IPOs levantaram a menor quantidade de recursos em mais de duas décadas em 2022 — foram US$ 8,7 bilhões versus US$ 154,1 bilhões em 2021, segundo a Dealogic.
Um ano após a invasão da Ucrânia pela Rússia e uma alta da inflação alimentarem uma forte volatilidade no mercado — o que impediu a maioria das ofertas públicas iniciais de ações em 2022 — houve na semana passada uma enxurrada de listagens nos Estados Unidos.
Fazia 15 meses que não havia uma semana mais movimentada, segundo dados da Dealogic. Cinco IPOs, incluindo a oferta de US$ 638 milhões da empresa de tecnologia solar Nextracker e a de US$ 190 milhões da fabricante chinesa de sensores Hesai, foram concluídos na última semana.
No total, os IPOs levantaram cerca de US$ 1,17 bilhão em recursos, seis vezes mais do que na semana anterior, quando as estreias no mercado de ações movimentaram cerca de US$ 193 milhões, segundo a Dealogic.
Os executivos de bancos de investimento e advogados de IPOs disseram que, se o movimento continuar, endossado por um declínio na volatilidade e um aumento nos valuations corporativos, esperam que várias grandes empresas que estão esperando para agir, incluindo a empresa de mídia social Reddit e a fabricante de chips Arm, de propriedade do SoftBank, possam lançar seus IPOs no segundo semestre de 2023.
Mercado paralisado
Os IPOs, excluindo os de empresas SPACs, levantaram a menor quantidade de recursos em mais de duas décadas em 2022, chegando a US$ 8,7 bilhões, em comparação com US$ 154,1 bilhões em 2021, segundo a Dealogic.
O termômetro de medo de Wall Street, o índice de volatilidade Cboe, caiu quase 12% desde o início do ano, sinalizando a redução da ansiedade dos investidores e facilitando o lançamento de IPOs.
Algumas empresas estão esperando por uma recuperação sustentada do IPOs antes de decidirem acionar o gatilho para sua estreia, disseram alguns dos executivos. O movimento provavelmente levará pelo menos até o verão (no hemisfério norte) se a recuperação do mercado continuar, acrescentaram.
Reuters, 17/fev