terça-feira, 31 de março de 2020
Covid-19: Governo garante contratações com recursos do FGTS em 2020
As contratações de habitação de interesse social, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), estão garantidas até o final do ano, a partir da Portaria 761/2020 do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). A normativa regulamenta os desembolsos com recursos do Orçamento-Geral da União (OGU) para o exercício de 2020. Essa sinalização é essencial para a sobrevivência das empresas e vinha sendo pleiteada pela CBIC. "O MDR está de parabéns pela rapidez na edição da portaria, competência e sensibilidade do ministro Rogerio Marinho", afirma o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
"Era algo desejado pelo setor desde o final dezembro de 2019. Ela dá um pouco mais de tranquilidade a todos nós", reforça o presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social da CBIC, Carlos Henrique Passos.
De acordo com a portaria, para as contratações de financiamentos com pessoas físicas realizadas a partir do ateste, pela autoridade competente, do esgotamento da disponibilidade orçamentária e financeira previstas Lei n. 13.978, de 17 de janeiro de 2020, para o aporte de recursos do OGU previsto no art. 2º, I da Lei nº 11.977/2009, a política de concessão de descontos em tais financiamentos será executada exclusivamente com os recursos de que trata a Resolução nº 955/2020, do Conselho Curador do FGTS, que reformula os orçamentos financeiro, operacional e econômico do FGTS para o exercício de 2020, e o orçamento plurianual de aplicação para o período 2021-2023.
Agência CBIC, 30/mar
segunda-feira, 30 de março de 2020
Construtoras usam canais digitais para driblar pandemia
Com a crise causada pelo coronavírus, as construtoras estão investindo em vendas on-line. Sites interativos e contato dos corretores pelo WhatsApp e por telefone têm sido os recursos usados para tentar fechar negócios neste cenário inédito da economia mundial. Os lançamentos programados para este ano, por enquanto, serão mantidos, segundo as empresas.
- A assinatura da venda é feita por meio de uma plataforma de assinatura eletrônica. Para o cliente analisar o imóvel, contamos com o tour on-line e com imagens de drones da região e da vista específica de cada apartamento. É como se o cliente já estivesse dentro do seu apartamento - diz Carolina Lindner, gerente comercial da construtora Mozak. No mercado de Minha Casa Minha Vida, o on-line também está sendo usado. De acordo com Cristiano Coluccini, presidente da CAC
Engenharia, houve um reforço nas rede sociais da construtora para divulgar os canais de atendimento (WhatsApp, chat e telefone). A MRV expandiu a atuação da plataforma de vendas digital, diz Rafael Menin, copresidente da construtora.
Para Claudio Hermolin, presidente da Ademi-RJ e da Brasil Brokers, a crise afetará o mercado como um todo, mas de forma temporária. Ele crê que é um bom momento para quem quer fazer investimento:
- Em um momento de crise, principalmente uma atípica como a que estamos passando, o natural é que as pessoas queiram assegurar seus investimentos em bens reais, feitos de tijolo.
Na opinião do presidente do Creci-Rj, Manoel da Silveira Maia, as demandas habitacionais são imensas, mas as compras vão cair. Consumidores de todos os segmentos estão mais cauteloso se, no mercado imobiliário, não é diferente - diz ele.
Será um bom momento para comprar?
- Se você está comprando o imóvel para sua moradia ou como forma alternativa de investimento e proteção do seu dinheiro, é uma boa opção. Neste caso, seu investimento é em longo prazo. Caso haja queda de preços, você pode recuperar isso no futuro, pois, como todo mercado, o de imóveis também se recupera - aconselha Geraldo Victor, gerente-geral de Imóveis da Apsa.
MORAR OU ALUGAR
O aluguel também acaba sendo alternativa para o futuro potencial comprador, acredita Paulo Porto, professor do MBA de Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil da FGV.
- As pessoas que já tinham se preparado para comprar agora vão manter o contrato de aluguel até a situação ficar menos incerta - avalia.
O Globo, Ana Carolina Diniz, 29/mar
sexta-feira, 27 de março de 2020
Crédito imobiliário com recurso da poupança sobe 31% em fevereiro
O crédito imobiliário com recursos da poupança movimentou R$ 6,38 bilhões em fevereiro, com queda de 10,7% em relação a janeiro e alta de 31% frente a fevereiro do ano passado, segundo a Abecip, associação das instituições que oferecem essa modalidade de crédito.
