inflação do aluguel sobe 1,74% em março e fica em 14,77% em 12 meses
Reajuste de combustíveis pesa e índice sobe mais que o esperado em março.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em 1,74% em março, informou nesta quarta-feira (30) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumula alta de 5,49% no ano e de 14,77% em 12 meses, contra 16,12% nos 12 meses imediatamente anteriores.
O índice superou, entretanto, a expectativa em pesquisa da Reuters com analistas vendo avanço de 1,37%, depois de o indicador ter subido 1,83% em fevereiro.
Em março de 2021, o índice havia subido 2,94% e acumulava alta de 31,10% em 12 meses.
A Petrobras anunciou no começo de março alta nos preços do diesel de cerca de 25% em suas refinarias, além de aumento de quase 19% na gasolina, na esteira dos ganhos nas cotações do petróleo no mercado internacional em função da guerra na Ucrânia.
O IGP-M é conhecido como 'inflação do aluguel' por servir de parâmetro para o reajuste de diversos contratos, como os de locação de imóveis. Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas, preços no atacado e dos insumos da construção civil.
A "inflação do aluguel" fechou 2021 com alta de 17,78%.
Composição do IGP-M
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 2,07% em março, com destaque para as altas dos ovos (16,98%), carne de aves (11,49%) e diesel (8,89%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, variou 0,86% no mês, com destaque para a gasolina (1,36%), tomate (13,89%) e cenoura (37,83%);
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, ficou em 0,73%. Os três grupos componentes registraram as seguintes variações na passagem de fevereiro para março: materiais e equipamentos (0,56% para 0,29%), serviços (1,69% para 0,79%) e mão de Obra (0,19% para 1,12%).
G1, 30/mar
terça-feira, 29 de março de 2022
Por que gasolina vai continuar cara mesmo com troca do presidente da Petrobras
Demissão de Silva e Luna não deve mudar política de preços da estatal, assim como saída de Castello Branco em 2021 não alterou, avaliam economistas.
A demissão do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna — ainda não oficializada, mas confirmada pelo Ministério de Minas e Energia nesta segunda-feira (28/3) —, não deve mudar a política de preços da estatal, avaliam economistas que atuam no mercado financeiro.
Segundo os analistas, a demissão é uma ação política do presidente Jair Bolsonaro (PL) para deixar claro à sua base em ano eleitoral seu descontentamento com a alta de preços dos combustíveis, após o forte reajuste promovido pela Petrobras no início de março, com aumento de 25% do diesel, 19% da gasolina e 16% do gás de botijão.
Mas, assim como aconteceu com a demissão de Roberto Castello Branco em fevereiro de 2021, após um reajuste de 14,7% no diesel e 10% na gasolina pela estatal naquele mês, os economistas avaliam que a saída de Silva e Luna não deve resultar em uma mudança significativa nos rumos da empresa.
Ainda mais que o nome escolhido para substituir Silva e Luna é o do consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e que foi conselheiro para a área de energia da campanha de Aécio Neves (PSDB) em 2014.
O novo presidente da Petrobras foi um feroz crítico da política de controle de preços durante o governo de Dilma Rousseff (PT) e é um defensor vocal da paridade internacional — modelo em que o preço dos combustíveis no mercado interno segue a variação de itens como o preço do barril de petróleo no exterior e a cotação do dólar.
Em entrevista à BBC News Brasil ao fim de fevereiro, por ocasião do início da guerra na Ucrânia, Pires defendeu que o petróleo em alta é bom para o Brasil, apesar de gerar inflação, porque o país é produtor e exportador do óleo e, portanto, a arrecadação de impostos da União, Estados e municípios cresce quando os preços sobem.
'Não é fácil alterar a política de preços'
"A mudança é ruim, porque mostra que o governo está interferindo na empresa", avalia Gabriel Leal de Barros, sócio e economista-chefe da gestora de recursos Ryo Asset.
"Não quero minimizar essa interferência política, mas acredito que o mercado já entendeu que a forma de Bolsonaro conduzir é ruidosa, sem que no final do dia tenha mudança material na política da empresa", observa.
"Foi o que aconteceu com a entrada do Silva e Luna. Estamos vivendo novamente o que vivemos quando Castello Branco saiu, que o mercado ficou superapreensivo e, no fim das contas, o Silva e Luna não alterou [a paridade de preços]. A verdade é que não é fácil alterar a política e o mercado entendeu isso", conclui o analista.
Para José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator, a descrença do mercado com relação a uma mudança na política de paridade se reflete na pequena queda das ações da Petrobras nesta segunda-feira.
