sexta-feira, 29 de setembro de 2017
Hora de negociar aluguel do imóvel
O indicador que serve de base para corrigir a maioria dos valores dos contratos de locação de imóveis no país, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), da FGV, acumula queda de 1,45% em 12 meses até setembro. E quem está com aluguel para vencer e precisa renovar este mês, deve conversar com o locador a fim de encontrar a melhor alternativa para os dois lados.
O vice-presidente de Assuntos Condominiais do Secovi Rio, Alexandre Corrêa, orienta os locatários a negociar o aluguel."O inquilino precisa dialogar com o dono do imóvel. A locação tem que ser interessante para ambos. Se não está agradando por algum motivo, o locatário precisa explicar a situação para chegar a um consenso", avisa.
O IGP-M terminou setembro com alta de 0,47%, ultrapassando o dobro da variação (0,20%) se comparada com o mesmo período de 2016. Em agosto, o índice ficou em 0,10%. No entanto, no acumulado deste ano, até o mês passado, o resultado é queda de 2,10%.
O Dia, Economia, 29/set
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Resultados mostram que país ainda atrai grandes investidores
O resultado dos leilões de privatização das quatro usinas da Cemig, que arrecadou R$ 12,1 bilhões, e dos blocos de petróleo e gás na 14ª Rodada, arrematados por R$ 3,8 bilhões, é positivo para o governo, avaliam analistas. Mostra, segundo eles, que o Brasil se mantém como um mercado atraente para grandes investidores estrangeiros e deixa um viés positivo para outros leilões e concessões de ativos.
- O valor arrecadado foi elevado, e o leilão da Cemig revela que, apesar de todas as incertezas econômicas e políticas do momento, existe o interesse de investidores relevantes em colocar dinheiro no Brasil - afirma Luciano Dias Losekann, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador do Grupo de Economia da Energia (GEE).
CUSTO POLÍTICO
Para Cláudio Frischtak, à frente da Inter.B Consultoria, os dois leilões representam vitória para o governo:
- No caso da Cemig, o ágio, mesmo não sendo o esperado, ficou perto de 10%. Ou seja, houve competição. E garantiu recursos fundamentais às contas do governo. Mas é principalmente uma vitória da equipe econômica, que bateu o pé e enfrentou a resistência da bancada mineira. Isso tem alto custo político. É sinal de compromisso. O mais cômodo seria o governo empurrar essa batata quente com a barriga.
Haveria, na visão de Edson Gonçalves, do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura (Ceri/FGV), um movimento para reafirmar a regra do jogo:
- Vejo foco em boas práticas regulatórias, no sentido de cumprir a regra do jogo. A concessão das usinas da Cemig acabou. Pela regra, elas voltam para a União, que faz novo leilão.
Para Victor Kodja, presidente do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), os questionamentos da Cemig na Justiça não devem atrapalhar o resultado:
- Todos os processos de privatização sempre tiveram questionamentos na Justiça. Se o edital é bem feito, não haverá problemas, como no caso do leilão de hoje (ontem).
Aparentemente, defende Losekann, o risco jurídico envolvido no leilão foi dissipado após o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a sua realização, negando pedido de liminar apresentado pela Cemig para suspender o certame.
- A decisão do Supremo dá blindagem à execução do leilão. Não vejo muito risco posterior de judicialização - diz.
O resultado seria um sinal positivo inclusive para o leilão da Eletrobras, avalia Kodja:
- São grupos importantes (que levaram as usinas da Cemig). O processo todo traz credibilidade para a privatização e é sinalização positiva para a venda da Eletrobras.
Já Eduardo Padilha, especialista em infraestrutura do Insper, pondera que o governo precisa trabalhar com maior agilidade para realizar as concessões:
- Os investimentos em projetos e concessões em áreas como saneamento, rodovias, ferrovias e energia podem vir de empresas nacionais e internacionais. Há uma janela de novos investidores mais especializados. Mas há poucos estudos sobre as concessões prontos. É um gargalo.