No acumulado de 12 meses (março de 2019 a fevereiro de 2020), os empréstimos para aquisição e construção de imóveis somaram R$ 82,26 bilhões, com alta de 37,2% em relação ao apurado nos 12 meses anteriores.
A Caixa se manteve na liderança do setor, com R$ 2,353 bilhões financiados nas modalidades construção e aquisição em fevereiro. O Bradesco ficou em segundo lugar, com R$ 1,593 bilhão, e o Itaú Unibanco apareceu em terceiro, com R$ 1,376 bilhão.
Foram financiados 25,5 mil imóveis em fevereiro, o que representa queda de 8,5% ante janeiro, mas alta de 29,6% na comparação com fevereiro do ano passado.
Valor Econômico online, Álvaro Campos, 26/mar
quinta-feira, 26 de março de 2020
Equipe de Guedes projeta retorno gradual da quarentena a partir de 7 de abril
A equipe econômica trabalha com projeções que consideram um encerramento gradual da quarentena contra o coronavírus a partir do dia 7 de abril. A avaliação é que as medidas anticrise anunciadas até agora não são suficientes para suportar um período maior que esse de atividades completamente suspensas.
As estimativas foram confirmadas por fontes que trabalham na elaboração dos cenários. Até agora, as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, garantem alívio para empresas e mais acesso a crédito pelo período de três a quatro meses. Segundo técnicos, as ações já foram elaboradas considerando um relaxamento gradual do isolamento.
As medidas elaboradas até agora foram pensadas porque, mesmo após um eventual relaxamento da quarentena, as atividades voltariam a funcionar, em ritmo reduzido. "Os shoppings estariam mais vazios, porém funcionando", explicou uma das fontes.
Em pronunciamento em cadeia nacional na noite de terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que sejam suspensas as medidas de contenção, como suspensão de aulas e fechamento de comércio. Bolsonaro, no entanto, não indicou qualquer plano para que isso seja feito de forma gradual, nem um prazo.
A fala de Bolsonaro, na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das medidas tomadas por outros países, foi alvo de críticas por parte de especialistas, autoridades e congressistas. Durante o pronunciamento, houve panelaços em várias cidades do país contra o presidente.
A equipe econômica tem se reunido com representantes do setor produtivo para medir a temperatura da preocupação do empresariado. Na avaliação de uma fonte, hoje o país não tem uma quarentena propriamente dita, mas apenas ações em determinados estados. O problema é que a lista inclui as maiores economias do Brasil: Rio e São Paulo. Segundo este técnico, o fato de as medidas restritivas não terem sido diretamente elaboradas pela União dificultam um controle sobre como e quando o isolamento será flexibilizado.
Presidente do BB: 'não podemos parar a economia'
Além do time que trabalha diretamente com Guedes, as críticas a medidas restritivas são repercutidas por aliados próximos, como o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. Na avaliação do executivo, não é possível "parar a economia" por causa da pandemia.
- Aqueles que impedem a produção, o comércio e a circulação de mercadorias serão responsabilizados pela depressão econômica que estão causando. Não se pode resolver um problema criando outro ainda maior. O fechamento de empresas e o desemprego em larga escala decorrentes de medidas restritivas exageradas atingem as camadas mais vulneráveis da população e podem causar comoção social. Negar este lado da questão é um desserviço à nação brasileira. Devemos tomar todas as medidas sanitárias de precaução e proteger os idosos, mas não podemos parar a economia - disse Novaes.
O presidente do BB criticou ainda diretamente governadores e prefeitos, apontados por Bolsonaro como principais responsáveis para medidas que ele considera excessivamente restritivas.
- As medidas do Banco Central são adequadas, mas ninguém faz milagres na economia se empresas são fechadas compulsoriamente por ação de governadores e prefeitos - pontuou.
Apesar da postura de Novaes, o BB informou que seguirá orientações da Febraban (que representa o setor bancário) para evitar a aglomeração de clientes, como a restrição do atendimento presencial.
Clientes só poderão ser atendidos nas agências no caso de serviços essenciais que não podem ser feitos por aplicativos, internet ou caixa eletrônico, como desbloqueio de senha e cartão. A instituição também reduziu o expediente nas agências: abre uma hora mais cedo, às 9h para atender exclusivamente idosos. Das 11h às 14h, para os demais clientes.
No domingo, durante entrevista coletiva à imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já havia sugerido que, em algum momento, medidas de relaxamento da quarentena deveriam ser tomadas.
