Por pouco o Rio não ganha um High Line, como o de Nova York. Como se sabe, o parque americano construído em 2009 em cima de uma velha linha de trem, em Meatpacking, é um grande sucesso. Eduardo Paes chegou a pensar na hipótese depois que a Marinha se recusou a permitir a construção de um passeio público na área do Distrito Naval. Diante da recusa, Paes decidiu deixar ali a Perimetral e construir acessos para os pedestres curtirem a vista. A Marinha acabou voltando atrás e doou o terreno para a prefeitura construir um passeio público, como O GLOBO publicou. Só então a Perimetral foi abaixo naquele trecho.
terça-feira, 31 de março de 2015
Um presente para o Rio
Por pouco o Rio não ganha um High Line, como o de Nova York. Como se sabe, o parque americano construído em 2009 em cima de uma velha linha de trem, em Meatpacking, é um grande sucesso. Eduardo Paes chegou a pensar na hipótese depois que a Marinha se recusou a permitir a construção de um passeio público na área do Distrito Naval. Diante da recusa, Paes decidiu deixar ali a Perimetral e construir acessos para os pedestres curtirem a vista. A Marinha acabou voltando atrás e doou o terreno para a prefeitura construir um passeio público, como O GLOBO publicou. Só então a Perimetral foi abaixo naquele trecho.
segunda-feira, 30 de março de 2015
Estação do metrô na Barra recebe acabamento
A Estação Jardim Oceânico da Linha 4 do metrô, na Barra, já está em fase de acabamento: as plataformas de embarque e de desembarque estão construídas, assim como o túnel para passagem das composições. O acesso pela Rua Fernando de Matos recebeu piso de granito. Estão prontas também as escadas e parte do mezanino, onde ficará a bilheteria. Na fase atual, operários trabalham na instalação de pastilhas nas paredes.
Em visita à estação na manhã de ontem, cerca de 60 moradores da Barra e do Recreio acompanharam o andamento das obras da Linha 4, que ligará o Jardim Oceânico à Praça General Osório, em Ipanema. Eles também viram de perto a ponte estaiada, que passará sobre a Lagoa da Tijuca. A estrutura ligará a Avenida Armando Lombardi ao túnel do Morro do Focinho do Cavalo.
O diretor da Associação de Moradores do Recreio, Milton Reali, mostrou- se otimista com a conclusão da obra até julho de 2016, prazo prometido pelo governo estadual.
- Os trabalhos no Jardim Oceânico estão bem adiantados. Acredito que a chegada do metrô à Barra será o primeiro passo para a extensão da linha até o Recreio - contou Reali.
Nascido em Portugal, mas radicado no Rio desde os 10 anos, o publicitário Toni Lourenço espera que o metrô reduza a rotina de engarrafamentos do bairro.
- Acredito que o metrô vai tirar muitos carros da rua. Teremos mais qualidade de vida - opinou o visitante.
O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, disse que levar o metrô até o Recreio e Jacarepaguá está nos planos do governo:
- É um sonho. Precisamos viabilizar a obra economicamente - disse o secretário, referindo-se à crise financeira que o estado atravessa.
O Globo, 29/mar
sexta-feira, 27 de março de 2015
Porto do Futuro recebe R$ 1,5 bilhão
O Porto do Rio de Janeiro está recebendo R$ 1,5 bilhão de investimentos públicos e privados para a concretização do projeto Porto do Futuro, iniciativa coordenada pela Secretária Especial dos Portos (SEP) e a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), com o apoio dos governos estadual e municipal. As obras foram incluídas no Programa de Investimentos em Logística (PIL), mas o maior volume de recursos vem do setor privado, com o investimento de R$ 1 bilhão da Libra Terminais e da Multiterminais para expansão de suas instalações na área de arrendamento do Cais do Caju, Porto do Rio de Janeiro.
Valor Econômico, 27/mar
quinta-feira, 26 de março de 2015
Ponte poderá ganhar ligação com a Zona Sul
A empresa EcoRodovias, que assumirá a Ponte Rio-Niterói em 1º de junho já com um grande teste pela frente - o feriadão de Corpus Christi, no dia 4 -, estuda a adoção de faixas reversíveis e informa que poderá negociar a construção de uma ligação direta com a Zona Sul. O acesso seria feito por meio de um elevado que seguiria até a Linha Vermelha, sentido Túnel Rebouças. Segundo o engenheiro Alberto Luiz Lodi, que será o presidente da concessão, a obra, se for considerada necessária, poderá justificar um ajuste no contrato.
- Essa obra não está prevista, mas, se for necessária, poderemos negociá-la. Na Ecovias, em São Paulo, não estava prevista, por exemplo, a construção do Anel Viário de Cubatão, mas negociamos com o poder concedente e fizemos a obra, que conta com 2,8 quilômetros de viadutos, em 22 meses. Administrar uma rodovia é um processo dinâmico - disse Lodi, que está no grupo há quase dois anos.
Lodi diz que a adoção das faixas reversíveis pela Ecoponte - nome que a concessão deve adotar - já está em estudo, mas frisou que ainda é cedo para dizer como e quando poderá ser adotada. Há alguns anos, a atual concessionária, CCR Ponte, chegou a usar esse sistema.
