terça-feira, 7 de junho de 2022

Percentual de brasileiros com mais de 50% da renda comprometida com dívida atinge o maior patamar em 5 anos, diz CNC

Comprometimento médio com dívidas chegou ao maior nível desde agosto do ano passado. Proporção de famílias endividadas no país, porém, desacelerou nas duas faixas de renda pela primeira vez em um ano.

Diante da inflação alta, aumentou o comprometimento da renda do brasileiro com o pagamento de dívidas. Dados divulgados nesta terça-feira (7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de envidados com mais da metade da renda comprometida atingiu o maior patamar em 5 anos.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e foram coletados em maio. Naquele mês, o comprometimento médio da renda familiar com dívidas chegou a 30,4%, o maior percentual desde agosto do ano passado.

De acordo com a CNC, do total de envidados no país, 22,2% precisaram de mais de 50% da renda para pagar dívidas com bancos e financeiras, maior proporção registrada desde dezembro de 2017.

Em maio, o país registrou a maior taxa de inflação acumulada em 12 meses desde 2003, conforme dados prévios divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Percentual de endividados desacelera

Na comparação com maio do ano passado, aumentou de 68% para 77,4% a proporção de famílias endividadas no país, o que corresponde a um aumento de 9,8 pontos percentuais (p.p.). Todavia, em relação a abril (77,4%), esse percentual apresentou ligeiro recuo, de 0,3 p.p.

Segundo a CNC, foi a primeira vez, desde novembro de 2020, que essa desaceleração foi observada nas duas faixas de renda da pesquisa.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, atribui essa desaceleração aos programas de transferência de renda, como saques extras do FGTS, antecipações do 13º salário e o Auxílio Brasil, além da melhora no mercado de trabalho.

"São medidas essenciais para apoiar as famílias no pagamento de dívidas e despesas e que permitem ainda a manutenção do consumo e a consequente movimentação da economia", avaliou.

Daniel Silveira, G1, 07/jun