sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Decoração feita de viagens e beleza - Após 21 anos na Europa, designer se fixou no Rio


Cruzar oceanos é atividade das mais corriqueiras para Beth Fisher. É como a designer encontra peças e inspiração para as criações expostas no belo showroom que leva seu nome no Humaitá.
Em uma de suas últimas viagens, já em direção ao aeroporto, preocupada com afazeres, só sossegou quando avistou o MAR – o Museu de Arte do Rio. “Arquitetura me emociona”, conta. Nesse dia, o MAR teve um efeito calmante. “Fiquei totalmente apaziguada e vencida pela beleza daquele prédio”. Não por acaso, as estantes repletas de livros, que ocupam boa parte do seu apartamento, exibem obras de Tadao Ando, John Pawson, Toyo Ito, Sou Fujimoto e Isay Weinfeld, além de muita literatura de boa estirpe.
Beth é o lugar-comum virado do avesso: vê em cada peça não um objeto, mas todas as suas possibilidades. Treinou o olhar desde a infância, vivida entre Lisboa e Paris. Na juventude, fixou residência em Londres e Florença – se é que “fixar” pode ser um verbo aplicado a ela. Em Paris conheceu o marido, um escritor catalão. E lá foi ela respirar a atmosfera impregnada de arte de Barcelona.
De volta ao Brasil, depois de duas décadas na Europa, hoje tem a lagoa Rodrigo de Freitas diante de suas janelas. O apartamento de 240 m², em que vive há seis anos, mudou bastante quando ela chegou. “Fiz um bota abaixo completo”, diz, em um português peculiar. Na empreitada, contou com Fernanda Oliveira, na época arquiteta do já não existente escritório Bernardes + Jacobsen, o mesmo que projetou o MAR, com sua suavidade extraordinária.

















Casa Vogue - 30/09/2013 - POR CRISTINA DANTAS; ESTILO ADRIANA FRATTINI; FOTOS FILIPPO BAMBERGHI