- O uso de medianas móveis é algo que pode ser implementado. Obviamente, é preciso estudar isso, mas há no mundo diversos exemplos de barreiras móveis seguras, o que poderia levar à derrubada da mureta central. Nós já temos um sistema semelhante na ligação entre São Paulo e a Baixada Santista, que permite que as duas estradas sejam completamente flexíveis - disse o futuro presidente da nova concessionária em sua primeira entrevista após o leilão da Ponte Rio-Niterói, na semana passada.
Antecipação de traballhos
Presidente da EcoRodovias, Marcelino Rafart de Seras diz ainda que a Ponte poderá ter as obras obrigatórias previstas no contrato antecipadas. A intenção é melhorar a fluidez do trânsito, mesmo com a redução do pedágio, que passará dos atuais R$ 5,20 para R$ 3,70:
- Não queremos prometer, mas a empresa tem um histórico de antecipar obras, tem sido assim na história do grupo. Não é um compromisso, mas é uma vontade, não só para melhorar para a população, mas melhorar a fluidez da via e ampliar o movimento. E quando concentramos numa obra e a realizamos de maneira mais célere, conseguimos reduzir o custo.
Segundo Lodi, a concessionária, que tem um contrato de 30 anos pela frente, conta com experiência em obras que não interferem nas vias durante a fase de execução. A EcoRodovias fará a ligação da Ponte com a Linha Vermelha, sentido Baixada, e com a Avenida Brasil, por meio da chamada Avenida Portuária. Pelo contrato, as intervenções devem ficar prontas em quatro e cinco anos, respectivamente. A empresa também será obrigada a instalar mais duas cabines de pedágio em Niterói.
O presidente da EcoRodovias voltou a dizer que está totalmente confiante e confortável ao diminuir o valor do pedágio. Marcelino Seras defendeu que a tarifa será justa para o usuário, a empresa e seus acionistas:
- Temos absoluta certeza de que faremos um bom trabalho, a tarifa de pedágio é totalmente condizente. Na Ponte, teremos uma estrutura enxuta, voltada à operação - disse, lembrando que a maior parte das obras já conta com licenciamento prévio e projeto executivo.
O Globo, 26/mar
quarta-feira, 25 de março de 2015
Reaproveitamento de resíduos é saída para melhorar competitividade
Ao mesmo tempo em que é um dos setores mais importantes ao desenvolvimento econômico e social do País, a construção é também o que mais consome matérias-primas naturais e não renováveis e, consequentemente, é o maior gerador de resíduos. E como há resoluções para que eles tenham destinação correta, o que tem um custo, quanto menos for produzido ou quanto mais for reaproveitado, melhor.
"As inovações atuais são voltadas para a sustentabilidade da construção na fabricação de produtos que empregam materiais reciclados e que, ao serem produzidos, consomem menos energia", destaca a coordenadora do curso de tecnologia em construção de edifícios e estradas da Faculdade de Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rosa Cristina Cecche Lintz. "A aplicação desses itens no processo é tecnologia sustentável, que viabiliza economicamente, inclusive, a construção de unidades habitacionais de interesse social", complementa o professor do curso Mauro Menzoni.
Rosa cita alguns exemplos de materiais reciclados que podem ser utilizados nas obras, a exemplo de miúdos e graúdos provenientes de resíduos da própria construção - como tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa, peças pré-moldadas em concreto e tubos -, ou de outros segmentos - pneus inservíveis, rochas naturais, como mármore e granito, e lodo de esgoto. Tudo isso é geralmente coletado em canteiro de obras e, em seguida, transportado a empresas recicladoras, e vendido novamente ao próprio setor para serem utilizados na produção de concretos, tijolos, argamassas e base para pavimentos. A faculdade está, inclusive, estudando melhor aproveitamento desses itens.
"A inovação tecnológica viabiliza os custos e o tempo de execução em qualquer área de atuação. Na construção civil ela é vital para o desenvolvimento, pois, em tempos difíceis, só viabiliza e progride quem inova", assegura Menzoni. Ele conta que a Prefeitura de Limeira, no interior paulista, está organizando o seu Parque Tecnológico para abrigar micro, pequenas e médias empresas do ramo, oferecendo ajuda jurídica e tecnológica, em parceria com a Unicamp.
Brasil Econômico, 25/mar
Um outro viaduto
A Fundação Geo-Rio concluiu o primeiro novo viaduto de São Conrado, na Zona Sul carioca. Tem 30 metros de extensão e faz parte das obras de ampliação do Elevado do Joá. Este viaduto, como se sabe, será uma via paralela ao antigo e vai desembocar no novo Túnel do Pepino, já em construção. Para erguê-lo, foram usadas três vigas metálicas, com 25 toneladas cada uma, e 26 lajes pré-moldadas, de oito toneladas cada. As obras de ampliação ficam prontas no primeiro semestre de 2016.
O Globo, 24/mar
segunda-feira, 23 de março de 2015
Bairros planejados ganham espaço no País
De olho em iniciativas internacionais que buscam integrar moradia, trabalho e lazer em ambientes sustentáveis, ganham espaço no País empreendimentos que pretendem ser bairros planejados. Localizados em grandes terrenos na área metropolitana, esses projetos, que vêm chamando a atenção de incorporadoras e empresas de urbanismo, concentram prédios residenciais, comerciais, lojas e parques, além de dispor de sistemas para economia de água, energia e reciclagem.