As ações ordinárias da empresa (aquelas com direito a voto) caíram 2,63%, negociadas a R$ 34,08, e as preferenciais (sem direito a voto) recuaram 2,17%, cotadas a R$ 31,60.
Os papéis já estavam em queda mesmo antes da notícia da provável demissão, devido à baixa nos preços do petróleo nessa segunda-feira, com o endurecimento do lockdown contra a covid-19 na China, que gera preocupações sobre o crescimento da economia do país asiático.
"Uma queda de 2,6% é pouca coisa, aparentemente o pessoal não está levando muito a sério", observa Gonçalves.
"Como já aconteceu isso [a demissão de um presidente da Petrobras sob Bolsonaro após reajuste de preços], isso é visto mais como uma 'esperneada', uma tentativa de Bolsonaro de dizer 'eu faço o que consigo, mas o pessoal não ajuda', como ele tem feito recentemente", observa.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, compartilha da visão dos colegas, de que a mudança de política é improvável, mas reforça que ela seria muito negativa para a economia e bastante malvista pelo mercado.
"Seria bem negativo, não só para a Petrobras, mas também do ponto de vista fiscal, porque controle de preços nunca é bem visto. Não funciona para a controlar a inflação e só cria mais estresse, porque o preço represado gera mais expectativa de inflação no futuro", diz Vitória.
"Se de fato houver uma mudança na política e uma redução forçada de preços, isso pioraria a expectativa de juros, num momento em que o Banco Central finalmente conseguiu ancorar as expectativas de alta para a Selic em 12,75%. O BC ter que subir mais juros, se as expectativas piorarem novamente, pode impactar no crescimento da economia", acrescenta.
'Petróleo em alta é bom para o Brasil'
Cotado para assumir a presidência da Petrobras, o consultor do setor de energia Adriano Pires é um defensor histórico da política de paridade de preços.
A Petrobras adotou o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação) em 2016, após anos praticando preços controlados, sobretudo no governo Dilma Rousseff. O controle de preços era uma forma de mitigar a inflação, mas causou grandes prejuízos à petroleira.
Por essa política, em momentos como o atual, em que o petróleo está mais caro no mercado internacional devido aos efeitos da guerra na Ucrânia, os preços dos combustíveis ficam mais caros no mercado interno.
Em entrevista à BBC News Brasil em 24 de fevereiro, quando o barril do petróleo chegou a valores acima de US$ 100 pela primeira vez desde 2014, Pires disse que o petróleo em alta é bom para o Brasil, apesar de gerar inflação.
"O Brasil hoje, ao contrário do passado, virou um grande produtor e exportador de petróleo. Então o petróleo caro aumenta a arrecadação de Estado, município e União no Brasil. Isso é notícia boa, um país importador está muito pior do que Brasil", disse Pires, na ocasião
"Às vezes o pessoal me liga e pergunta: 'Adriano será que o petróleo volta para US$ 50?' Eu digo: o Brasil é exportador, eu quero que o petróleo vá a US$ 200. Pergunte à Arábia Saudita se ela prefere petróleo a US$ 200 ou a US$ 50, agora nós somos do time da Arábia Saudita", completou.
Pires defendeu então usar parte do aumento de arrecadação gerado pela alta do petróleo para criar programas sociais voltados a públicos específicos, como subsidiar as tarifas do transporte urbano, dar um auxílio aos caminhoneiros autônomos e aumentar o número de famílias beneficiadas com o auxílio-gás aprovado no Congresso ano passado.
Em fevereiro, o Senado aprovou um projeto para que o governo federal repasse aos municípios, Estados e Distrito Federal o valor da gratuidade dos idosos no transporte público urbano. A proposta evitaria aumento da passagem esse ano, segundo prefeituras, mas ainda aguarda votação na Câmara.
O Senado também aprovou projeto que amplia acesso ao auxílio-gás para 11 milhões de famílias e um auxílio-gasolina para taxistas, motoristas de aplicativos e entregadores. As propostas também aguardam votação na Câmara, mas o auxílio para motoristas só seria possível em 2023, devido à legislação eleitoral.
Gonçalves, do Fator, e Leal de Barros, da Ryo Asset, veem o nome de Pires com bons olhos.
"O Adriano é um cara do setor, um técnico cuja especialidade é o setor de óleo e gás. Isso minimizaria o receio do mercado de um 'cavalo de pau' na política de preços", diz Leal de Barros.