Segundo Losekann, os R$ 7,18 bilhões oferecidos pela Usina de São Simão pela chinesa Spic Pacific Energy demonstram a continuidade do interesse do país asiático nos ativos brasileiros do setor de energia.
- Ter três companhias diferentes entre as vencedoras do leilão mostra o interesse no Brasil. Tem o capital chinês, sobre o qual sabemos pouco, mas há também grandes, como Engie e Enel. É uma demonstração de que o risco jurídico é percebido como baixo pelos investidores - destaca Gonçalves, do Ceri/FGV.
Para ele, o risco de que o leilão resulte, lá na frente, em aumento na conta de luz para o consumidor é reduzido.
- Pode haver algum impacto, mas pouco relevante. A grande questão hoje é a escassez de água nos reservatórios do país. Sem água, é preciso ativar as térmicas, o que aumenta o preço da conta para o consumidor - explica Gonçalves.
O leilão da ANP terminou com quase 13% das áreas ofertadas contratadas, tendo a Petrobras como protagonista - num consórcio com a ExxonMobil Brasil - do maior bloco arrematado, na Bacia de Campos.
- O leilão voltou a atrair os grandes players. Ter menos blocos arrematados não é sinal ruim. Com os preços do petróleo bem menores que há dois anos e outros riscos envolvidos, as empresas estão sendo mais duras ao avaliar riscos - pontua Cláudio Frischtak.
RISCO DIVIDIDO
A participação robusta da estatal no leilão é vista de diferentes formas pelos analistas:
- Não vejo a Petrobras, na atual gestão, no papel de instrumento do governo. Acho que a Exxon decidiu voltar ao Brasil. E acredito que haverá interesse das majors no leilão do pré-sal. A Petrobras também entrará, sendo cautelosa em suas escolhas. Há grande liquidez no mercado internacional, e a estatal pode se financiar a um custo competitivo.
A possibilidade de uma atuação estratégica da Petrobras, porém, não é descartada.
- Pode haver uma atuação estratégica, um componente de decisão de país. O Brasil é o controlador da Petrobras. Mas é também um bom negócio para a Exxon - destaca Gonçalves, do Ceri/FGV.
Padilha, do Insper, acredita que partilhar riscos também é uma forma de garantir ganhos para as empresas do consórcio:
- A Exxon, sozinha, não quis tomar o risco todo. Dividir o risco com a Petrobras pode ter sido a forma de atrair a companhia.
O Globo, Glauce Cavalcanti, Rennan Setti e João Sorima Neto, 28/set
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
Arte + Design
A Rio + Design comemora dez anos de sucesso, com exposição e venda de produtos de Zanini de Zanine, Guto Índio da Costa, LATTOOG e os produtos MADE in Rio da Elon Design de Petrópolis. Zanini de Zanine e outros 27 designers lançarão novas peças. No Armazém 3 no Pier Mauá. De amanhã até 1º de outubro. Programão!
O Dia, Lili Rodriguez, 27/set
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Embratur investirá R$ 25 milhões para promover Rio
Com o Rio de Janeiro mergulhado em uma crise fiscal e econômica e enfrentando problemas com a segurança pública, o governo federal prepara um pacote de ações para recuperar a imagem do destino turístico como cartão-postal do Brasil. O Ministério do Turismo (MTur) e a Embratur vão investir R$ 25 milhões em campanhas publicitárias que começam a circular em novembro - para mídia impressa, rádio, TV e canais digitais - para a promoção do Rio no Brasil e no exterior. O ponto de partida é uma pesquisa que cruza a forma como os turistas veem a cidade e o peso da segurança pública para o turismo carioca.