Tendências urbanísticas e perspectivas para o mercado imobiliário, tais como os bairros planejados, serão alguns dos temas abordados no 1.º Summit Imobiliário Brasil 2015, evento promovido pelo Estado e pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) no dia 14 de abril, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo.
Um dos palestrantes será o professor brasileiro Soleiman Dias, diretor da Chadwick Internacional, na Coreia do Sul, que apresentará o projeto do icônico Songdo, conhecido como o maior empreendimento sustentável do mundo.
Com um investimento de US$ 35 bilhões, o projeto prevê a construção de uma grande comunidade a 65 quilômetros de Seul, que contará com 80 mil apartamentos e 46 milhões de metros quadrados de escritórios, além de controle inteligente de tráfego, internet wireless, 40% de áreas verdes, programas de reciclagem e uso consciente de água e energia.
O Brasil ainda não possui uma cidade completamente planejada e integrada como o desenho coreano, porém já começa a ensaiar seus primeiros passos no modelo.
Um desses empreendimentos, iniciado em 2012, é o Parque da Cidade, um terreno de 80 mil metros quadrados na região da Chucri Zaidan, zona sul de São Paulo. O projeto da Odebrecht Realizações Imobiliárias, com valor geral de venda de R$ 4 bilhões, é composto por dez edificações, sendo cinco torres corporativas, uma de escritórios, duas residenciais, um shopping e um hotel. Em setembro, serão entregues a torre de escritórios e uma das torres comerciais. Os prédios residenciais começarão a ser vendidos no ano que vem.
"Queríamos implementar o conceito de cidade compacta: facilitar a vida do usuário provendo serviço, trabalho, entretenimento e lazer no mesmo lugar", afirma Saulo Nunes, diretor de incorporação da Odebrecht Realizações Imobiliárias. Para isso, a equipe contratou uma consultoria inglesa e viajou a Londres, Amsterdã, Sydney e outras cidades para estudar modelos bem-sucedidos.
"Além da comodidade, temos um plano de sustentabilidade na parte ambiental - vamos economizar 50% de água do empreendimento, com reúso de água e sistema de esgotamento de avião", diz Nunes. O sistema do parque também prevê economia de 20% de energia e reciclagem de 50% dos 10 mil quilos de resíduos esperados por dia.
Nunes observa também que complexos planejados, ao contrário do que pode parecer, não tendem a causar isolamento. "Não haverá muros, será um espaço aberto. Não queremos fechar os nossos usuários dentro do condomínio. O nosso maior desafio é até mesmo trazer gente fora do horário comercial, à noite ou no fim de semana, para usufruir das opções de lazer e entretenimento que o Parque pode oferecer", diz.
Outro empreendimento, o Jardim das Perdizes, da Tecnisa, terá, em um terreno de 250 mil metros quadrados, com cerca de 30 torres residenciais e comerciais, um hotel e um parque público. O valor geral de vendas anunciado é de R$ 6,4 bilhões.
"O bairro planejado tem uma função importante no desenvolvimento do tecido urbano", diz Cláudio Bernardes, presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Ele ressalta, no entanto, que é preciso ir além do bairro planejado e pensar também no projeto urbanístico da cidade. "Como a cidade já cresceu e não temos muitas áreas livres, temos de procurar estabelecer induções legais para a ocupação planejada das áreas já existentes, além de implementar componentes do bairro planejado na revitalização de determinadas áreas da cidade", diz.
O Estado de São Paulo, 21/mar
sexta-feira, 20 de março de 2015
Obras sustentáveis são as novas fronteiras do setor
Pressionados por usuários e moradores cada vez mais exigentes em relação à economia de água, a indústria da construção civil e os condomínios estão entre ps clientes mais promissores para as empresas que fabricam produtos que evitam desperdício. Em um cenário de crise hídrica, obras mais sustentáveis se valorizam aos olhos de novos compradores, ao mesmo tempo em que a "patrulha" dos síndicos e moradores dos edifícios se intensifica para evitar o consumo exagerado de água.
Valor Econômico, 20/mar
quinta-feira, 19 de março de 2015
BRTs Transoeste e Transcarioca terão 48 estações 24 horas
A partir de hoje, 48 estações dos BRTs Transoeste e Transcarioca passam a funcionar 24 horas. A Secretaria municipal de Transportes regulamenta no Diário Oficial desta quinta-feira os horários em que todas as estações deverão operar, já a partir de hoje. Outras 31 estações ficarão abertas de 4h à 1h da madrugada; 18, de 5h à 1h; uma de 4h às 23h e mais uma de 5h às 23h.
Desde que o primeiro corredor foi inaugurado, há quase três anos, o funcionamento das estações nunca tinha sido normatizado e variava de acordo com a demanda.
As estações do Transoeste que atenderão 24 horas por dia são: Terminal Alvorada, Novo Leblon, Rio Mar, Salvador Allende, Gláucio Gil, Recreio Shopping, Guiomar de Novaes, Pontões/Barra Sul, Pontal, Ilha de Guaratiba, Cetex, Mato Alto, Magarça, Pingo D'Água, Curral Falso, Gastão Rangel, Terminal Santa Cruz, Rod. Campo Grande, Prefeito Alim Pedro, Cesarão II, Cesarão III, Cesarinho, Santa Eugênia, Vilar Carioca, São Jorge e Pina Rangel.