"A mudança é ruim de qualquer forma, mas um fator que minimiza é o custo reputacional de um próximo presidente especialista no setor de topar esse desgaste de credibilidade [que seria gerado por uma mudança na política de preços]. Não é todo mundo que topa jogar seu nome no lixo para atender uma demanda política", completa.
Segundo Barros, a reação seria muito diferente se o escolhido for um nome como o de Caio Mario Paes de Andrade, atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia e antes presidente da Serpro (estatal de processamento de dados do governo).
O nome de Andrade circulou no mercado como possível substituto de Silva e Luna nos últimos dias.
"Ele não tem nenhuma experiência no setor e o mercado com certeza ia ver com maus olhos", conclui o economista da Ryo Asset.
BBC, 29/mar
segunda-feira, 28 de março de 2022
Mudanças em regras para home office começam a valer nesta segunda; entenda
Entre as regras estão que o trabalho remoto poderá ser contratado por jornada ou por produção ou tarefa; há ainda a possibilidade de adoção do modelo híbrido, com a prevalência do trabalho presencial sobre o remoto ou vice-versa.
A medida provisória 1.108, que regulamenta as regras para o trabalho em home office, também chamado de trabalho remoto ou teletrabalho, foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (28). A MP já havia sido anunciada na sexta-feira pelo governo.
Medidas provisórias têm força de lei assim que publicadas no "Diário Oficial da União". No entanto, precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional para se tornar leis em definitivo.
De acordo com o advogado Ricardo Calcini, professor da pós-graduação da FMU e especialista nas relações trabalhistas e sindicais, a Constituição Federal autoriza que medidas provisórias façam alterações sobre a legislação trabalhista.
O objetivo das novas regras, segundo o governo, é ajustar a legislação às necessidades dessa forma de trabalho, que ganhou força durante a pandemia devido à necessidade de distanciamento social.
"Temos que aproveitar o momento para, ao longo da tramitação da MP, aprimorar seu texto para que tenhamos, em definitivo, uma nova legislação sobre trabalho à distância", afirma Calcini.
Entre as mudanças no trabalho remoto está a possibilidade de adoção do modelo híbrido (alternância entre o home office e trabalho presencial) e a contratação com controle de jornada ou por produção. Veja abaixo as principais mudanças trazidas pela medida provisória.
O que a MP prevê
A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho ou trabalho remoto deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho;
Possibilidade de adoção do modelo híbrido pelas empresas, com prevalência do trabalho presencial sobre o remoto ou vice-versa;
Teletrabalho poderá ser contratado por jornada ou por produção ou tarefa;
No contrato por produção não será aplicado o capítulo da CLT que trata da duração do trabalho e que prevê o controle de jornada;
Para atividades em que o controle de jornada não é essencial, o trabalhador terá liberdade para exercer suas tarefas na hora em que desejar;
Caso a contratação seja por jornada, a MP permite o controle remoto da jornada pelo empregador, viabilizando o pagamento de horas extras caso ultrapassada a jornada regular;
Trabalhadores com deficiência ou com filhos de até quatro anos completos devem ter prioridade para as vagas em teletrabalho;
O teletrabalho também poderá ser aplicado a aprendizes e estagiários;
A presença do trabalhador no ambiente de trabalho para tarefas específicas, ainda que de forma habitual, não descaracteriza o trabalho remoto.
Como ficam os salários
De acordo com o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Bruno Dalcomo, a MP assegura que não há possibilidade de redução salarial por acordo individual ou com o sindicato. "Não existe nenhuma diferença em termos de pagamento de salário para quem trabalha de forma presencial ou remota", disse o secretário.
No caso do teletrabalho controlado por jornada ou por produtividade, prevalece o que for acordado em negociação individual com a empresa, mas sem mudanças na remuneração em nenhum dos casos.
Quando o trabalho remoto for controlado por jornada, valerão as mesmas regras estipuladas na intra e interjornada dos trabalhadores.
Quando o trabalho remoto for por produtividade, o trabalhador pode exercer as atividades no período em que for mais conveniente, mas também não haverá redução de salário.
"No caso da jornada, por exemplo, tem de respeitar a legislação trabalhista normal: hora de almoço, descansos à noite, hora extra. Agora se é por produtividade, muitas vezes por entrega de produto, de TI, ou de design, aí o próprio trabalhador ganha total liberdade para decidir se vai trabalhar de manhã, de tarde ou de noite", explicou Dalcomo.
Como ficam as contribuições para a Previdência
De acordo com Bruno Dalcomo, não há alterações nas regras previdenciárias, ou seja, o trabalhador em teletrabalho está sujeito às mesmas normas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que valem para o trabalho presencial.