- O Rio é o cartão de visita do Brasil. Precisamos recuperar a imagem do destino aqui e lá fora. A pesquisa mostra que 95% dos turistas que estiveram na cidade em agosto pretendem voltar, e 92% dizem que recomendariam o Rio para viagens. É um vetor para o desenvolvimento econômico - afirma o ministro do Turismo, Marx Beltrão.
VIOLÊNCIA PREOCUPA TURISTAS
No ano passado, o Rio recebeu 6,8 milhões de turistas, sendo 1,5 milhão de visitantes internacionais. Juntos, eles geraram uma receita de R$ 11,2 bilhões para a economia local. A campanha da Embratur também seguirá as informações da pesquisa, sendo adaptada para os mercados em que irá circular: países da América do Sul, como Argentina, Estados Unidos e Europa. Será uma ação antecipada do programa "Mais Rio, Mais Brasil", que vai elevar o Rio à prioridade na divulgação internacional do país entre 2018 e 2022. A previsão do governo federal é que a arrecadação da cidade com o turismo pode saltar para R$ 45 bilhões por ano, contra os atuais R$ 11,2 bilhões.
Beltrão reconhece que a violência tem peso relevante na decisão de viagem do turista. É a principal desvantagem do Rio, segundo um grupo de mil pessoas de quatro cidades - São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre - ouvidas entre os dias 15 e 20 do mês passado. O levantamento, realizado pela FSBPesquisa a pedido do MTur, mostra ainda que mais de 70% dos entrevistados acreditam que melhorias em segurança pública seriam suficientes para atrair mais turistas à capital fluminense.
- A segurança sempre foi o calcanhar de Aquiles do Rio. É justamente por isso que as Forças Armadas estão aí (aqui), num esforço para conter o problema. Mas é claro que é preciso avançar para além da contenção, criando políticas públicas para equacionar o problema - ponderou o ministro, citando que os turistas avaliam que a presença do Exército nas ruas traz maior segurança e pode melhorar as condições.
Dois terços veem turismo como ótimo ou bom na cidade
Na opinião dos turistas, o Rio continua a ter uma imagem mais atrelada à beleza do que ao caos. Os visitantes que aqui estiveram em agosto associam principalmente as praias (19,8%) e o Cristo Redentor (15,7%) à cidade, à frente da violência (10,6%). E seis em cada dez turistas já vieram ao Rio antes. No total, mais de dois terços (67,6%) avaliam que as condições para o turismo na cidade são boas ou ótimas, destacando a quantidade de opções de lazer e cultura.
- É fundamental termos campanhas promovendo o Rio. Desde a Olimpíada, nada foi feito. A cidade dobrou a oferta de quartos e, em agosto, registrou 48% de ocupação média. Tem estrutura de qualidade com preços competitivos para receber eventos. Nos fins de semana de Rock in Rio, a ocupação decolou. Faltam campanhas e, em paralelo, temos o problema da segurança - diz Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIH-RJ).
VALOR DE DIÁRIAS MAIS EM CONTA
O valor da diária média, continua ele, recuou em 22%, o que torna o circuito carioca mais atraente para quem viaja a lazer ou a trabalho. O preço, mostra a pesquisa, é o item que mais pesa na decisão de viagem do turista brasileiro com potencial para visitar o Rio, sendo citado por 65,1% dos entrevistados. O segundo fator decisivo ao escolher o destino é a segurança, segundo 59,2% das pessoas ouvidas.
No domingo foi lançado o Rio de Janeiro a Janeiro, calendário que reúne uma centena de eventos previstos para acontecer entre o réveillon deste ano e o fim de 2018. É outra ação da iniciativa privada e do governo para incentivar o turismo e a economia da capital fluminense.
Ao longo deste ano, diz o ministro do Turismo, Marx Beltrão, foram feitas campanhas para a promoção do turismo de regiões do país como o Nordeste, a Amazônia Legal e o Sul. A campanha do Rio vai alterar o cronograma original, que previa uma segunda campanha para o Nordeste antes:
- Mas, com a importância do Rio para o país, decidimos fazer a campanha do Rio. Estamos pedindo dotação orçamentária extra para fazer também a do Nordeste.