No Transcarioca, ficarão abertas permanentemente: Lourenço Jorge, Via Parque, Estação Rio II, Curicica, Praça do Bandolim, Vila Sapê - IV Centenário, Merck, Taquara, Tanque, Ipase, Praça Seca, Campinho, Madureira - Manaceia, Mercadão, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Praça do Carmo, Pastor José Santos, Penha 1 e 2, Olaria - Cacique de Ramos e também Santa Luzia.
O Dia, 19/mar
quarta-feira, 18 de março de 2015
Energia solar responderá por 13% do consumo residencial
Cerca de 13% do consumo elétrico residencial em 2050 deverá ser suprido por energia solar por meio de painéis fotovoltaicos instalados nas casas. A estimativa, feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), faz parte do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050. O estudo, que traçará os cenários previstos de oferta e demanda de energia e a projeção de expansão de cada fonte no país nos próximos 35 anos, deve ser lançado ainda este ano.
Valor Econômico, 18/mar
Negócios urbanísticos
Para aumentar sua capacidade de investimento, a prefeitura do Rio, que estaria enfrentando uma queda na arrecadação, resolveu tomar medidas para turbinar os cofres públicos. Ontem, o Poder Executivo enviou para a Câmara de Vereadores um pacote de medidas para garantir o aporte de recursos. Uma delas promete, além de mudar parâmetros urbanísticos da cidade, provocar muita polêmica. No projeto que dispõe sobre o direito à superfície, a prefeitura vai permitir, mediante pagamento, uma série de mudanças no uso do espaço aéreo e do subsolo do município. Isso significa que um condomínio que quiser ligar diversos prédios por passarelas, por exemplo, não encontrará empecilhos. Também será possível construir ao longo de logradouros públicos: um centro comercial, sobre pilotis, tem tudo para fazer parte da paisagem dos corredores dos BRTs espalhados pela cidade. Fachadas de prédios poderão ser alteradas e ganhar janelas; e até o subsolo de praças públicas pode virar estacionamento de prédios vizinhos.
- Pode, por exemplo, ser feita a "fenestração": um prédio voltado para uma rua, com parede cega para outra, poderá, se desejar e pagar ao município, abrir janelas para outro logradouro. São muitas mudanças, mas serão sempre avaliados os parâmetros urbanísticos de cada área, não vai poder qualquer coisa - garante Jorge Arraes, secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas do município.
Projeto enviado em regime de urgência
Jorge não esconde que o projeto de lei, além de mudar a dinâmica da arquitetura e do urbanismo da cidade, vai dar um alívio à arrecadação:
- É um planejamento para o ano de 2015, que não vai ser economicamente fácil. A ideia é arrecadar para não diminuir investimentos, nem prejudicar a qualidade dos serviços.
A proposta, que foi enviada à Câmara em regime de urgência, já provoca polêmica antes mesmo de ir a plenário. A vereadora Teresa Bergher (PSDB) diz que o projeto - segundo o qual todas as mudanças serão permitidas pelo prazo de 99 anos - precisa ser mais bem detalhado.
- O que o projeto significa? Poderão construir um shopping em cima de uma estação do BRT? A prefeitura não pode simplesmente mandar um projeto desses sem ter uma audiência pública, sem discutir as alterações urbanísticas. Vão fazer puxadinhos pela cidade? Vamos dar carta branca sem que detalhem esse projeto?
O arquiteto Luiz Fernando Donato Janot, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) do Rio de Janeiro, disse que a proposta de aplicação do direito de superfície se baseia no Estatuto da Cidade, mais simples do que o projeto de lei.
- Por seu caráter genérico e abrangente, o projeto possibilita inúmeras hipóteses de intervenções urbanas na cidade, seja para o bem ou para o mal. Compete à sociedade e às autoridades competentes avaliarem, caso a caso e especificamente, cada forma de aplicação dessa proposta e o seu respectivo impacto. O projeto oferece uma espécie de "cheque em branco" para as mais variadas iniciativas por parte do Executivo.
O arquiteto Pedro Luz Moreira, professor da UFF e presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil do Rio (IAB-RJ), também chamou a atenção para a abrangência do projeto e perguntou o que poderá estar por trás da iniciativa da prefeitura do Rio.
- Um terreno público poderá ser cedido à iniciativa privada para ser explorado por até 99 anos. Pode ser uma boa iniciativa por um lado e muito nefasta por outro. Principalmente se não houver transparência e se for escondido aquilo que o investidor privado terá direito de fazer no terreno público - afirmou Pedro Luz.
Segundo ele, o projeto parece num primeiro momento querer agilizar a negociação imobiliária, concedendo amplos direitos de uso do espaço público.
- Serão negócios em que a transparência será fundamental. É uma boa lei, ampla, desde que seja acompanhada de um esforço para manter o negócio transparente, passando por audiências públicas e muita discussão - afirmou o presidente do IAB-RJ.