"Não existe diferença nenhuma em termos de proteção previdenciária para quem trabalha presencial ou remoto", afirmou.
Trabalho por produtividade não acarreta pagamento de hora extra
A medida provisória estabelece que, para o caso de trabalho remoto por produção ou tarefa, não haverá pagamento de horas extras nem de adicional noturno, por não estar sujeito a controle de jornada.
A MP estabelece ainda que o tempo de uso de equipamentos tecnológicos, de infraestrutura necessária, softwares, ferramentas digitais ou de aplicações de internet utilizados para o teletrabalho, fora da jornada de trabalho normal do empregado, não constitui tempo à disposição, regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se houver previsão em acordo individual ou em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
Segundo a medida provisória, poderá haver acordo individual entre empresa e trabalhador para definir os horários em que podem ser feitas as comunicações entre as partes, desde que assegurados os repousos legais.
Equipamentos no teletrabalho
Bruno Dalcomo explicou que a MP deixa claro como funcionará a questão das despesas dos funcionários em trabalho remoto.
Haverá a possibilidade de reembolso para os funcionários que trabalharem em home office, e as empresas ficam autorizadas a pagar eventuais gastos dos trabalhadores com luz, internet e equipamentos, por exemplo. Ele ressaltou que esses reembolsos não poderão ser descontados dos salários.
Teletrabalho em outras localidades
A MP também define as regras ao teletrabalhador que passa a residir em localidade diversa da qual foi contratado.
Para o teletrabalho em outra localidade, segundo Dalcomo, vale a legislação de onde o trabalhador celebrou o contrato, mas ele pode se deslocar, inclusive, para outro país. "Isso pode constar no acordo individual", disse.
Quem trabalha no Brasil para uma empresa no exterior segue a legislação trabalhista brasileira.
Antes a legislação trabalhista não permitia que o teletrabalho pudesse ser feito de forma alternada ou em locais diferentes de onde fica a empresa.
A MP define ainda que o custo com o deslocamento do empregado para o trabalho presencial ficará a cargo do próprio trabalhador, caso ele esteja em situação fora da localidade prevista em contrato, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.
Flexibilidade no trabalho híbrido
De acordo com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, a intenção da medida provisória é que os trabalhadores em trabalho híbrido se movimentem com a maior liberdade possível, através dos acordos individuais com o empregador.
Segundo o ministro, os acordos podem ser os mais variados, como o trabalhador poder ir à empresa uma ou duas vezes por mês, ou quantos dias preferir durante a semana, por exemplo.
G1, 28/mar
sexta-feira, 25 de março de 2022
IPCA-15: prévia da inflação fica em 0,95% em março, a maior para o mês em 7 anos
Resultado veio acima do esperado e foi puxado pela alta dos alimentos. Em 12 meses, índice acelerou para 10,79%. Preço da cenoura saltou mais de 120% em 12 meses.
Puxado pela alta dos preços dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,95% em março, após ter registrado taxa de 0,99% em janeiro, segundo divulgou nesta sexta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior variação para um mês de março desde 2015 (1,24%).
Em 12 meses, a inflação atingiu 10,79%, acima dos 10,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já são 7 meses seguidos com o índice acima de dois dígitos no acumulado em 1 ano.
O resultado veio acima do esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,87% para o IPCA-15 de março.
O IPCA-E, que se constitui a prévia da inflação no acumulado no trimestre, ficou em 2,54% para o período de janeiro a março, acima da taxa de 2,21% registrada em igual período de 2021.
Na passagem de fevereiro para março, houve alta em todos os 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, com destaque para a alta dos alimentos e bebidas (1,95%), que respondeu por 0,40 ponto percentual do IPCA-15 do mês.
Veja a inflação de março para cada um dos grupos
Alimentação e bebidas: 1,95%
Habitação: 0,53%
Artigos de residência: 1,47%
Vestuário: 0,95%
Transportes: 0,68%
Saúde e cuidados pessoais: 1,30%
Despesas pessoais: 0,44%
Educação: 0,14%
Comunicação: 0,04%
Todas as regiões do país tiveram aumento de preços. A maior variação ocorreu em Curitiba (1,55%), puxada pela alta de 6,47% nos preços da gasolina. Já o menor resultado foi registrado em Brasília (0,61%), influenciado pelas quedas nos preços das passagens aéreas (-13,23%) e da energia elétrica (-2,34%).