O Globo, Glauce Cavalcanti, 26/set
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Curso capacita mulheres para a construção civil
Lugar de mulher é onde ela quiser. Elas ocupam cada vez mais os espaços que desejam e conquistam também lugares em atividades tidas como exclusivamente masculinas anteriormente. Pensando nisso, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) e o Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-Rio) abrem na próxima terça-feira a segunda turma de formação de mulheres pintoras com foco na construção civil. O curso é gratuito.
"Além da formação ser destinada exclusivamente às mulheres, as casas pintadas como modelo são construções de verdade, entregues à comunidade de Vila Lage, em São Gonçalo, depois de totalmente repaginadas. Trata-se de capacitação profissional que valoriza social e economicamente a região", esclarece Ana Claudia Gomes, gerente de Relações Institucionais do Seconci. Daniele Chaves, 34 anos, cursa o 8º período de Engenharia Civil e decidiu investir na sua formação profissional fazendo todos os cursos ligados a área. "Neste curso, conheci outras mulheres e sonho em abrir com elas uma pequena empresa. Por isso, também estou frequentando as aulas de empreendedorismo para aprender a cuidar do meu negócio", diz.
Maria Piedade, 47, foi técnica de enfermagem por dez anos, e após a morte do marido decidiu largar a profissão. Ela conta que sempre gostou da área e viu no curso uma oportunidade de se preparar para este mercado. "Sou muito determinada. Já pintei a minha própria casa e agora farei isso profissionalmente", comemora. Para Flávia Barbosa, moradora do Gradim, em São Gonçalo, a nova profissão representa esperança, já que depois de um acidente, ficou com uma lesão no ombro e entrou em depressão.
"Esse curso foi um divisor de águas! Além de me devolver a vontade de viver, me deu um novo caminho e uma nova profissão", vibra.
O curso tem duração de um mês, e as inscrições ainda estão abertas: segundas, quartas e quintas-feiras, das 8h30 às 17h, no atendimento comunitário do Canteiro de obras da MRV (Rua Lucio Tomé Feteira 312, Vila Lage). As interessadas devem comparecer munidas de documento de identidade, CPF e comprovante de residência.
O Dia, Brunna Condini, 23/set
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Quem quer dinheiro?
Reunido com grandes nomes da economia brasileira em evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, na segunda-feira 11, o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, tomou o palco para anunciar uma notícia esperada por todos: a pior crise econômica já enfrentada pelo Brasil é coisa do passado. "Claramente, a grande recessão acabou", afirmou o ministro, ressalvando que a recuperação terá "um caráter muito particular", diante da perspectiva de que ela será lenta "do ponto de vista econômico e fiscal". Entre os fatores que ajudam a retomada está o crédito, cuja concessão vem crescendo ao longo do ano, graças à queda dos juros, da inflação e do endividamento das famílias. A notícia é comemorada pelos setores produtivo e bancário, que já vislumbram dias melhores após dois anos seguidos de aperto.
Olhando para os dados macroeconômicos, o que se vê é que o crédito possui espaço para crescer. A começar pela inflação, que se encontra em patamares semelhantes aos registrados na implantação do Plano Real, em 1994. Os dados mais recentes, de agosto, mostram que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação do País, teve alta de 2,46% no acumulado 12 meses, abaixo do piso da meta estabelecida pelo governo para este ano, de 3%. A trajetória benigna dos preços está permitindo o Banco Central (BC) reduzir a taxa básica de juros, a Selic, desde o final do ano passado. Na última reunião, no início de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou os juros em 1 ponto percentual, para 8,25%, a sexta redução seguida da Selic.
