terça-feira, 6 de maio de 2014

Oferta de hotéis no Rio pode subir 45% até 2016


O aumento na oferta de cinco estrelas cariocas pode aliviar queixas costumeiras de hóspedes mais exigentes e endinheirados que passam pela cidade.

- É comum ouvir reclamações de quem fica em cinco estrelas no Rio, por conta da diária elevada e serviços aquém do esperado. Há tarifas mais altas que as cobradas em cinco estrelas de Nova York. Mais hotéis é boa notícia para a cidade - conta Cláudia Rodrigues, sócia-gerente da Fórmula Turismo, agência carioca especializada em viagens de luxo.

A chegada das grandes marcas sinaliza um upgrade para o segmento, diz Martin Frankenger, sócio-diretor da Matueté, operadora paulistana que monta roteiros classe A:

- Em dez anos, há um avanço inquestionável. Mas o Rio é um caso único de super destino turístico com escassa oferta de hotéis de luxo. Efetivamente, temos Copacabana Palace e Fasano. Está melhor, mas é um desafio fazer a área crescer. Falta escola de formação para o setor - diz o empresário.

O Rio, destaca o diretor da Howart HTL, tem a diária média mais alta e a melhor ocupação do segmento no país. Segundo dados da ABIH-RJ, a ocupação carioca como um todo ficou em 71,86% ano passado. Nos cinco estrelas, ficou em 67,42%, um patamar elevado para essa categoria. A diária média começou 2013 em R$ 776,56, em janeiro, e chegou a R$ 1.027,24, em dezembro. Uma noite nos melhores quartos da cidade custa a partir de R$ 1.670 no Fasano; de R$ 1.490 no Copacabana Palace.

- Passamos anos ao largo da expansão em hotéis de luxo em São Paulo. Agora, o jogo está mudando. O investimento demonstra confiança no setor. É posterior à realização de Copa e Jogos. E existe carência na categoria de luxo. O aumento da concorrência pode melhorar o preço da diária e a qualidade dos serviços - admite Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ.

A Barra concentra a maior parte dos projetos por ter a melhor oferta em terrenos, embora a área de maior demanda seja a Zona Sul do Rio. O Trump Hotel Collection, com previsão para abrir o lobby aos hóspedes em dezembro de 2015, está sendo erguido em um terreno adjacente à Praça do Ó, no Jardim Oceânico. O projeto de R$ 300 milhões prevê a revitalização da praça vizinha. A aposta recai sobre a estimativa de que o bairro vai superar o Centro em número de escritórios até 2020.

- Quem aposta só em Copa ou Olimpíadas sofre de miopia. O Rio é sede constante de grandes eventos. É o lugar onde todos querem estar. A presença local de indústrias globais, como no setor de óleo e gás, junto a melhorias em infraestrutura, como a privatização do Galeão, têm mais influência (na decisão de investir na cidade) que esses eventos isoladamente - explica Paulo Figueiredo Filho, CEO da Polaris Brazil, à frente da construção do Trump, em parceria com a LSH Barra.

Tratamento de luxo e personalizado no Trump Barra, que terá 170 apartamentos, podem ser traduzidos em uma piscina com borda infinita, bicicletas premium, carros com motoristas para levar o hóspede a compromissos no bairro e um leque de outros mimos oferecidos pela rede, como passeador para animais de estimação e serviço de babá. Além de centro de convenções com business center.

Mimo: tablado de madeira para dormir

O Hilton Barra, na Av. Embaixador Abelardo Bueno, tem inauguração prevista para o fim do ano. Com 298 quartos, terá espaço para eventos. A rede aposta no segmento de negócios e de lazer, vendo o Rio como destino chave para sua expansão no Brasil e na América Latina. Fica próximo ao RioCentro e a uma caminhada de distância de instalações dos Jogos. Já o Grand Hyatty, será um resort urbano, com 436 quartos, também terá área para negócios e eventos. Abre em 2015.

Com localização premiada na Zona Sul, o Emiliano subirá no Posto 6, em Copacabana. Segundo a Howarth HTL, o hotel terá cem apartamentos, recebendo investimento de US$ 16,9 milhões, abrindo ano que vem. É exemplo de hotel butique com atendimento de alta categoria, diz Mariano Carrizo. O livro de dez anos da unidade paulistana reúne histórias que dão uma medida do que se pode esperar no novo empreendimento no Rio. Em um dos casos, ao arrumar uma suíte, as arrumadeiras encontravam o lençol colocado no chão, de manhã. Descobriram que o hóspede sofria de dor na coluna. Em quatro horas, o hotel providenciou um tablado em madeira para ser posto sobre a cama, garantindo uma boa noite ao cliente.

O fundo suíço Acron, que comprou o Hotel Glória da REX, empresa do grupo EBX, anunciou que garante a inauguração do hotel na virada de 2015 para 2016. Construído originalmente em 1922, o novo Glória terá 352 quartos e piscina com vista para o Pão de Açúcar. Fontes próximas ao negócio, garantem que a Four Seasons irá administrar o hotel.



O Globo, Glauce Cavalcanti, 06/mai