Preços da cenoura tem salto de 45,65% no mês
As principais pressões de alta entre os alimentos vieram da cenoura (45,65%), do tomate (15,46%) e das frutas (6,34%). Houve ainda altas expressivas na batata-inglesa (11,81%), no ovo de galinha (6,53%) e no leite longa vida (3,41%).
No caso da cenoura, o salto em 12 meses passa de 120%.
Reajuste dos combustíveis
Nos transportes, os preços da gasolina subiram 0,83% – subitem de maior peso no IPCA-15. Ocorreram altas também nos preços do óleo diesel (4,10%) e do gás veicular (5,89%). O etanol foi a exceção, com queda de 4,70%.
A alta nos preços dos combustíveis reflete em parte o reajuste de até 24,9% anunciado pela Petrobras e que entrou em vigor no dia 11 de março. Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados pelo IBGE no período de 12 de fevereiro a 16 de março.
Ainda em Transportes, os automóveis novos (0,83%) e usados (0,70%) também subiram. Por outro lado, houve queda nos preços das passagens aéreas (-7,55%), que recuaram pelo terceiro mês consecutivo.
Nos transportes públicos, houve alta de 1,04% no ônibus urbano (1,04%) decorre dos reajustes nas passagens e, Curitiba, Recife e Fortaleza.
No grupo Habitação, os maiores impactos vieram do aumento da energia elétrica (0,37%) e do gás de botijão (1,29%).
No grupo Saúde e cuidados pessoais, a alta de no mês foi puxada pelos itens de higiene pessoal (3,98%) e, em particular, dos perfumes (12,84%).
Meta para o ano e projeções
A média das expectativas do mercado para a inflação fechada de 2022 está atualmente em 6,59%.
No dia anterior, o Banco Central elevou de 4,7% para 7,1% a estimativa de inflação para este ano, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, o BC admitiu que a meta de inflação deve ser superada pelo segundo ano seguido em 2022.
Em 2021, ao somar 10,06%, a maior inflação em seis anos, a meta já havia sido ultrapassada.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 11,75% ao ano. E a Selic deve continuar a subir, atingindo 12,75%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio, segundo sinalização do BC.
Nesta semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a guerra na Ucrânia levará o mundo a um período "relativamente longo" com a inflação maior e o crescimento econômico mais baixo. Segundo ele, a inflação no Brasil deve atingir o pico no mês de abril.
Para 2023, os economistas estimam em 3,75% a taxa de inflação e Selic a 13%. Para o próximo ano, a meta foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Darlan Alvarenga, G1, 25/mar
quinta-feira, 24 de março de 2022
Queda do dólar perde força após moeda chegar a R$ 4,76
Na quarta-feira (23), moeda norte-americana fechou a R$ 4,843, no menor valor em dois anos
O dólar opera novamente em queda nesta quinta-feira (24), rondando o patamar de R$ 4,80 e engatando o sétimo dia seguido de baixa, em meio ao patamar atraente dos juros básicos no Brasil e à disparada nos preços das commodities. Depois de recuar a R$ 4,76, no entanto, a queda perdeu força.
Às 15h30, a moeda norte-americana recuava 0,35%, cotada a R$ 4,8268. Na mínima até o momento, chegou a R$ 4,7655. Veja mais cotações.
Já o Ibovespa opera em alta.
Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de1,43%, a R$ 4,9140 – menor patamar de fechamento desde 13 de março de 2020 (R$ 4,8127). Com o resultado, passou a acumular queda de 6,06% no mês. No ano, tem baixa de 13,11% frente ao real.
O que está mexendo com os mercados?
As atenções dos investidores seguem voltadas para a guerra na Ucrânia e para potenciais novas sanções contra Rússia com a chegada do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Bruxelas para reuniões da Otan, do G7 e da União Europeia.
O preço do petróleo segue negociado acima de US$ 120 o barril e as bolsas europeias operam em queda em meio a persistentes temores de escassez de oferta de commodities, o que tem impulsionado o preço de produtos como milho, trigo e petróleo desde o fim de fevereiro.
Nesse contexto, ativos de países exportadores de commodities vistos como menos vulneráveis às tensões geopolíticas, como os da América Latina, incluindo o real, têm se beneficiado.
Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias também têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
"Parece-nos fato que o atrativo diferencial de juros impõe sua lógica, com os investidores estrangeiros aproveitando para ir às compras na B3, atrás de empresas de commodities", destacaram os analistas da Mirae Asset.
O Banco Central elevou de 4,7% para 7,1% a estimativa de inflação para este ano, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, o BC admitiu que a meta de inflação deve ser superada pelo segundo ano seguido em 2022.