O movimento de queda da taxa referencial do País está sendo repassado aos consumidores, segundo dados da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Em agosto, os juros praticados nas operações de crédito recuaram pelo nono mês consecutivo. A taxa para pessoa física caiu 0,04 ponto percentual no mês, na comparação mensal, e 1,07 ponto percentual em relação a agosto de 2016, para 7,54%, o menor patamar registrado desde novembro de 2015. O barateamento do crédito, junto com sinais de melhora no mercado de trabalho, está estimulando as pessoas a buscarem financiamento. Segundo a Boa Vista SCPC, a demanda subiu 1,3% em julho, na comparação com junho. No acumulado do ano, porém, a procura ainda acumula queda de 1,2%.
O varejo esfrega as mãos, após registrar uma queda 6,2% nas vendas, no ano passado, segundo o IBGE. Foi a maior contração registrada na série histórica, iniciada em 2001. O setor de eletrodomésticos, que teve um recuo de 12,6% das vendas no ano passado, vê a queda da taxa de juros como um fator essencial para sua retomada. Os primeiros sinais são animadores. No primeiro semestre, o volume de vendas cresceu 18,5% na comparação com o mesmo período de 2016, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). "A queda dos juros está sendo fundamental para o setor eletroeletrônico, em que é indispensável ter juros adequados, porque a maior parte são compras caras", afirma Lourival Kiçula, presidente da entidade.
A mesma esperança é vista no setor automotivo. O bom cenário fez a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) revisar para cima sua projeção de liberação de recursos para financiar a compra de veículos. Ela estima que serão concedidos R$ 90,6 bilhões neste ano, o que representa uma alta de 10,2% na comparação com o ano passado. Anteriormente, a estimativa era de um volume de R$ 86,7 bilhões, crescimento de 5,5%. "Vemos uma recuperação no mercado, em função da demanda reprimida", diz Luiz Montenegro, presidente da Anef. Com mais crédito, as vendas de veículos devem crescer. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) elevou de 4% para 7,3% a previsão de crescimento no volume de veículos licenciados neste ano.
O mercado imobiliário também aponta sinais de melhora. Após queda de 6,2%, entre janeiro e julho, num total de R$ 25 bilhões, os financiamentos ganharam força em julho, totalizando R$ 4,2 bilhões, alta de 11% em relação ao mesmo mês de 2016, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). A expectativa é de recuperação gradual nos próximos meses, encerrando o ano com expansão de 1% na concessão de crédito, totalizando R$ 117 bilhões. "Os componentes macroeconômicos apontam para um cenário melhor", diz Gilberto de Abreu Filho, presidente da Abecip.
O barateamento do crédito em curso será amenizado a partir de agora. "O Copom vê, neste momento, como adequada uma redução na magnitude da flexibilização monetária", disse Ilan Goldfajn, presidente do BC, na quinta-feira 14, durante a 14a edição do prêmio As Melhores da DINHEIRO, em São Paulo. Para muitos economistas, o BC deveria continuar com o atual ritmo. "A taxa de inflação está muito baixa", afirma Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista e ex-ministro da Fazenda. "Acho que ela será menor que 3%." A avaliação é compartilhada pelo ministro Dyogo de Olivera. "Há espaço para uma política monetária flexível", afirmou. Com juros menores, as prestações voltarão a caber no bolso dos brasileiros.
IstoÉ Dinheiro, Ivan Ryngelblum, 22/set
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Mercado imobiliário dá sinais de retomada
Em julho, a BR Properties anunciou a conclusão da compra dos dois edifícios que compõem o Condomínio Centenário Plaza, em São Paulo, por R$ 439,6 milhões. Em janeiro, o fundo canadense Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) tinha anunciado acordo com a Cyrela Commercial Properties (CCP), que envolveu troca de ativos e previa a formação de joint venture para investimentos em escritórios comerciais no valor de até R$ 400 milhões.