Venda de terrenos para fazer caixa
Outra solução encontrada pelo prefeito Eduardo Paes para fazer caixa foi vender oito terrenos em áreas nobres da cidade, como Botafogo e Barra da Tijuca. A expectativa é que eles rendam ao município R$ 80 milhões. Outro projeto de lei, também enviado em regime de urgência, institui o programa Concilia Rio, que propõe audiências de conciliação, junto do Poder Judiciário, para os contribuintes que estiverem inscritos na Dívida Ativa. A ideia é incentivar quem deve (desde ISS até IPTU e Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis) a regularizar logo a situação: quem pagar à vista poderá ganhar uma redução de 60% dos juros cobrados. Quem parcelar em até seis vezes terá redução de 40% nos encargos. Também será possível dividir a dívida por 24 meses, conseguindo desconto de 10% nos juros.
- Existe a intenção da prefeitura de aumentar a capacidade de investimento. O orçamento de 2015 é de quase R$ 30 bilhões, mas qualquer esforço de arrecadação é bem-vindo porque há vários projetos em andamento - diz o superintendente de Patrimônio Imobiliário do município, Fabrício Tanure.
Queda na arrecadação
Os imóveis que estão sendo alienados poderão ser comprados à vista ou em até 48 vezes. Outra opção dada pela prefeitura é fazer a concessão de uso com opção de compra.
- Nem todos os 19 imóveis do ano passado foram vendidos, mas, mesmo assim, arrecadamos quase R$ 200 milhões - diz Tanure, que garante que não é a prefeitura que sai ganhando com a arrecadação, mas a cidade. - Tudo o que é arrecadado é revertido para áreas sociais. Estamos levantando nosso acervo, que acredito que seja de 500 a 800 imóveis.
Segundo a vereadora Teresa Bergher, nos dois primeiros meses de 2015, houve uma queda de 12% na arrecadação, em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 4.727.887.752 para R$ 4.173.232.807. O cálculo foi feito com base no relatório de arrecadação da prefeitura emitido pelo Fincon, que é o sistema de controle contratual e de demonstrações contábeis do município, disponibilizado na Câmara para fiscalização. De acordo com Teresa, as receitas tributárias tiveram queda de 20%, passando de R$ 2,3 bilhão, no primeiro bimestre do ano passado, para R$ 1,9 bilhão, no mesmo período de 2015. Isso significaria menos R$ 461 milhões nos cofres. A maior redução (de 40%) teria sido na arrecadação de ISS, segundo a vereadora.
A prefeitura não informou os dados de arrecadação do primeiro bimestre, apenas o anual. Segundo a Secretaria municipal de Fazenda, em 2013, a arrecadação foi de R$ 21,74 bilhões e, no ano passado, de R$ 23,97 bilhões. A previsão para 2015 é otimista: R$ 30,18 bilhões.
O Globo, 17/mar
segunda-feira, 16 de março de 2015
Torres de 30 andares começam a ser erguidas na Zona Portuária
Depois de obras, implosões, criação de vias, derrubada de elevados e sumiço de vigas, a Zona Portuária começa a ganhar a cara que a Prefeitura do Rio pretendia dar a ela. O prefeito Eduardo Paes participou ontem de um evento que anunciou ao início da construção do primeiro empreendimento imobiliário da região.
Destinado ao público de classe alta, o Residencial Lumina será composto por quatro torres de 30 andares cada. A primeira delas, que contará com 360 unidades, tem previsão de ser entregue em até dois anos.
De acordo com a prefeitura, o objetivo é que as pessoas voltem a morar no entorno do Centro. No ano passado a Câmara de Vereadores aprovou a Lei Complementar 143/2014, que concede benefícios para construção de unidades habitacionais na Área de Especial Interesse Urbanístico da Região do Porto do Rio.
"Queremos colocar mais gente vivendo, morando aqui. Não queremos esse Centro do Rio aqui igual ao de cidades que até proibiram as pessoas de morarem. Onde ninguém mora, as pessoas não ligam, não cuidam. Elas não cobram das autoridades para que o lugar fique melhor", disse o prefeito.
A Secretaria municipal de Urbanismo mapeou 128 projetos em licenciamento na Zona Portuária. Entre eles estão 43 comerciais, oito culturais, nove hotéis, seis institucionais e oito equipamentos comunitários.
Os prédios residenciais, que são 54 ao todo, estão divididos em 50 de interesse social e quatro de grande -porte, caso do Lumina. Ao fim das obras, a prefeitura espera ter criado 28 mil unidades residenciais na área do Porto do Rio.
"Na semana que vem já estamos anunciando os primeiros pequenos empreendimentos de Minha Casa, Minha Vida aqui, num patamar mais barato, para a população com menos recursos. E assim você vai permitir essa mistura de grandes empreendimentos de luxo, de coisas mais chiques, com habitações para a população de nível social mais modesto", comentou o prefeito.
De acordo com Eduardo Paes, apenas o Residencial Lumina, que em suas quatro torres terá mais de 1400 unidades, será responsável por aumentar em 5% a população que reside na região do Porto. Atualmente, 32 mil pessoas moram na Área de Especial Interesse Urbanístico da Zona Portuária. O objetivo é que em até dez anos, a quantidade de moradores suba para 100 mil.
Construído pela empreiteira Tishman Speyer, responsável por obras de alto padrão, a estimativa é que a venda dos apartamentos do Residencial Lumina movimente cerca de R$1 bilhão. O empreendimento ocupará dois números da Rua Sacadura Cabral, no bairro da Saúde.