Os investidores monitoram também a trajetória dos juros na economia global. O banco central dos Estados Unidos elevou os juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, e algumas de suas autoridades têm repetido que estão dispostas a, eventualmente, aumentar a dose de ajuste para 0,5 ponto.
G1, 24/mar
quarta-feira, 23 de março de 2022
Guerra na Ucrânia levará mundo a período 'relativamente longo' com inflação maior, diz Campos Neto
Presidente do Banco Central deu declaração em evento do TCU e da Fiesp. Campos Neto voltou a dizer que inflação está 'persistente' no Brasil e deve atingir pico em abril.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (23) que a guerra na Ucrânia levará o mundo a um período "relativamente longo" com a inflação maior e o crescimento econômico menor.
Campos Neto deu a declaração ao participar de um evento organizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A Ucrânia foi invadida pela Rússia há um mês, em 23 de fevereiro. Desde então, as incertezas mundiais causadas pela guerra fizeram, por exemplo, o preço do barril do petróleo disparar; e as bolsas de valores registrarem sucessivas quedas.
"[O efeito da guerra] significa para o mundo um período relativamente longo de menos crescimento e mais inflação", afirmou Campos Neto.
Durante o evento desta quarta, Campos Neto disse que a guerra tem gerado o "redesenho" das cadeias globais de produção, com empresas buscando sair da Rússia, se estabelecendo em outros países.
Internet
Ainda no evento desta quarta-feira, Campos Neto declarou que a guerra na Ucrânia é a primeira com a existência de mídias sociais, o que tem, para ele, pressionado as empresas a deixarem a Rússia.
"Foi a primeira guerra mundial onde as empresas tiveram um papel muito importante, centenas de empresas decidiram fechar negócios na Rússia. Quem não fez, sofreu boicote dos usuários e mudou de ideia", declarou.
Com a reorganização das chamadas cadeias globais de produção, ou seja, com a saída de empresas da Rússia e da China, ele avaliou que uma "oportunidade secular" para o Brasil se inserir nas cadeias globais de valor, ou seja, de atrair empresas que estão deixando esses países, aumentar sua produção e exportação.
"O mundo vai sair disso, independente do que vai acontecer, polarizado. Vai ter um mundo ocidental, com empresas fazendo negócio no mundo ocidental. A gente começa a ver através dos olhos das empresas privadas que essa divisão está acontecendo", declarou o presidente do BC.
Inflação no Brasil
Campos Neto também voltou a dizer nesta quarta que a inflação no Brasil deve atingir o pico no mês de abril.
"O Brasil tem se diferenciado no combate à inflação, tem sido mais atuante em uma inflação que entendemos ser mais persistente. A gente precisa endereçar esse problema com serenidade e firmeza", disse.
Para combater a alta de preços, o BC tem elevado a taxa básica de juros da economia, que atingiu 11,75% ao ano neste mês — o maior patamar em cinco anos. A instituição indicou, ainda, que deve continuar subindo o juro básico da economia nos próximos meses.
Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, acelerou para 1,01%. Foi a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015, mesmo sem considerar o reajuste nos combustíveis anunciado recentemente pela Petrobras.
Alexandro Martello, G1, 23/mar
terça-feira, 22 de março de 2022
Governo zera imposto de importação do etanol; entenda como funciona e se os preços devem cair
De acordo com Ministério da Economia, medida pode baratear a gasolina nas bombas de combustível em até R$ 0,20 por litro.
O governo federal anunciou na segunda-feira (21) que vai zerar o imposto de importação do etanol até 31 de dezembro deste ano.
A decisão foi tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia e ainda precisa ser publicada para entrar em vigor, o que deve acontecer na quarta-feira (23).
Além do etanol, a medida também inclui seis itens da cesta básica e eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos.
Veja perguntas e respostas abaixo:
O etanol vai ficar mais barato?
Não há garantias. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, a medida pode baratear a gasolina nas bombas de combustível em até R$ 0,20 por litro. Mas essa redução pode não chegar ao consumidor, já que o cenário internacional continua instável, influenciando os preços dos combustíveis.
Quanto está custando o etanol?
O litro do etanol foi vendido no país, em média, por R$ 4,938 na semana terminada em 18 de março, segundo dados da ANP. Na semana anterior, o preço era de R$ 4,646 – ou seja, em uma semana, o preço médio subiu mais que os R$ 0,20 que o governo estima que pode haver de queda com o corte do imposto de importação.