Valor Econômico, Wanise Ferreira, 21/set
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Desembolsos do BNDES somam R$ 45 bi no ano, queda de 19%
O BNDES emprestou R$ 45 bilhões entre janeiro e agosto, uma queda de 19% frente ao mesmo período do ano passado, informou ontem o banco. Segundo a instituição, o recuo nos desembolsos ainda reflete "um cenário econômico mais crítico". O volume desembolsado é o pior, considerando apenas o acumulado até agosto, desde 2003, quando, os empréstimos somaram R$ 38,1 bilhões. No mês, as operações chegaram a R$ 4,7 bilhões, queda de 33,1% frente ao mesmo mês do ano passado, o menor valor desde fevereiro de 2007 (R$ 4,303 bilhões).
No acumulado do ano, a maior queda no volume de desembolsos foi registrada na indústria, que tomou R$ 10,2 bilhões emprestados - recuo de 22,7% em relação ao mesmo período de 2016. Já os desembolsos para o setor de comércio e serviços caíram 17%, para R$ 9,6 bilhões, enquanto aqueles para projetos de infraestrutura encolheram 2%, chegando a R$ 15,8 bilhões. Só o setor agropecuário, destaque da atividade econômica por causa da safra recorde, registrou aumento de empréstimos: entre janeiro e agosto, o volume ficou em R$ 9,2 bilhões, alta de 9% frente aos oito primeiros meses do ano passado.
NÚMERO REFLETE O PASSADO
Por região, o maior tombo foi registrado no Sudeste, onde os desembolsos recuaram 36%, para R$ 16,8 bilhões, sempre no acumulado entre janeiro e agosto. Em contrapartida, as empresas da região Centro-Oeste tomaram R$ 5,3 bilhões em empréstimos, uma alta de 21% frente ao mesmo período de 2016.
Segundo Tiago Soeiro, chefe do departamento de políticas operacionais e informação do BNDES, os números refletem ainda o desempenho de anos anteriores, quando as empresas sentiam mais fortemente a recessão.
- O desembolso traz muito do histórico do banco. São operações contratadas no passado que vão sendo desembolsadas. Tem operações que, depois de contratadas, ficam três, quatro anos, desembolsando - explica.
Na avaliação de Soeiro, já há sinais de estabilização. As consultas - que funcionam como uma espécie de antecedente do desempenho dos empréstimos - já começaram a se estabilizar. Em agosto, no acumulado em 12 meses, ficaram em R$ 102,7 bilhões, patamar semelhante a abril, quando as quedas passaram a ficar menos intensas.
Soeiro não sabe precisar quando os desembolsos retornarão ao patamar pré-crise - entre janeiro e agosto de 2014, chegaram a R$ 139 bilhões, em valores reais. Mas avalia que é possível esperar recuperação:
- A consulta está se estabilizando no patamar de R$ 100 bilhões por ano. Essa estabilidade significa que a tendência é que, a partir de agora, cresça.
O Globo, Marcello Corrêa, 20/set
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Equipe econômica já vê risco de não cumprir meta fiscal
Diante das dificuldades para conseguir as receitas extraordinárias necessárias para fechar as contas de 2017, parte da equipe econômica considera que a meta fiscal deste ano ficou apertada e corre o risco de ser revista novamente. O rombo deste ano acaba de ser elevado em R$ 20 bilhões, de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. Segundo técnicos do governo, o maior problema continua a ser o leilão de usinas da Cemig, que tem previsão de arrecadação de R$ 11 bilhões e é alvo de uma disputa judicial entre a União e o governo de Minas Gerais. Mas também há problemas com receitas de precatórios, com o Funrural e com o novo Refis, que está sendo negociado com o Congresso. Isso sem contar com uma frustração na arrecadação tributária que chegava a R$ 6 bilhões até julho.
