quarta-feira, 25 de março de 2015

Reaproveitamento de resíduos é saída para melhorar competitividade


Ao mesmo tempo em que é um dos setores mais importantes ao desenvolvimento econômico e social do País, a construção é também o que mais consome matérias-primas naturais e não renováveis e, consequentemente, é o maior gerador de resíduos. E como há resoluções para que eles tenham destinação correta, o que tem um custo, quanto menos for produzido ou quanto mais for reaproveitado, melhor.

"As inovações atuais são voltadas para a sustentabilidade da construção na fabricação de produtos que empregam materiais reciclados e que, ao serem produzidos, consomem menos energia", destaca a coordenadora do curso de tecnologia em construção de edifícios e estradas da Faculdade de Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rosa Cristina Cecche Lintz. "A aplicação desses itens no processo é tecnologia sustentável, que viabiliza economicamente, inclusive, a construção de unidades habitacionais de interesse social", complementa o professor do curso Mauro Menzoni.

Rosa cita alguns exemplos de materiais reciclados que podem ser utilizados nas obras, a exemplo de miúdos e graúdos provenientes de resíduos da própria construção - como tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa, peças pré-moldadas em concreto e tubos -, ou de outros segmentos - pneus inservíveis, rochas naturais, como mármore e granito, e lodo de esgoto. Tudo isso é geralmente coletado em canteiro de obras e, em seguida, transportado a empresas recicladoras, e vendido novamente ao próprio setor para serem utilizados na produção de concretos, tijolos, argamassas e base para pavimentos. A faculdade está, inclusive, estudando melhor aproveitamento desses itens.

"A inovação tecnológica viabiliza os custos e o tempo de execução em qualquer área de atuação. Na construção civil ela é vital para o desenvolvimento, pois, em tempos difíceis, só viabiliza e progride quem inova", assegura Menzoni. Ele conta que a Prefeitura de Limeira, no interior paulista, está organizando o seu Parque Tecnológico para abrigar micro, pequenas e médias empresas do ramo, oferecendo ajuda jurídica e tecnológica, em parceria com a Unicamp.



Brasil Econômico, 25/mar