Quando começa a valer a redução do imposto?
A vigência da redução dos impostos será imediata a partir da publicação da norma, o que deve acontecer na quarta-feira. Nas bombas – se chegar – essa redução deve demorar, uma vez que só será válida para novas importações.
Qual o valor do imposto atualmente?
Segundo o governo, o imposto é de 18% sobre o etanol que venha de fora dos países que integram o Mercosul. O Brasil também negocia cotas específicas de imposto zero com países como os Estados Unidos — acima do volume acordado, cada litro adicional está sujeito à tarifa de importação.
Por que o governo aprovou a medida?
Desde 2021, o governo adota uma série de medidas para tentar frear a escalada do preço dos combustíveis nos postos — uma situação que se agravou ainda mais desde que a Rússia, grande produtora de petróleo, invadiu a Ucrânia em fevereiro e foi alvo de retaliações comerciais dos Estados Unidos e da União Europeia.
O governo espera que a decisão ajude a baratear o litro do etanol comum e do etanol aditivado e ajude a conter a alta dos preços da gasolina — que, por lei, é misturada com uma parcela de etanol antes de chegar ao tanque dos veículos.
Houve redução também para alimentos?
Sim. A Câmara anunciou a redução a zero da alíquota de importação sobre seis itens da cesta básica que mais pesam no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC): café, margarina, queijo, macarrão, açúcar cristal e óleo de soja.
As alíquotas de importação em vigor atualmente para esses produtos variam entre 9% (café e óleo de soja) e 28% (queijo).
Para os alimentos, a redução do imposto começa a valer assim que for publicada a medida no Diário Oficial, o que deve acontecer na quarta-feira (23).
E para eletroeletrônicos?
O governo decidiu cortar em 10% a alíquota do imposto de importação cobrado sobre eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos. Medida similar já tinha sido anunciada em março de 2021 – em relação ao início do ano passado, portanto, a redução chega a 20%.
A medida entrará em vigor no dia 1º de abril.
Quanto essas reduções vão custar para o governo?
Com as medidas, o governo deve deixar de arrecadar cerca de R$ 1 bilhão em 2022.
G1, 22/mar
segunda-feira, 21 de março de 2022
Dólar a R$ 5: entenda por que a moeda está caindo este ano e saiba se é hora de comprar
Movimento é resultado do alto volume de investimento estrangeiro no Brasil em razão da trajetória de alta da Selic e com o diferencial de juros em relação a outras economias.
O dólar está perdendo força em 2022. No ano, a moeda norte-americana acumulou queda de 10,7% e fechou a sexta-feira (18) a R$ 5,0157. Nesta segunda-feira, é negociado abaixo de R$ 5.
Movimento é resultado do alto volume de investimento estrangeiro no Brasil em razão da trajetória de alta da Selic e com o diferencial de juros em relação a outras economias, mesmo com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Das 25 economias acompanhadas pelo Economatica, o dólar perde valor em dez países, e se valoriza em 15.
O alívio na pressão cambial, no entanto, exige cautela, já que as eleições devem entrar no radar dos investidores nos próximos meses, segundo especialistas consultados pelo g1. De acordo com o último boletim Focus, a previsão é que o dólar termine o ano em R$ 5,30.
Confira abaixo os motivos que levaram o dólar ficar abaixo dos R$ 5:
Volume de investimento estrangeiro
O alto volume de investimento estrangeiro que o Brasil vem recebendo é um dos fatores que impulsiona a valorização do real frente ao dólar. A bolsa de valores de São Paulo, a B3, registra uma alta de 7,70% nesses investimentos em 2022.
De forma simples, a regra segue a lei da oferta e demanda: se o investidor de fora coloca mais dólares na economia brasileira, haverá um volume maior da moeda por aqui. E quanto maior a oferta, menor o preço.
Neste ano, o investimento estrangeiro na bolsa passa dos US$ 50 bilhões.
Aumento dos preços das commodities
O aumento dos preços das commodities no mercado internacional também fortalece o real, uma vez que há um forte ingresso de dólares no país com a venda de produtos, como soja, minério de ferro e petróleo, explicou André Perfeito, economista-chefe da Necton.
O preço do barril de petróleo teve média de US$ 44 em 2020 e chegou a US$ 70 no ano seguinte. O agravamento do conflito na Rússia deu novo impulso aos preços do insumo, que agora passam de US$ 100.
Taxas de juros
A alta da Selic também atrai estrangeiros para o Brasil, via investimentos em renda fixa. Depois da última decisão do Copom, o Brasil voltou a ter o maior juro real (descontada a inflação) do mundo – pagando, assim, um retorno atrativo ao capital externo.