Uma frustração nas receitas, combinada com a necessidade do governo de liberar gastos para atender a demandas dos ministérios, fez com que a ideia de rever a meta circulasse no Palácio do Planalto na semana passada. Um dos sinais de alerta acendeu quando os técnicos fizeram cálculos apontando que a incerteza em torno do leilão da Cemig - marcado para o fim de setembro - reduziria a arrecadação prevista para apenas R$ 4 bilhões. Isso preocupou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que pediu que os cálculos fossem revistos.
Segundo integrantes da área econômica, a revisão foi feita, e a receita esperada com a Cemig subiu, mas o quadro está longe de ser tranquilo.
A estatal mineira intensificou a pressão para adiar o leilão de quatro hidrelétricas e voltar a negociar com o governo federal, com o objetivo de continuar operando as usinas. A empresa pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender os efeitos de decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que impediu as negociações mantidas entre a empresa e a União e, ao mesmo tempo, cancelar a licitação marcada para o dia 27 deste mês.
Em outras frentes, a incerteza ainda é grande. O governo não conseguiu levantar junto aos bancos todo o montante previsto com precatórios (valores que a União é obrigada a pagar a pessoas físicas e empresas em ações judiciais transitadas em julgado). Esses valores deveriam dar aos cofres públicos um total de R$ 12 bilhões. No entanto, R$ 5 bilhões desse total ainda têm pendências que impedem que os valores sejam contabilizados como receitas primárias.
No caso do Refis, o governo já sabe que não conseguirá os R$ 13 bilhões esperados com a medida. O programa foi modificado pelo seu relator, deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), para dar um amplo benefício aos devedores, de modo que o montante previsto cairia para R$ 400 milhões. A área econômica ainda tenta evitar isso. Segundo os técnicos do Fisco, embora ainda haja uma negociação em curso com o Legislativo, o valor arrecadado com o programa está acima de R$ 5 bilhões, e, portanto, neste momento, seria mais vantajoso para o governo deixar a medida provisória (MP) que trata do assunto caducar do que levá-la para votação com alterações.
OBJETIVO DE EVITAR PARALISAÇÃO
Já no caso do Funrural, cuja receita prevista para o ano é de quase R$ 2 bilhões, também está em curso uma disputa entre União e Congresso. O governo editou este ano uma MP permitindo a renegociação de dívidas dos produtores com o Fundo. No entanto, uma resolução proposta pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), aprovada em comissão em caráter terminativo, suspendeu a cobrança do Funrural.
Ao mesmo tempo, a equipe econômica deve liberar até o fim do mês R$ 11 bilhões em despesas do Orçamento de 2017. Isso seria uma forma de aliviar logo os ministérios que estão com pagamentos atrasados e evitar um shutdown - como é chamada a paralisação total da máquina pública. A liberação deve ser anunciada quando o governo publicar o novo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, que precisa ser apresentado até o próximo dia 22.
Mesmo os técnicos que veem a possibilidade de revisar a meta alertam, no entanto, que a medida provocaria um forte desgaste. Quando decidiu rever o rombo das contas públicas de 2017, a equipe econômica foi pressionada pela ala política a colocar o déficit em torno de R$ 170 bilhões, por causa do forte risco de frustração nas receitas. Contudo, o Ministério da Fazenda alertou para a chance de o Brasil sofrer um novo rebaixamento junto às agências de classificação de risco caso registrasse, este ano, um rombo maior do que o de 2016.
Colaborou Manoel Ventura
O Globo, Martha Beck, 19/set
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Compra online é a nova tendência do segmento
Com mais pessoas comprando pela internet, lojas de materiais de construção estão investindo em e-commerces para dar ainda mais conforto aos clientes. As vendas online são uma realidade no país, de acordo com o Relatório Webshoppers. Em 2016, segundo o estudo, o comércio eletrônico faturou R$ 44,4 bilhões, crescimento de 7,4% em relação ao ano anterior. Outro dado do relatório indica alta de 22%no número de consumidores. A previsão para este ano também é de alta.