- Ninguém aguenta permanecer parado full time. Para duas (semanas), libera um pouco para as pessoas, deixa as pessoas se reorganizarem. Vamos ter que ir assim - disse o ministro, na ocasião.
Guedes também já havia sugerido que seria preciso encontrar um meio termo entre as medidas de isolamento e a retomada da atividade econômica. Ao anunciar as primeiras medidas de combate aos efeitos econômicas da pandemia, o ministro afirmou que se todos ficassem em casa, a economia entraria em colapso. No entanto, frisou que seguiria recomendações do Ministério da Saúde.
- Se ficar todo mundo em casa, o produto colapsa. Se ficar todo mundo na rua, a velocidade de contágio é muito rápida e você atinge o sistema de saúde. Então, deve ter um meio termo. Os ingleses andaram sugerindo o seguinte: os mais idosos em casa e os mais jovens manter uma vida próxima do normal. Mas não sou eu que tenho que falar isso, é o Ministério da Saúde - disse Guedes, no último dia 16.
O Globo, Marcello Corrêa e Geralda Doca, 25/mar
quarta-feira, 25 de março de 2020
Ministério mapeia unidades vazias do Minha Casa que podem ser usadas para quarentena
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) está fazendo o mapeamento das unidades do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) que estão vazias em todo o país e que podem ser usadas para quarentena fora de hospitais. Por enquanto, a informação do MDR é que há cerca de 7 mil imóveis desocupados nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro - onde há mais casos de casos confirmados e de mortos no país.
Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, informou que sua pasta colocaria à disposição do Ministério da Saúde, se houver necessidade de espaços para quarentena fora dos hospitais, unidades não ocupadas do MCMV. Na ocasião, ele disse ainda que serão analisados alguns fundos para auxiliar regiões mais fragilizadas, como Norte e Nordeste e que a Defesa Civil estará mobilizada com o Ministério da Saúde para informar população.
O levantamento das unidades desocupadas do programa está sendo feito in loco e conforme a demanda. O MDR explicou que estão sendo avaliadas as condições da obra porque algumas residências, apesar de prontas ou quase finalizadas, podem ter características que não favoreçam a utilização. Por isso, essa avaliação será feita em conjunto com o Ministério da Saúde. O MDR informou ainda que cada empreendimento tem uma particularidade e é preciso uma análise sobre se ele está adequado - com ligação de água e luz, por exemplo, para o recebimento de pessoas.
O MCMV foi lançado em março de 2009 no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quanto maior a renda, menor o subsídio do governo.
Valor Econômico, Edna Simão, 25/mar
terça-feira, 24 de março de 2020
Saída para liberar financiamento de imóvel
Bancos e incorporadoras discutem um modelo alternativo para que a liberação de recursos de financiamento habitacional seja mantida durante a crise do coronavírus mesmo se os cartórios não tiverem atendimento presencial. Quando um imóvel é vendido, o repasse do crédito só é feito para o cliente depois que o registro da transação é feito em um cartório. A proposta agora é que os bancos possam apresentar uma versão em PDF dos contratos para que eles sejam protocolados de forma eletrônica pelos cartórios, apurou o Valor.
Um primeiro passo foi dado no domingo, quando a Corregedoria Nacional de Justiça emitiu provimento dizendo que os cartórios terão de funcionar em regime de plantão ou oferecer atendimento à distância. A expectativa é que prevaleça o funcionamento virtual e, nesse caso, o caminho alternativo para liberação dos recursos será acionado.
A proposta que vem sendo discutida pela Abecip (associação das instituições financeiras que atuam no crédito imobiliário) com empresas do setor e pela Associação dos
Registradores Imobiliários de São Paulo (Arisp) prevê que, a partir da documentação eletrônica, seja repassada parte dos recursos relativa a uma transação. O registro físico tem de ser apresentado em 90 dias para que o restante seja liberado - esse é o prazo estimado para que a situação se normalize, segundo um diretor de um banco.
De acordo com esse interlocutor, o objetivo é manter as operações em andamento, contribuindo com o funcionamento do setor imobiliário, que vinha se recuperando de sua crise mais grave. Em janeiro, os financiamentos com recursos da poupança para aquisição e construção de imóveis somaram R$ 7,27 bilhões, o melhor resultado para o mês desde 2016.
Houve crescimento de 42,7% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com informações da Abecip. Os dados de fevereiro ainda não foram divulgados.
Procurada pelo Valor, a Abecip não comentou a proposta de mudança na liberação de recursos.