O Dia, 14/mar
sexta-feira, 13 de março de 2015
Reforma em imóvel tem regra especial para ser declarada
O contribuinte que fez reformas (benfeitorias) em seu imóvel em 2014 deve informálas na declaração deste ano. A forma de declará- las depende do ano de compra.
Se o imóvel foi adquirido até 31/ 12/ 1988, as reformas devem ser incluídas em item próprio na ficha Bens e direitos (código 17).
Na coluna Discriminação, devem ser informados os dados do imóvel a que se referem as benfeitorias. A coluna de 2013 fica em branco. Na de 2014 deve ser informado o total gasto com a reforma.
Se o imóvel foi comprado de 1 º / 1/ 1989 em diante, o valor das benfeitorias deve ser somado ao do imóvel.
Na coluna Discriminação devem ser mencionadas as benfeitorias, o mês ( ou meses) em que foram feitas e o custo em cada mês ( se mais de um).
Na coluna de 2013 deve ser repetido o valor da declaração entregue em 2014. Na coluna de 2014 deve ser informado o valor de 2013 mais o gasto do ano passado.
A indicação do mês ( ou meses) da reforma e respectivos valores é importante para o cálculo de eventual ganho de capital em caso de venda do imóvel. 26 - Recebi valor de ação trabalhista, já descontado o pagamento ao advogado. Como declaro? ( R. C. R.).
Informe na ficha Rendimentos tributáveis de PJ recebidos acumuladamente, inclusive juros ( se houver), menos o valor do advogado. Informe também a contribuição ao INSS, se for o caso, e o IR retido ( se houver). Escolha a forma de tributação ( ajuste anual ou exclusiva na fonte; em geral, esta última tende a ser mais vantajosa). O valor pago ao advogado é lançado na ficha Pagamentos efetuados ( código 61). 2 7 - Ganhei menos de R$ 26.816,55 em 2014, mas em alguns meses tive desconto na fonte. Devo declarar? ( W. B.).
Declare, pois só assim você receberá de volta o que foi descontado. 28 - Comprei parte de terreno, para construção de imóvel comercial em condomínio, em 2010. Minha parte é R$ 50 mil. O projeto não foi realizado. O terreno foi vendido em novembro de 2014 e minha parte foi de R$ 80 mil. Sou isento do ganho de capital? ( E. L.).
Se esse era seu único imóvel e se você não fez outra alienação nos últimos cinco anos, a venda do terreno está isenta de ganho de capital. Se não era seu único imóvel, será preciso calcular o ganho de capital sobre R$ 30 mil. 29 - Como declaro a pensão recebida por morte: para o morto ( espólio) ou para a viúva, já que é ela quem recebe? ( E. G.).
A pensão recebida deve ser declarada pela viúva. 30 - Como informo recebimento de perdas da poupança de 1989? ( D. B. J.).
Informe na linha 08 da ficha Rendimentos isentos e não tributáveis.
Folha de São Paulo, 13/mar
A ilha da fantasia dentro de uma fortaleza, na Baía de Guanabara
A três quilômetros da Urca, a fortaleza erguida em 1902 passará por uma grande reforma e ganhará restaurante e salão de eventos. O empresário Rodolfo Simões, que arrendou o espaço por 20 anos, vai tentar uma parceria com o Comitê Olímpico. "O forte tem vista privilegiada para as provas de vela." As obras começam em 90 dias e investimento vai além dos R$ 15 milhões.
O Globo, 12/mar
quarta-feira, 11 de março de 2015
Sistema holandês de limpeza
A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) assinou ontem, com o governo holandês, um memorando de entendimento para adoção do sistema de monitoramento de resíduos sólidos flutuantes, que otimizará o recolhimento de lixo nas águas da Baía de Guanabara. A subsecretária Executiva e de Economia Verde da Secretaria de Estado do Ambiente, Isaura Frega, assinou o termo com o cônsul geral da Holanda, Arjen Uijterlinde, que permitirá a troca de experiências para a gestão de resíduos sólidos que chegam até às águas da baía. O governo holandês também formalizou a doação ao estado, por dois anos, do sistema Deltares, instrumento que ajudará na previsão da movimentação de detritos flutuantes, otimizando, a operação dos ecoBarcos, que atuam na limpeza do espelho d'água.
Durante o workshop Rio e Holanda: Troca de experiências para o saneamento da Baía de Guanabara, representantes de empresas privadas holandesas, envolvidas com projetos de sustentabilidade, apresentaram soluções para a coleta e o tratamento de resíduos para beneficiar as águas da baía.
Segundo o técnico do Instituto Deltares, João Lima, o sistema prevê a movimentação de resíduos flutuantes, com até quatro dias de antecedência, de acordo com uma série de variantes, como correntes marítimas, marés e condições meteorológicas. O programa é baseado num modelo numérico que vem sendo desenvolvido por meio de um cruzamento de informações do Programa de Saneamento Ambiental da Baía de Guanabara (PSAM), da SEA, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Ainda de acordo com o técnico, o software está sendo aprimorado para incluir outras variantes, como o aumento de vazão dos rios com as chuvas e o deslocamento de diferentes tipos de lixo flutuante. Isaura Frega lembrou a responsabilidade dos 15 municípios do entorno da baía nesse processo de limpeza.