Segundo Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências Consultoria, os juros dos EUA, que subiram pela primeira vez em cinco anos, também ajudam a cotação do dólar a baixar por aqui: diante da postura mais agressiva do Federal Reserve, o BC dos EUA, para combater a inflação por lá (que atingiu o maior nível em 40 anos), os investidores norte-americanos estão se desfazendo de suas aplicações na bolsa, já prevendo o crescimento mais tímido da economia do país e das próprias empresas em que investem.
O dólar deve continuar em queda?
Na avaliação dos especialistas, será preciso ter cautela a partir do segundo trimestre, quando as eleições no Brasil entrarão no foco dos investidores, fazendo com que o dólar volte a subir, afirmou Silvio Campos Neto, da Tendências.
É hora de comprar dólares?
Para quem tem dinheiro guardado ou tem de viajar a trabalho, os especialistas recomendam comprar dólares o quanto antes para aproveitar a cotação atual – já que ela pode não durar muito.
E de viajar ao exterior?
Segundo os especialistas, não. E para explicar a negativa, é necessário fazer uma ponderação: apesar de o dólar ter alcançado R$ 5, em 10 de fevereiro de 2020, ela valia R$ 4,32. Ou seja, a moeda norte-americana ainda está bastante valorizada no Brasil — encarecendo o custo de viagens internacionais e de compras no exterior.
Patricia Basilio, G1, 21/mar
sexta-feira, 18 de março de 2022
Bovespa opera em alta, ao redor dos 114 mil pontos
Na quinta-feira, a bolsa fechou em alta de 1,77%, a 113.076 pontos.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em alta nesta sexta-feira (18), com os investidores monitorando o cenário fiscal doméstico e a falta de avanço nas negociações entre Rússia e Ucrânia.
Às 12h54, o Ibovespa subia 0,76%, a 113.936 pontos, caminhando para encerrar a semana com ganhos. Veja mais cotações.
Já o dólar é negociado em queda.
Na quinta-feira, a bolsa fechou em alta de 1,77%, a 113.076 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, as Bolsas europeias operam em queda nesta sexta, com os investidores se concentrando nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, que não mostraram nenhum progresso tangível até agora.
Os preços do petróleo são negociados em alta nesta sexta, com o Brent sendo negociado acima de US$ 107, em meio também a alertas de escassez de oferta.
Na Rússia, o banco central do país manteve sua taxa básica de juros em 20% nesta sexta-feira e alertou para uma perspectiva de inflação mais alta e contração econômica.
Por aqui, o IBGE mostrou que a taxa de desemprego ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro. Já o rendimento real do trabalhador voltou a cair, ficando em R$ 2.489 na média, encolhendo 9,7% em 1 ano.
Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano –maior nível em quase cinco anos. Na visão do Itaú, o BC deve elevar a taxa básica para 12,75% ao ano na próxima reunião, e encerrará o ciclo de altas em 13% ao ano.
G1, 18/mar
quinta-feira, 17 de março de 2022
Governo eleva estimativa de inflação, e salário mínimo em 2023 pode subir para R$ 1.293
Previsão para o INPC, índice usado pelo governo para correção do mínimo, passou de 4,25% para 6,79%. Reajuste maior também implica em aumento dos gastos públicos.
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia elevou nesta quinta-feira (17) de 4,25% para 6,70% sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) neste ano.
O INPC é a base da correção anual do salário mínimo pelo governo. Se esse aumento previsto se confirmar e não houver mudança no cálculo, o reajuste do salário mínimo em 2023 também será maior que o estimado anteriormente.
Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.212. Com a nova previsão para o INPC no acumulado de 2022, o valor subiria para R$ 1.293 a partir de janeiro do ano que vem - um aumento de R$ 81.
Essa é uma estimativa provisória. Se a inflação de 2022 ficar acima dos 6,7% estimados pela área econômica, o valor para o salário mínimo também será maior no ano que vem.
A projeção de R$ 1.293 para o salário mínimo em 2023 considera que o governo manterá a sistemática adotada nos últimos anos, de não conceder aumento real (acima da inflação).
De acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 50 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Impacto nas contas públicas
Um reajuste maior no salário mínimo também faz com que o governo federal gaste mais. Isso porque os benefícios previdenciários não podem ser inferiores ao valor mínimo.
De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa em 2022 de, ao menos, R$ 365 milhões.
Alexandro Martello, G1, 17/mar
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