quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Grupo de milionários: Brasil tem mais de 153 mil contas com aplicações acima de R$ 3 milhões, diz Anbima

Investidores considerados ‘private’ fecharam 2022 com quase R$ 2 trilhões em patrimônio líquido.

O Brasil tem mais de 153,1 mil contas de pessoas físicas com aplicações financeiras acima de R$ 3 milhões, divulgou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) nesta quinta-feira (9). O grupo, considerado “private”, fechou 2022 com o montante de R$ 1,9 trilhão em investimentos.

Em relação a 2021, quando o país registrou 125,06 mil contas com aplicações acima de R$ 3 milhões, foram criados 28 mil novos investimentos milionários – um avanço de mais de 20%.

Os dados também mostram que o total de aplicações em dezembro de 2022, incluindo o grupo private e investidores de varejo – considerados “comuns”, com potencial de investimento menor –, superou os R$ 5 trilhões, uma alta de 11,7% frente aos R$ 4,5 trilhões registrados no ano anterior.

O montante de 2022 é o maior da série histórica da Anbima.

De acordo com a associação do mercado financeiro, o crescimento foi puxado pelo varejo (tradicional e de alta renda), que somou mais de R$ 3,1 trilhões em volume aplicado e registrou 143,6 milhões de contas abertas.

A Anbima esclarece que o número de contas não equivale ao número de CPFs, já que os investidores podem ter mais de uma conta aberta.

Tipos de investimento

O relatório consolidado de 2022 mostra que o brasileiro se manteve mais conservador naquele ano, com a renda fixa responsável por 60,3% dos investimentos. Ficaram em seguida:

- Renda variável: 17,1%

- Híbridos (fundos multimercados, ETFs, fundos imobiliários e COE): 16,1%

- Previdência (apenas volume do private): 3,7%

- Outros: 2,8%

“Em um cenário de inflação e alta taxa de juros, é natural que os investidores aloquem seus recursos em produtos mais conservadores e com isenção de imposto de renda em busca do conhecido tripé de rentabilidade, liquidez e segurança”, avalia Ademir A. Correa Junior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.

A associação também destacou a alta das aplicações em títulos e valores mobiliários, que avançaram 25,8% na comparação com 2021, chegando a R$ 2,4 trilhões – o que representa 47% do volume total investido.

Na sequência, ficaram os fundos de investimento, que em 2022 representaram 30% do total aplicado, e a poupança, com 18% do montante. Por último, apareceu a previdência (do segmento private), com 5% de participação.

Volume financeiro por região

A região Sudeste concentrou o maior volume de investimentos, com R$ 3,4 trilhões, o que representa 67,5% do total investido no país. A região Sul veio em seguida, somando R$ 867,12 bilhões – ou 17,2% da parcela nacional.

Na sequência, ficaram o Nordeste (R$ 434,84 bilhões, sendo 8,6%), o Centro-Oeste (R$ 258,99 bilhões, sendo 5,1%) e o Norte (R$ 258,99 bilhões, sendo 1,6%).

André Catto, G1, 09/fev