"Devemos pensar em não sujar a Baía de Guanabara, não investir tantos recursos em limpeza, depois que a baía já está suja. A experiência holandesa pode contribuir para esta mudança de paradigma. Quando a gente pensa na questão do lixo, não adianta pensar em limpar a baía, mas, pensar em não sujar", afirmou.
Um dos presentes na mesa, o vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, enfatizou a importância de se aproveitar a visibilidade da Baía de Guanabara e avançar em medidas de curto prazo para as olimpíadas e, também, em se consolidar uma agenda pós Jogos Rio 2016.
"É agora o momento de se garantir, de se estabelecer os compromissos para o pós-olimpíadas. Temos um ambiente bastante favorável para que se construa esse pacto e que vá além dos jogos olímpicos. Não podemos deixar que o esforço agora, seja um esforço apenas curativo, um esforço de improviso, e que a gente construa o legado que é possível construir ainda neste prazo", disse.
Depois do seminário a comitiva holandesa e os técnicos da SEA e do INEA aproveitaram para percorrer um trecho da Baía de Guanabara, a bordo de uma das barcas que fazem a travessia Rio-Niterói.
Jornal do Commercio, 11/mar
terça-feira, 10 de março de 2015
Harvard Business Publishing firma parceria para ampliar atuação no país
O mundo mais conectado e o ambiente de negócios complexo de hoje fizeram com que a figura do líder deixasse de ser representada apenas em um pequeno grupo de altos executivos de uma organização. O cenário atual exige que cada vez mais funcionários recebam programas de desenvolvimento de liderança para serem capazes de guiar a estratégia da empresa e gerir grandes equipes. Para isso, o uso da tecnologia no treinamento corporativo vem ganhando força globalmente.
Valor Econômico, 09/mar
segunda-feira, 9 de março de 2015
No Rio, vendedor já começa a aceitar redução de preço de imóvel
Nos últimos anos, muitos proprietários de imóveis de Zona Sul, Niterói, Barra e Grande Tijuca passaram a se sentir milionários. Tudo graças à incrível valorização das residências nestas regiões. Agora o movimento é outro: é preciso ajustar preços. E nem mesmo quem trabalha neste mercado escapa da nova realidade. Elza Salles, gerente de uma imobiliária, está penando para vender seu apartamento de três quartos e 120 metros quadrados na Rua Santa Clara, coração de Copacabana. Anunciado por R$ 1,5 milhão cinco meses atrás, ela não recebeu nenhuma ligação pelo imóvel. Mês passado, Elza baixou o valor para R$ 1,25 milhão. Nada ocorreu. Até o momento, a melhor proposta que recebeu foi de R$ 1,1 milhão, mas insiste no preço pedido:
- É um apartamento que venderia como quisesse antes da Copa. Hoje, tenho dificuldade.
Não é um caso isolado. A valorização na maior parte dos bairros da cidade nos últimos 12 meses ficou abaixo da inflação e chegou a cair em áreas como Lagoa (-1,01%) e Gávea (-1%), segundo dados do Secovi-Rio, sindicato do setor de habitação. Em outros, ficou quase estável: Recreio (0,22%), Flamengo (0,37%) e Botafogo (1,83%), por exemplo. Só em três bairros a alta superou a inflação acumulada no período, que foi de 7,14% segundo o IPCA: Bangu (25,31%), Centro (9,02%) e Ilha do Governador (7,52%), locais onde a oferta é mais restrita.
Os ajustes estão aí. Quem planeja comprar imóvel novo pode conseguir descontos de até 20%. Quem optar por um usado deve negociar abatimentos, que já chegam, em média, a 10%. Os valores estão estáveis, com oportunidades devido ao freio na economia.
- Os estoques de imóveis novos estão maiores, e isso afeta os preços. Mas dificilmente haverá queda relevante em preços de imóveis. A margem do setor é baixa, e a saída passa a ser negociar as condições de pagamento - diz João Paulo de Matos, presidente da Ademi-Rio.
O mercado do Rio totalizou 16,9 mil unidades lançadas no ano passado, queda de 20% ante 2013. Este ano, os lançamentos devem cair no mesmo patamar ou até mais. A proporção, diz Matos, dependerá das condições da economia.
Ricardo Humberto Rocha, professor do Insper, destaca que não se trata de bolha imobiliária no Brasil. Mas considera a retração em lançamentos algo inevitável, repetindo ou superando a taxa registrada em 2014:
- Esse ajuste levará a questionar dois pontos nebulosos: a real margem das construtoras e os custos do setor.
Para Pedro Seixas, coordenador acadêmico do MBA em negócios imobiliários da FGV, é uma questão de equilíbrio entre oferta e procura:
- A oferta está maior, então é bom para quem quer comprar imóvel.
As imobiliárias estão atentas à mudança. Há comentários sobre corretores independentes trocando de ramo e pequenas empresas optando por funcionários em home office.
- Acabou a época em que o vendedor mandava no mercado. Em 2014, as vendas de imóveis no Rio caíram 35%. Para vender, é preciso seduzir o consumidor com melhor preço, qualidade e produto adequado - diz Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel. - Mais à frente, com estoques zerados, os preços tendem a subir.
A RJZ Cyrela concentra esforços na imobiliária própria, treinando o exército de 500 corretores. Não mexeu em preços e condições de pagamento, mas trabalha na adequação de produtos e controla a assinatura de contratos.