Essa forma de comprar abrange todos os tipos de produtos, inclusive materiais de construção. A Construmais, por exemplo, acaba de lançar o seu canal de vendas online e começa a sentir os resultados da iniciativa. Iuri Russo, diretor da empresa, diz que o cliente muitas vezes não quer se deslocar para a loja física. "Questões de trânsito ou até de violência podem afastar o interessado. Por isso, a loja online oferece o conforto necessário para ele pesquisar e comprar a hora que desejar".
Na loja online da Leroy Merlin, um dos serviços mais usados é o Clique e Retire, em que os clientes podem comprar os produtos e retirar em uma das lojas físicas. Erimar Bérgamo, diretor E-Commerce, afirma que a vantagem deste serviço é o não-pagamento de frete pelo cliente e a rapidez, pois é possível pegar o produto em até dois dias úteis após a compra.
"As ofertas sempre são as mesmas do site e das lojas físicas. Por exemplo, estamos com a campanha semana do cliente com até 70% off em produtos de acabamentos". Na Flaviense, o canal online também está disponível.
Flávio Aurélio Correia, diretor da empresa, conta que o cliente escolhe todos os produtos pelo site, solicita orçamento pelo portal e um vendedor entra em contato para fechar a compra. "Nossos vendedores são como um filtro. Eles orientam a pessoa em relação aos itens selecionados. Se são os melhores para determinada necessidade, por exemplo. Por isso, é importante este primeiro contato. Ainda não implantamos uma plataforma de vendas 100% pelo site. Mas essa será a meta para 2018, porque sabemos que é uma poderosa ferramenta de vendas", antecipa Flávio.
O Dia, Cristiane Campos, 17/set
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Brasília sedia maior encontro do Mercado Imobiliário do país
Nos dias 5 e 6 de outubro, corretores de imóveis de todo o Brasil têm encontro marcado com o principal evento do setor: o Enbraci 2017 - Encontro Brasileiro do Mercado Imobiliário será realizado em Brasília e vai sediar palestras com os maiores especialistas do mundo. O tema desta edição é "As melhores práticas do mercado imobiliário nacional e internacional".
"É o mais completo e mais especializado encontro do setor, uma oportunidade única de debates sobre os rumos do mercado imobiliário nacional", comenta o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis 14ª Região (CRECI-MS), Delso José de Souza. De Mato Grosso do Sul, partirá uma delegação, representantes estaduais no evento nacional.
O Enbraci é um encontro tradicional do setor, realizado a cada dois anos. Na edição 2017, será realizado em Brasília, no Complexo de Eventos Brasil 21. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site www.enbraci2017.com.br. Até o dia 18 de setembro, corretores de imóveis têm desconto na inscrição. O investimento é de 300 reais e inclui almoço em dois dias, coquetel na abertura, kit do evento e certificação de participação.
Encontro de fiscais e delegados dos Crecis Goiás e MS acontece no fim do mês
Os CRECIs Goiás e Mato Grosso do Sul promovem, de 26 a 29 de setembro, a segunda edição do encontro de fiscais e delegados de ambas instituições. O evento será sediado na cidade goiana Itarumã, que dista 70 quilômetros do município sul-mato-grossense de Cassilândia.
No encontro serão desenvolvidas atividades de combate à contravenção do exercício ilegal da da profissão de corretor de imóveis, bem como a verificação de irregularidades no mercado imobiliário da região que abrange os dois estados. Para isso, serão reunidas equipes de fiscalização e delegados da região.
O presidente do CRECI-MS, Delso José de Souza, explica que as cidades nos limites entre Goiás e Mato Grosso do Sul têm grande quantidade de corretores de imóveis, o que demanda ações mais efetivas. "Decidimos pela cooperação entre as instituições para dar mais força na fiscalização. Os encontros servem para alinhar estratégias e planejar ações efetivas de combate ao exercício ilegal", destaca.
A Crítica, Economia, 15/set
Assinar:
Postagens (Atom)