Segundo o presidente da Arisp, Flaviano Galhardo, é possível que, a partir do fim da tarde de hoje, a primeira versão de programa para digitalização de contratos pelos bancos para envio aos cartórios e de devolução dos documentos para as instituições financeiras esteja disponível no Estado de São Paulo. "Estamos construindo uma esteira eletrônica para envio direto dos contratos de financiamento dos bancos para os cartórios pela central eletrônica de registro de imóveis", afirma. Ele diz que o modelo pode ser seguido em outros estados.
Há intenção, de acordo com o presidente da Arisp, que haja uma plataforma digital entre os registradores de imóveis e toda a cadeia produtiva imobiliária.
Com o provimento publicado no domingo, os prazos para registros imobiliários pelos cartórios foram suspensos, segundo Galhardo. Mas, segundo o vice-presidente de incorporação imobiliária do Secovi-SP, Emilio Kallas, o setor vai solicitar ao presidente da Arisp que o registro aos mutuários seja liberado em, no máximo, três dias.
O risco de atrasos dos repasses dos recebíveis dos clientes para os bancos é uma das preocupações de incorporadoras neste momento de pandemia do coronavírus. Em um ambiente de muitas incertezas e em que as vendas de imóveis já apresentam retração, a maior parte das empresas optou por colocar o pé no freio das aquisições de terrenos na capital paulista, maior mercado imobiliário do país.
Lançamentos saíram do radar das incorporadoras, no curto prazo, tanto pela falta de clareza das dimensões da desaceleração econômica quanto pela freada da Prefeitura de São Paulo na concessão de licenças. Empresas estão apostando no reforço de suas equipes online para tentar compensar parte da comercialização que deixará de ser realizada com a crise.
Valor Econômico, Talita Moreira e Chiara Quintão, 24/mar
segunda-feira, 23 de março de 2020
Morre Julio Bogoricin
Torcedor do Fluminense, arquiteto e um dos pioneiros da corretagem imobiliária no país, morreu ontem (sábado), em Nova Iorque, aos 87 anos, Julio Bogoricin, fundador do grupo de empresas que leva seu nome. O empresário deixa três filhos e oito netos. Julio fez parte do grupo de 15 empresários que, em 1971, criou a ADEMI.
Filho de imigrantes russos, começou a vida profissional como funcionário do Banco do Brasil, onde entrou por concurso, ao mesmo tempo em que cursava Arquitetura, na Faculdade Nacional (atual UFRJ), na Praia Vermelha. Em 1956, criou a empresa à qual deu seu nome, e cuja primeira sede foi na Rua da Assembleia, Centro.
Pouco depois, dando mostras do arrojo que caracterizaria sua jornada como empresário, mudou-se para o então mais alto e badalado edifício carioca, o Avenida Central. Por alguns anos, conciliou a estabilidade de bancário com a imprevisibilidade da vida de empresário.
Com o crescimento da Julio Bogoricin, no entanto, deixou para trás o Banco do Brasil, e passou a se dedicar integralmente ao mercado imobiliário. No início dos anos 1970, partiu para a expansão da empresa, alavancado por um auxilio do antigo BNH e pela oferta de crédito imobiliário.
Abriu filiais em vários bairros do Rio, e em Niterói, vislumbrando o potencial de negócios que a inauguração da Ponte Rio-Niterói (1973) traria. A JB foi a primeira imobiliária a se instalar em Icaraí, e a aposta de Julio mostrou-se acertada.
O passo seguinte foi expandir os negócios para outras cidades. Chegou a abrir unidades em São Paulo e Belo Horizonte. Passo mais arrojado, ainda, foi a ampliação de sua atividade rumo aos Estados Unidos, mais especificamente, Nova Iorque, onde abriu um braço ao qual denominou Julio Bogoricin Real Estate. Nos últimos anos, dividia o tempo entre o Rio de Janeiro e a cidade americana.
Informe ADEMI, 23/mar
sexta-feira, 20 de março de 2020
Caixa reduz juros e suspende pagamento de dívidas para pessoas físicas e empresas
A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta quinta-feira, um amplo pacote de medidas de apoio à economia, afetada pela pandemia do coronavírus, com redução dos juros em várias linhas de crédito e suspensão do pagamento de dívidas por 60 dias, inclusive da prestação de imóveis. As ações ocorrem após o Banco Central cortar a taxa básica, Selic, para 3,75% ao ano.