- A venda é mais trabalhada. E o produto também precisa ser mais adequado. Se atende à demanda, vende bem - diz Rogério Jonas Zylbersztajn, presidente da companhia.
Proprietários negociam valor de aluguéis
A PDG, por exemplo, realiza uma espécie de saldão neste fim de semana. No mercado do Rio, vai oferecer descontos de até 20%. Há exemplo de redução de até R$ 450 mil no preço.
- É mais uma questão de conjuntura. Não vejo mudanças estruturais que justifiquem queda de preços a médio prazo - diz Carlos Piani, presidente da incorporadora, citando como exemplo os custos de produção e de terrenos. Para ele, há hoje um excesso de oferta, daí a estratégia das promoções.
O vice-presidente de Operações no Rio da Brasil Brokers, Bruno Serpa Pinto, espera diversos eventos de feirões na cidade, para resolver problemas pontuais das construtoras:
- Será algo igual ao feito pela indústria automobilística, vamos enxugar o pátio e o setor seguirá.
Rafael Menin, presidente da MRV, pondera que a situação não está tão ruim para o mercado de baixa renda, pois o desemprego ainda não chegou ao segmento. Além disso, os subsídios do Minha Casa Minha Vida são garantidos com recursos do FGTS.
- O Brasil precisa construir um milhão de residências por ano, a demanda segue - avalia.
A Gafisa criou um pacote de medidas para atenuar a cautela do consumidor. Imóveis adquiridos na planta este mês terão taxa zero de reajuste até o fim das obras. A empresa promete indenização se houver atraso na entrega, além de isenção de juros por parcelas não pagas por até seis meses caso o comprador perca o emprego, diz o diretor Luiz Siciliano.
Esse medo de comprar do consumidor é um dos entraves ao mercado. Por trás dele há mais que a cautela frente ao cenário econômico, com instabilidade de emprego e renda.
- Para o brasileiro, comprar a casa própria é a realização de um sonho. Representa estabilidade, sucesso, numa lógica de resguardo e proteção. Mas agora está atrelada a contratos de financiamento por uma vida inteira. As pessoas têm medo de se arriscar - explica Hilaine Yaccoub, doutora em antropologia do consumo e professora da ESPM-Rio.
Com pessoas fugindo da compra e maior oferta de imóveis, em paralelo, cai o preço do aluguel.
- O ano passado foi o que mais fechei contratos de locação nos últimos cinco anos. Os investidores pularam fora do mercado. Quem tem dinheiro aplicado pensa duas vezes antes de investir num ativo que não vai render mais que a inflação. Isso emperra o mercado - diz Rodrigo Barbosa, do site Morabilidade, com foco em imóveis classe A.
Miguel de Oliveira, diretor da Associação dos Executivos de Finanças (Anefac), ressalta que os bancos estão mais seletivos, especialmente na concessão de financiamentos longos, de 35 anos. E, em janeiro, a Caixa elevou os juros para a casa própria.
Rogério Quintanilha, gerente de vendas da administradora de imóveis Apsa, destaca que a maior dificuldade de vendas está aumentando o número de pessoas ofertando imóveis para aluguel:
- Ficar com imóvel fechado implica custos. Então os preços começam a cair.
O engenheiro de produção Heladio Fernandes colocou há dois meses um quarto e sala na Barra, de 60m², com varanda e vista para o mar, para alugar. Ele pedia R$ 5 mil:
- Não houve solicitação, então baixei para R$ 4 mil. Já apareceu um casal interessado.
O Globo, 08/mar
sexta-feira, 6 de março de 2015
RJTV visita andamento das obras de mobilidade na Zona Portuária do Rio
As Olimpíadas trouxeram R$ 30 bilhões em investimentos para o Rio. A Zona Portuária é uma das regiões que passam pelas maiores mudanças. O RJTV mostrou, nesta quinta-feira (5), como estão os projetos de mobilidade.
A Região Portuária de hoje pouco lembra a de um ano atrás já que as mudanças são diárias. Às vezes, até quem passa por lá todos os dias não sabe o que de fato está acontecendo. Há quem reclame de tanta obra ao mesmo tempo.
A decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de escolher o Rio para sede dos jogos, o primeiro na América do Sul, trouxe para a cidade um pacote de investimentos que demoraria anos para acontecer.
A equipe do RJTV visitou as obras de mobilidade urbana na região. Uma delas é a Via Expressa, onde antes ficava a Perimetral. O túnel que faz parte dela terá três quilômetros de extensão e duas galerias. Uma sentido Aterro do Flamengo e outra no sentido Rodoviária. Atualmente falta meio quilômetro para o fim das escavações.
Outra grande transformação vai acontecer na superfície. Em cima do túnel será construído um Passeio Público, uma extensa área verde com bancos e jardins.
Durante as Olimpíadas, a Prefeitura estuda construir na Zona Portuária os chamados live sites, um lugar aberto com telões, onde as pessoas vão poder acompanhar as provas. Outra obra que vai atender o público que vai assistir às competições é a do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
O VLT vai percorrer 28 quilômetros entre o Santos Dumont e a Rodoviária. Já o BRT Transbrasil vai ligar o mesmo aeroporto a Deodoro, onde serão disputadas 11 modalidades olímpicas.
G1, 05/mar
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