Serão beneficiadas pessoas físicas, micro e pequenas empresas, sobretudo dos setores de comércio e serviços, hospitais e santas casas. As mudanças entram em vigor a partir da próxima segunda-feira.
Ao detalhar as medidas, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, informou que o volume total de crédito que o banco pretende injetar na economia durante a crise somará R$ 78 bilhões. Ele destacou que, caso o cenário piore, os clientes poderão ganhar um prazo ainda maior para pagar dívidas:
- Estamos começando com 60 dias, havendo necessidade, ampliaremos para 90 dias, para 120 dias.
Ele explicou que não há necessidade de os clientes comprovarem necessidade para suspender os pagamentos, mas que precisam informar que estão interessados nessa medida. Isso poderá ser feito via aplicativo de celular, no site da caixa ou nas agências.
Segundo Guimarães, será possível suspender por dois meses dívidas que estão parceladas, como crédito pessoal, consignado, penhor e prestação de imóveis - no caso de pessoas físicas. Ou seja, nesse prazo, o tomador não precisará pagar nem o principal e nem os juros, destacou.
O mesmo benefício será dado às empresas, especialmente micro e pequenas nas linhas de capital de giro. No caso de um novo empréstimo haverá carência de 60 dias, principalmente nas linhas de aquisição de máquinas e equipamentos.
R$ 3 bilhões para hospitais
Empresas dos setores do comércio e de serviços, mais afetados pela crise, ganharão prazo de meses para iniciar o pagamento do financiamento. Será liberado para hospitais e santas casas um volume de crédito de R$ 3 bilhões, em condições facilitadas, com juros mais baixos e carência de até seis meses.
- Nós faremos tudo o que estiver ao alcance da Caixa Econômica Federal para atender a população. Entendemos que essa é uma crise gravíssima com impactos na saúde e na economia no mundo inteiro - afirmou Guimarães.
Em linha com o Banco Central, a Caixa cortou os juros nas linhas de pessoas físicas, especialmente crédito pessoal: a taxa do consignado baixou para 0,99% ao mês, com ampliação do prazo de pagamento de 72 meses para 84 meses; do empréstimo pessoal para 2,17% ao mês e do penhor, para 1,99% ao mês. Ficaram de fora dos cortes o cheque especial e o crédito imobiliário.
No caso de micro e pequenas empresas, as linhas de capital de giro têm taxas a partir de 0,56% ao mês. Segundo Guimarães, essa modalidade é a mais demandada pelo setor produtivo.
Para evitar que os clientes precisem comparecer às agências e facilitar compras pela internet, a Caixa vai oferecer de forma gratuita o cartão de débito virtual a todos os correntistas e poupadores. Os clientes também poderão renovar o contrato de do penhor pelo site da Caixa e canal Telesserviço.
Na quarta-feira, a Caixa anunciou que limitaria o acesso de clientes e abriria uma hora mais cedo para grupos de risco. Fluxo de pessoas no interior das agências será limitado a, no máximo, 50% da capacidade dos assentos das unidades.
O Globo online, Geralda Doca, 20/mar
quinta-feira, 19 de março de 2020
CBIC propõe medidas emergenciais ao governo
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) entregou ao governo, na terça-feira, proposta de um conjunto de medidas a serem tomadas para o setor neste contexto de pandemia do coronavírus. Sem detalhar o conteúdo do documento, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, informou que uma das propostas se refere à abertura de crédito à construção.
"Nossa proposta é não usar um centavo a mais de recursos públicos, mas utilizar o que já existe", afirmou Martins, em transmissão pela internet.
Ontem, a entidade e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) fecharam proposta conjunta de que o seguro-desemprego contribua como parte do pagamento dos trabalhadores no período em que fiquem eventualmente parados, mas ainda não desempregados. O documento com a proposta já foi encaminhado à área econômica do governo.
Em transmissão pela internet, Martins informou que está disponível, no site da CBIC, canal direto para atendimento à demanda de construtoras e pessoas físicas do setor. A intenção é que os problemas enfrentados no atual cenário sejam reportados à entidade. Um dos problemas já evidentes, ressaltou Martins, é a questão do transporte público.
Ao encerrar sua fala, Martins disse que todos estão perplexos neste momento. "Quem vive neste setor sabe onde o calo de cada um dói. Vamos continuar a ajudar o Brasil a se reerguer", afirmou o presidente da CBIC.
Valor Econômico, Chiara Quintão, 19/mar
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